Eliene Castanhêde e o Foro de São Paulo

Esta articulista da Folha representa bem a infiltração da esquerda na mídia nacional. Defendeu a ocupação da reitoria da USP como uma espécie de “maio de 68” paulista e chamou a polícia de fascista por acabar com a festa. Agora resolveu falar do Foro de São Paulo.

Vinte anos depois da queda do Muro de Berlim e seis após Lula renegar o Foro de São Paulo para aderir ao neoliberalismo que condenava nos tucanos, a América Latina ainda vive a Guerra Fria.

Segundo ela, Lula renegou o Foro há 6 anos. Faltou combinar com ele, pois ano passado discursou celebrando seu sucesso. Sempre que um jornalista fala a palavra neoliberalismo é preciso ter atenção, na maioria das vezes não tem a menor idéia do que seja, é apenas sua palavra de ordem. Chamar o Brasil, com o estado do tamanho que é, de neoliberal é uma grande piada. O que Lula fez foi estratégia. Sabia que dependia do bom desempenho econômico para se manter no poder e os princípios adotados no governo FHC era a única garantia neste sentido. É a nova aposta da esquerda: deixamos o capitalismo em paz mas controlamos o estado em tudo mais. É o que estamos vendo. Além do mais, o tal “neoliberalismo” garante mais dinheiro no cofre para os companheiros não é mesmo?

Uma pausa na crise

Parece que uma trégua foi acertada na reunião da OEA. Fizeram bem, um confronto armado na região não tem o menor cabimento. Tal situação só chegou a este ponto pela atitude de Chávez e seu lacaio, Corrêa. Os sócios do foro de São Paulo recuaram quando perceberam que a situação era insustentável e diante do que foi revelado até agora nos computadores do pançudo que está jogando cartas com Che no inferno.

Pela primeira vez eu vi gente falando na imprensa sobre o Foro de São Paulo além de Olavo de Carvalho, Reinaldo Azevedo e a turma do PT. É algo por demais curioso. Todos os envolvidos afirmam que o Foro existe, admitem que o objetivo é tornar a América do Sul um mar vermelho, mas a grande mídia faz silêncio. Agora aparece gente como Merval Pereira e Boris Casoy falando do Foro, já é um avanço.

A posição brasileira também ficou escancarada. Diante do conflito entre um governo legalmente constituído, que possui relações de amizades com o Brasil, e uma guerrilha de narco-traficantes, ficou com os últimos. Aos poucos as narrativas sobre as condições dos reféns vão demolindo a imagem de bons revolucionários que as FARC desperta para alguns. O Brasil rompeu com uma longa tradição de neutralidade entre nações. Ficou do lado de um delinqüente que protege terroristas diante de um presidente que os persegue. Pobre herança de Rio Branco, um dia o Itamaraty terá que desinfetar todo o papel vergonhoso que vem fazendo nos últimos anos.

O PT divulgou uma nota que não só condena veementemente a Colômbia como ainda tem a audácia de chamar Reyes de “negociador”. Não é, trata-se de “sequestrador”. Negociador é quem é designado para negociar com o facínora a libertação de reféns.  O partido mostra toda sua amoralidade novamente. É bom. Cada vez mais se afunda no papel que criou para si próprio de arauto da ética na política. O dia em que o mito Lula for desconstruído, e será, nada restará desta agremiação.

Outra boa notícia é o desespero de Chávez. Sua popularidade afunda a cada dia junto com a irresponsabilidade econômica que implantou em seu país. A tendência é aumentar cada vez mais a violência de seu governo, até o dia que haverá um basta. Creio que não termina seu governo. E é bom já ir pensando em um exílio, se ficar acabará enforcado em praça pública.

Ingrid Betancourt: o maior trunfo da guerrilha

Cada vez mais me convenço que a possibilidade de libertação da ex-senadora fanco-colombiana é nula. Ela é o maior trunfo nas mãos da guerrilha. A atitude do presidente da França de ficar de joelhos diante da guerrilha é um tiro mortal para qualquer possibilidade de liberdade. Não vejo por que os bandidos deixariam passar esta oportunidade ímpar, ter uma das maiores democracias do planeta dando-lhe crédito.

E é isso que tem mostrado o material apreendido na ação do fim de semana. Reyes deixa bem claro ao amigo equatoriano que não pode abrir mão da sua maior refém. Existem 700 outros aprisionados, na melhor das hipóteses ela seria a última desses. Na pior ela nunca seria libertada. O guerrilheiro morto deixou bem claro que a odeiam, só está viva pela grande utilidade que é para as FARC. Ao que parece 6 anos de cativeiro em condições sub-humanas não dobraram a brava senadora. Não sei se é resignação ou força interna que só as grandes almas possuem.

