Cuidado

Folha online:

A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) decidiu que o álcool combustível terá sua nomenclatura alterada. Nas próximas semanas, a autarquia determinará que postos e demais revendedores utilizem nas bombas o termo etanol.

Comento:

Preocupa-me sempre a obsessão pelo controle da linguagem, uma das formas de limitar o pensamento. Afirmo sempre, leiam 1984 para entender a importância da novalíngua na utopia totalitária de Orwell. Sempre que dizem como devemos chamar alguma coisa é porque há uma intenção deliberada de nos afastar da realidade.

Para muita gente parece besteira mas não é. O politicamente correto focou na linguagem e nos tolheu a liberdade de pensar e se manifestar. Hoje estamos submissos a uma ordem mundial ditada por personagens invisíveis que desejam nos tirar a capacidade de raciocinar e nos levar à submissão completa. Orwell previu com propriedade. Atingiu o refinamento quando criou o duplopensar.

Duplopensar quer dizer a capacidade de guardar simultaneamente na cabeça duas crenças contraditórias, e aceitá-las. O intelectual do Partido sabe em que direção suas lembranças devem ser alteradas, portanto sabe que está aplicando um truque na realidade. Mas, pelo exercício do duplopensar, ele se convence também de que a realidade não está sendo violada.

Mais uma afronta ao supremo

Continua a luta contra o Supremo Tribunal Federal. A Gestapo (também conhecida como Polícia Federal) literalmente ignorou a decisão do STF de limitar uso de algemas e na mesma operação algemou e mostrou para as câmaras em mais um espetáculo midiático 32 acusados de corrupção em Mato Grosso ontem. O delegado ainda saiu com a singela desculpa que depois que alguém é preso não se sabe a reação o que na prática significaria que todo mundo tem que ser algemada em qualquer circunstância, contrariando a decisão da alta corte.

É um escárnio. Se o juiz de Sanctis havia contrariado um juiz do Supremo, agora um delegado contrariou o Supremo inteiro. Além de arrogante, o delegado foi estúpido pois deu aos acusados um motivo para processar o estado. Isso é coisa de polícia política. Isso é coisa de petralha no poder.

Petróleo e educação

Lula conseguiu unir no mesmo pensamento a exploração do petróleo e a educação. Para ficar mais real, o discurso foi na inauguração da nova velha sede da UNE (?!?) no Flamengo. Disse que precisamos mudar a lei do petróleo para que aumente o investimento na educação.

Dois pontos rápidos:

  1. Mudar a lei do petróleo para conseguir mais recurso significa mais estado, ou seja, menos dinheiro no nosso bolso.
  2. E educação não precisa de mais dinheiro, já está mais que demonstrado que investimos muito no setor. O que falta é mudar radicalmente o foco. Cristóvão Buarque, o baluarte da educação no Brasil, foi ministro por dois anos e nada fez neste sentido. Por isso torço o nariz sempre que alguém fala que ele era o candidato da educação nas últimas eleições. Nunca foi. Nunca tirou um centavo da Universidade Pública para passar para o ensino fundamental.

Um juiz e suas minhocas na cabeça

Folha online:

Em depoimento à CPI das Escutas Clandestinas da Câmara, o juiz Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo, negou nesta terça-feira que a Justiça tenha como “hábito” autorizar escutas telefônicas em operações policiais. Sanctis disse que o Judiciário age com cautela para autorizar a polícia a realizar escutas telefônicas em investigações criminais.

Comento:

Fico imaginando se tivesse! Só no processo que este tal De Sanctis se meteu, a tal operação Satiagraha (sempre que vejo um nome destes imagino um petista escondido atrás), parece que foram mais de 50 mil horas de escuta telefônica. E o juiz acha isso normal? Pior, mesmo depois desta devassa não foi encontrado nada de concreto para sustentar uma acusação razoável? Vai plantar batatas, ô togado!

Deveria estar explicando porque enfrentou um ministro do Supremo mandando prender quem foi mandado soltar. Deveria estar na corregedoria para explicar por que se acha em condições de desobedecer a mais alta corte do país.

Quando Juca Kfouri deixa de falar de futebol

Juca é com certeza o maior blogueiro de futebol do país; por vezes até de outros esportes, principalmente o volei. Acho até divertido seu eufemismo corinthiano, principalmente agora na disputa da segunda divisão. O problema é quando resolve deixar o esporte de lado e falar de política. Aí o bicho pega.