Sobre reféns, a guerrilha já avisou que a partir de agora eles serão usados como escudos humanos. Passarão a usar farda para serem confundidos com os bandoleiros, serão acorrentados às camas dos principais líderes. E tem gente que os considera como os últimos românticos da América Latina, como lutadores de um mundo mais justo, o tal do “novo mundo possível”. Diante de coisas como essa eu me pergunto, é possível ficar em uma posição neutra entre o governo colombiano e as FARC? A população da Colômbia mostra que não. Mais de 80% apoiou o ataque das tropas federais.

Em um mundo melhor os países da América do Sul estariam em uníssono dando apoio à batalha de Uribe. A eliminação da guerrilha seria uma conquista e tanto para o continente. No mundo “possível” o presidente colombiano está quase que completamente isolado, apenas o Peru lhe é solidário. Que delinqüentes como Chávez, Corrêa e Morales apoiem as FARC é compreensível, mas que gente como Lula, Bachelet e Kirchner façam o mesmo só mostra que os autores de novo Manual do Perfeito Idiota Latino-americano estavam completamente errados: não existe esquerda vegetariana no continente, são todos carnívoros.

Ingrid Betancourt é apenas uma vítima destes “humanistas”.

O Editorial correto

Parabéns ao Estadão, fez o editorial correto sobre a crise entre Colômbia, Equador e Venezuela.

Lembrou que por várias vezes a Colômbia informou ao vizinho a existência de acampamento da FARC em seu território. Corrêa negava a possibilidade e afirmava que tinha uma posição neutra em relação aos conflitos internos da Colômbia. Particularmente não sei que neutralidade é possível entre um grupo narco-guerrilheiro-terrorista e um governo legitimamente constituído.

Lembrou também que logo após o ocorrido, Uribe ligou e conversou com Corrêa que, de volta aos seu programa de televisão, mostrava serenidade e informava que a Colômbia tinha eliminado guerrilheiros que haviam “invadido” seu território. Só mudou de atitude quando recebeu outra ligação, a de Chávez. Qual o motivo de tanta ascendência do bufão de Caracas sobre o presidente equatoriano?

Editorial do Estadão

Aliança sinistra com a FARC

Rafael Corrêa foi obrigado a admitir que estava sim negociando com a FARC. Tenta agora sair com o discurso humanista: estava tentando a liberação de 12 reféns, inclusive de Ingrid Bittencourt. Por que não comunicou a nenhum orgão internacional? Por que não informou à Colômbia? Este país já deu provas que não se opõe à libertação de reféns. É preciso ter bastante atenção: estão deixando que reféns sejam instrumento de proselitismo político de aliados da guerrilha. Isto só incentiva a prática de seqüestros e torna ainda mais lenta a libertação dos cativos. Afinal, a liberação fica condicionada a uma agenda política.

Até agora nenhuma linha dos governos Chávez e Corrêa com críticas à FARC. Só lembram, a todo instante, que o fato dos bandidos terem sido mortos de pijama mostra que o ataque foi covarde. É mesmo? Morreram dormindo, coisa que não permitiram a suas vítimas. Reforço: o fato de estarem de pijama mostra que estavam seguros que não teriam nada a temer. Por que? O que dava a eles tanta seguranças? As fotos mostram que o “acampamento” não tinha nada de improvisado, era permanente, e com direito a festinhas do grupelho.

A Folha de São Paulo entrou na onda da diplomacia brasileira afirmando que o mais importante era a invasão da fronteira do Equador. Não é. O mais importante é o abrigo de um estado a um grupo terrorista, um tipo de aliança que potencializa, em muito,  a ação da bandidagem. Basta lembrar que o 11 de setembro não seria possível sem a colaboração do Afeganistão. Diz o jornal que Uribe teria que primeiro denunciar à exaustão a ligação Corrêa-FARC. É? Para quem? Os governos latino-americanos lhe são francamente hostis e simpáticos à FARC, chegam a se associar a ela no Foro de São Paulo. Na ONU? A ONU tornou-se um instrumento de proselitismo de ditadores e bandidos do terceiro mundo. Só para ter uma idéia está sendo empossado, com colaboração brasileira, um representante cubano na comissão de direitos humanos. O problema? Cuba não permite inspeções da comissão em seu país. Não é uma graça?