No domingo publicou um artigo na Folha para explicar porque não iria acompanhar os Jogos Olímpicos, o que tem todo o direito de fazer, diga-se de passagem. Expôs seus argumentos mas chamou-me a atenção o seguinte parágrafo:

Porque a China talvez seja o melhor exemplo, com todas as suas contradições, de como ainda não se achou um sistema razoável, tão óbvias são as mazelas do comunismo e do capitalismo reais.

O uso da palavra real é bastante explicativo. Sempre que alguém fala das mazelas e do desastre do comunismo real ao invés de simplesmente comunismo, é porque possui um coraçãozinho vermelho. Recusam-se a admitir que o regime implantado na URSS, na China, em Cuba, sejam o comunismo que sonham até hoje. Para eles, trata-se de um desvio, da teoria mal aplicada quando na verdade o regime implantado em Moscou, Pequim e Havana é justamente a tradução do pensamento marxista. Não existe diferença entre o socialismo real e o socialismo utópico.

Pelo menos Juca reconhece as violações dos direitos humanos na China, o que nem todos fazem. Existe toda uma intelectualidade que só vê violação de direitos humanos em Guantamo, e não em Havana. No Iraque, mas não na Geórgia. No Rio de Janeiro, mas não em Moscou.

Outro ponto que Juca acerta é o de entender que governos não podem ficar investindo em esporte da alto rendimento em países pobres, coisa que é defendida por gente como Hortência e Oscar que sonham em aplicar no Brasil o modelo cubano. Infelizmente duvido que reconheça o passo seguinte que é o investimento por parte da iniciativa privada, seja por clubes, empresas ou mesmo universidades (particulares naturalmente). Um modelo próximo do americano que consegue ter equipes altamente competitivas sem usar dinheiro público.

A concessão de Juca é achar que o país precisa enriquecer para investir em esportes de alto rendimento. Acho que não é este o caminho, um país não deveria investir em atletas de ponta. Deixe para a iniciativa privada. Simples assim.

Por fim fala em capitalismo real, como se existisse um capitalismo utópico. O capitalismo nunca foi uma ideologia, sempre foi real. É baseado em conceitos naturais de troca, existe muito antes de qualquer teórico conceituá-lo. Adam Smith em seu livro A Riqueza das Nações apenas procurou encontrar o que havia de comum nas nações mais ricas da Europa, antes de ser um ideal seu pensamento foi um retrato da realidade.

O manifesto dos sequestradores de Elbrik

Uma das mentiras recorrentes no Brasil é que devemos a democracia à luta dos movimentos revolucionários que lutaram contra o regime militar. Basta ler o manifesto que os bandidos, entre eles Franklin Martins, divulgaram quando seqüestraram o embaixador americano no Brasil, Carkes Elbrik. Comento em azul.

Grupos revolucionários detiveram hoje o Sr. Charles Burke Elbrick, embaixador dos Estados Unidos, levando-o para algum lugar do país, onde o mantêm preso. Este ato não é um episódio isolado. Ele se soma aos inúmeros atos revolucionários já levados a cabo: assaltos a bancos, nos quais se arrecadam fundos para a revolução, tomando de volta o que os banqueiros tomam do povo e de seus empregados; ocupação de quartéis e delegacias, onde se conseguem armas e munições para a luta pela derrubada da ditadura; invasões de presídios, quando se libertam revolucionários, para devolvê-los à luta do povo; explosões de prédios que simbolizam a opressão; e o justiçamento de carrascos e torturadores.

Como se vê, era extensa a lista de crimes praticados pelos terroristas brasileiros, todos anistiados. Observem as justificativas, beiram ao ridículo. Os assaltos a banco eram para financiar a revolução (houveram mortes nestes assaltos) e para tomar de volta o que os banqueiros roubavam do povo. Invasão de presídios, mas para libertar outros terroristas; imaginam que controlavam a saída: você não, é apenas um estuprador! Explosão de prédios que simbolizam a opressão (atenção! Inocentes foram mortos nestas explosões). E o mais cândido de todos: o justiçamento, eufemismo para assassinato, execução.

Na verdade, o rapto do embaixador é apenas mais um ato da guerra revolucionária, que avança a cada dia e que ainda este ano iniciará sua etapa de guerrilha rural.

Com o rapto do embaixador, queremos mostrar que é possível vencer a ditadura e a exploração, se nos armarmos e nos organizarmos. Apareceremos onde o inimigo menos nos espera e desapareceremos em seguida, desgastando a ditadura, levando o terror e o medo para os exploradores, a esperança e a certeza de vitória para o meio dos explorados.

Como se chama quem leva terror e medo para alguém? Perguntem ao Bin Laden.

O sr. Burke Elbrick representa em nosso país os interesses do imperialismo, que, aliado aos grandes patrões, aos grandes fazendeiros e aos grandes banqueiros nacionais, mantêm o regime de opressão e exploração.

Típico da luta de classes marxista. O homem não existe como indivíduo, é sempre representante deste ser abstrato, a classe. Elbrick é culpado por ser americano. É interessante notar que os grandes banqueiros nacionais, antes tão demonizados, são aliados de hoje.

Os interesses desses consórcios, de se enriquecerem cada vez mais, criaram e mantêm o arrocho salarial, a estrutura agrária injusta e a repressão institucionalizada. Portanto, o rapto do embaixador é uma advertência clara de que o povo brasileiro não lhes dará descanso e a todo momento fará desabar sobre eles o peso de sua luta. Saibam todos que esta é uma luta sem tréguas, uma luta longa e dura, que não termina com a troca de um ou outro general no poder, mas que só acaba com o fim do regime dos grandes exploradores e com a constituição de um governo que liberte os trabalhadores de todo o país da situação em que se encontram.

Lixo marxista. Em todo lugar que o socialismo foi implantado transformou trabalhadores em escravos. Passaram a pertencer ao estado, o maior explorador já inventado pela humanidade.

Estamos na Semana da Independência. O povo e a ditadura comemoram de maneiras diferentes. A ditadura promove festas, paradas e desfiles, solta fogos de artifício e prega cartazes. Com isso ela não quer comemorar coisa nenhuma; quer jogar areia nos olhos dos explorados, instalando uma falsa alegria com o objetivo de esconder a vida de miséria, exploração e repressão que vivemos. Pode-se tapar o sol com a peneira? Pode-se esconder do povo a sua miséria, quando ele a sente na carne?

Na Semana da Independência, há duas comemorações: a da elite e a do povo, a dos que promovem paradas e a dos que raptam o embaixador, símbolo da exploração.

O povo não teve nada a ver com o rapto do embaixador. Sempre foi assim no comunismo, uma extrema minoria se julga representante do povo. Acaba em matança. Do povo, naturalmente.

A vida e a morte do sr. Embaixador estão nas mãos da ditadura. Se ele atender a duas exigências, o sr. Elbrick será libertado. Caso contrário, seremos obrigados a cumprir a justiça revolucionária. Nossas duas exigências são:

Como sempre lavam as mãos de seus crimes. A culpa é sempre da vítima.

a) A libertação de 15 prisioneiros políticos. São 15 revolucionários entre milhares que sofrem torturas nas prisões-quartéis de todo o país, que são espancados, seviciados, e que amargam as humilhações impostas pelos militares. Não estamos exigindo o impossível. Não estamos exigindo a restituição da vida de inúmeros combatentes assassinados nas prisões. Esses não serão libertados, é lógico. Serão vingados, um dia. Exigimos apenas a libertação desses 15 homens, líderes da luta contra a ditadura. Cada um deles vale cem embaixadores, do ponto de vista do povo. Mas um embaixador dos Estados Unidos também vale muito, do ponto de vista da ditadura e da exploração.

b) A publicação e leitura desta mensagem, na íntegra, nos principais jornais, rádios e televisões de todo o país.

Os 15 prisioneiros políticos devem ser conduzidos em avião especial até um país determinado – Argélia, Chile ou México -, onde lhes seja concedido asilo político. Contra eles não devem ser tentadas quaisquer represálias, sob pena de retaliação.

A ditadura tem 48 horas para responder publicamente se aceita ou rejeita nossa proposta. Se a resposta for positiva, divulgaremos a lista dos 15 líderes revolucionários e esperaremos 24 horas por seu transporte para um país seguro. Se a resposta for negativa, ou se não houver resposta nesse prazo, o sr. Burke Elbrick será justiçado. Os 15 companheiros devem ser libertados, estejam ou não condenados: esta é uma “situação excepcional”. Nas “situações excepcionais”, os juristas da ditadura sempre arranjam uma fórmula para resolver as coisas, como se viu recentemente, na subida da Junta militar.

O Sr. Burke Elbrick estava ameaçado de morte e sabia disso. Isso não era uma tortura? Perguntem ao Tarso Genro.

As conversações só serão iniciadas a partir de declarações públicas e oficiais da ditadura de que atenderá às exigências.

O método será sempre público por parte das autoridades e sempre imprevisto por nossa parte. Queremos lembrar que os prazos são improrrogáveis e que não vacilaremos em cumprir nossas promessas.

Finalmente, queremos advertir aqueles que torturam, espancam e matam nossos companheiros: não vamos aceitar a continuação dessa prática odiosa. Estamos dando o último aviso. Quem prosseguir torturando, espancando e matando ponha as barbas de molho. Agora é olho por olho, dente por dente.

Ação Libertadora Nacional (ALN)

Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8)

conclusão:

Apontem uma única linha neste texto delinqüente que fale em democracia. Um só. Não há nada, apenas ameaças de violência, de imposição do terror. Qual a diferença para um manifesto do Al Qaeda? Apenas a ausência de Deus, o resto é a mesma coisa. Por isso nossos socialistas são tão condescendentes com os terroristas islâmicos. Para eles é lícito a morte de inocentes para promover um bem maior.

Devemos a democracia aos governos militares que afastaram, enquanto conseguiram, o perigo marxista. Devolveram o poder à sociedade quando julgaram seguro. Infelizmente um povo ignorante foi presa fácil para o conto de fadas socialistas e estamos sob julgo da revolução gramscista. Perdemos a batalha cultural, perdemos no campo das idéias. O resultado é isso que está aí.

Sempre os militares

Não deixa de ser curioso que sempre que o governo está enrolado aparece algo contra os militares. Lembram-se do dossiê contra Serra? Logo depois surgiu uma operação espetaculosa da Gestapo (por vezes Polícia Federal) contra oficiais do Exército em Manaus. Não entro no mérito se eram culpados ou não, mas que foi uma ação para a mídia isso foi.

Aconteceu novamente agora. O governo ficou mais uma vez acuado com os e-mails divulgados pelo governo colombiano __ o melhor da América Latina em décadas. Do nada Tarso Genro (por que sempre parte do ministério da justiça?) voltou com o tema da anistia. Os jornais quase agradeceram pela chance de poder ter uma desculpa para não falar de Foro de São Paulo e a escalada socialista na América Latrina.

Por que sempre o Exército? Queiram ou não, eles sabem que as Forças Armadas são depositárias da reserva moral que sobrou no país. Quando aparece um policial envolvido com corrupção não se acha nada demais, mas quando se trata de um oficial do Exército… aí é notícia. Tudo porque a população não espera este tipo de comportamento de seus militares, acredita neles. Deve ser duro para essa gente saber que depois de 30 anos de difamação constante e ininterrupta os militares ainda serem considerados como reserva moral.

Falta os ideólogos socialistas das redações entenderem e aceitarem este fato.

Duas palavras que deveriam ser usadas separadamente: UNE e estudantes

Globo:

Uma confronto de palavras e gestos, fora de época, lembrava antigos conflitos, em frente ao prédio do Clube Militar, na Avenida Rio Branco, Centro do Rio. De um lado, cerca de 20 jovens da União Nacional dos Estudantes (UNE) e integrantes do grupo Tortura Nunca Mais de Goiás; de outro, militares da reserva, recém-saídos do seminário “A lei da Anistia – Alcances e Conseqüências”. Faixas e gritos exibiam o confronto de idéias: “A ditadura militar seqüestrou, torturou e matou. A sociedade exige punição”, dizia um dos cartazes. O clima ficou tenso quando os primeiros militares saíram do prédio. Houve bate-boca com troca de acusações. Manifestantes gritavam contra a tortura, e militares os chamavam de comunistas. Para o vice-presidente da UNE, Tales de Castro Cassiano, a Lei da Anistia foi que chamou de “um grande acordo”:

– A tortura é um crime comum, é contra a humanidade. A cultura da impunidade se deu com a ditadura.

Esses 20 gato pingados que apareceram na frente do Clube Militar não possuem a menor idéia do que seja a democracia. Os militares, da ativa e da reserva, que estavam no Clube exerciam um direito legítimo em qualquer regime de liberdade, o de se reunir para discutir assuntos de interesse, quaisquer que sejam.

Os valentes da UNE, incapazes de fazer qualquer manifestação contra, por exemplo, o mensalão petista, resolvem aparecer novamente. A UNE não existe mais. É mais uma ONG que vive as custas do governo vendendo carteirinhas de estudante para qualquer um com 20 reais na mão. Seu discurso é patético, lixo que o mundo civilizado rejeitou a muito tempo. Chamar seus integrantes de estudante é um pejorativo aos estudantes; estes estão nas universidades fazendo o que deles se espera e não na Avenida Rio Branco colocando melancia na cabeça para tentar aparecer.

Sobre a revisão da lei da anistia

Parece piada. A esquerda se beneficiou uma barbaridade com a lei da anistia. Basta ver a quantidade de ex-terroristas e simpatizantes que estão no poder hoje. Quantos militares exercem algum cargo de expressão? Além de estar fora do poder os militares (não milicos como chamou ontem Eliane Castanhêde, onde anda o manual de redação da folha? ) foram humilhados e destroçados pelos governos civis que vieram após Sarney. Por que excluo Sarney? Porque este deve seu mandato aos militares, mais especificamente ao Ministro do Exército, Leônidas Pires Gonçalves.

O governo percebeu após as declarações do General Heleno e a reunião de hoje no Clube Militar que os militares ainda encontram uma guarida no seio da população brasileira; coisa que de certa forma invejam e temem. Pena que os militares não se aproveitam da própria credibilidade. Isso tudo depois de três décadas de campanha incessante da mídia contra as Forças Armadas.

Lula finge que não tem nada a ver com as declarações de Genro como se este fosse capaz de dar um passo sem sua autorização. Como um jogador de pôquer, blefou. O Exército pagou para ver e ele caiu fora. Típico.

Não há o menor sentido em reabrir a lei da anistia que possibilitou sair de um governo revolucionário sem derramamento de sangue, algo raro no mundo. Falta a corregedoria agir sobre um punhado de procuradores que ignoram solenemente a lei e processam um Coronel do Exército por crime que foi anistiado. Isso de fosse culpado por este crime.

O regime militar pertence ao estudo da história e não do direito. Deixou um legado muito mais positivo do que negativo, embora seja constantemente torpedeado por intelectuais e jornalistas de miolo mole. Não é fácil resistir a uma campanha desta magnitude pela imprensa, e mesmo assim a população brasileira confia nas suas forças armadas.

Para quem deseja a unanimidade, é difícil de aturar.

Ponto extra de tv a cabo

Algo vai muito mal em um país onde o senado federal debate uma lei que impede empresas de tv a cabo de cobrar pelo ponto extra. Será que não existe nada de mais relevância para se discutir?

Mais uma vez a crença de que problemas econômicos são resolvidos por decisões políticas. Na maioria das vezes acontece o contrário, o problema, quando existe, piora.

Trata-se de mais uma ingerência indevida do estado, pois está se metendo em um negócio eminentemente privado, que envolve consumidores e empresas. Reconheço que o mercado de tv a cabo no Brasil já é quase um monopólio, mas isso se resolve com mais capitalismo e não com menos. Vale lembrar que mesmo quando a competição era acirrada entre a NET e a TVA o ponto extra era cobrada, o que significa que existe custo para a empresa em fornecer o serviço.

Quando o governo impede o pagamento do ponto extra, o custo deixa de ser cobrado de quem usa o serviço e passa a ser cobrado de todos os assinantes, com ponto extra ou não. Pode não ser de imediato, mas na primeira renovação influirá no preço do produto.

Novamente o estado considera o consumidor como um incapaz, que deve ser protegido pelo abraço generoso do governo. O assinante de tv a cabo está acima da média salarial do país, teoricamente está na elite intelectual. O serviço prestado não é uma necessidade básica, pelo menos da grande maioria da população. Ninguém vai morrer de fome por causa de ficar sem um ponto a mais de tv por assinatura.

Senhores senadores, deixem os negócios privados para a sociedade se resolver. Há muita coisa a ser feita no país, a começar pelo conserto da porcaria de texto constitucional que temos.