Uribe tomou uma decisão firme. Não agir naquele momento era perder a oportunidade. Não é bobo, mas a Folha de São Paulo finge que sim. Diz que o certo seria pedir que as autoridades equatorianas os prendessem. Justamente as mesmas autoridades que negociavam com eles, ou seja, que já sabiam onde se encontravam.

Ainda há muito a ser revelado naqueles computadores, o presidente colombiano está em silêncio, algum motivo deve ter. Está soltando as informações aos poucos, é possível que esteja guardando o principal. Por isso pode estar deixando os falastrões falarem sem parar, aguardando o momento certo para mostrar esta aliança sinistra que se formou no continente.

300 milhões para as FARC

É isso aí. Os computadores do terrorista pançudo mostram que Chávez ajudou com 300 milhões a “causa” dos guerrilheiros, e mais, havia uma promessa de ajuda em Urânio. Falar mais o que?

Ah, o chanceler brasileiro afirmou que a Colômbia deve desculpas ao Equador, e sem justificativas.

Parece que tem um monte de figurão se borrando de medo com o que existe nestes computadores. O tal Reyes podia ser um extrume, mas estava bem atenado com a internet.

Todos contra Uribe

O blog Coturno Noturno, para variar, tem perguntas para lá de pertinentes. Por que o Equador protesta tão veementemente contra a invasão de sua fronteira pelas tropas colombianas, que caçavam terroristas, e até agora não falaram nada sobre a montagem de um acampamento das FARCs no mesmo território? Cadê uma manifestação de repúdio a invasão dos guerrilheiros?

Os governos do Brasil, Chile e Argentina movimentam-se para emparedar Uribe. É isso aí, quando abrimos a boca em política externa é para defender criminosos. Nunca descemos tão baixo em relações internacionais. A Colômbia tem mais é que fortalecer sua aliança com os Estados Unidos e dar uma sonora banana para esta gente. O estranho é o Chile entrar nesta furada, mas se até a França está embarcando…

Os defensores do terrorismo

A grande imprensa brasileira ignora qualquer sinal de que o tal Foro de São Paulo seja algo mais do que um bate-papo descontraído entre amigos, o que para mim já seria algo extremamente grave. Que espécie de bate-pato descontraído reuniria terroristas, partidos políticos, movimentos fora da lei e presidentes de repúblicas?

Este fim de semana, mais um capítulo. A Colômbia conseguiu uma grande vitória ao eliminar o número dois das FARCs, Raul Reyes, e mais 16 terroristas. O mais importante de tudo, tornou algumas posições mais claras.

Primeiro o presidente do Equador, Rafael Corrêa, retirou seu embaixador e colocou tropas na fronteira. Protesta contra a invasão de seu território, os colombianos teriam matado os guerrilheiros 2 km dentro de seu país. O problema é que fica cada vez mais nítido que seu governo, por intermédio de seu ministro do interior, dava abrigo ao grupo. Fala em soberania, mas que soberania é esta que dá abrigo e proteção a um grupo que pratica atos terroristas e de guerrilha contra um país vizinho? Argumenta que o ato foi covarde, os terroristas, sempre insisto na palavra, estavam de pijama quando foram mortos. Que espécie de terroristas são esses que dormem de pijamas no meio de uma guerra? Deveriam estar bem seguros de sua proteção, não?

Depois vem Hugo Chávez. Também retira seu embaixador e coloca seu exército na fronteira com a Colômbia. Por que? Estaria por acaso reforçando a segurança dos guerrilheiros abrigados em seu território? Em rede de televisão pede um minuto de silêncio por Raul Reyes. Poderia ter deixado mais explícito seu lado?

Os computadores apreendidos no acampamento estão sendo abertos diante de uma comissão internacional. Além dos laços com Corrêa mostram outras informações importantes. Existe um plano de liberação de reféns para fortalecer os chefes de governos aliados da guerrilha e enfraquecer a posição de Uribe. Os reféns estão sendo usados para atrair a simpatia para o movimento, que não renuncia a seu principal objetivo: tomar o poder de um presidente eleito democraticamente.

Por fim, Lula movimenta-se para servir de mediador entre Colômbia, Equador e Venezuela. É outra questão delicada. Apesar da imprensa ignorar o Foro de São Paulo, o próprio Lula afirma que ele não só é ativo como está empenhado em criar uma nova América Latina. Esta palavra, nova, sempre desperta minha desconfiança. O presidente brasileiro é sócio das FARC e desses governos aliados. Como poderia trabalhar como mediador?

O perigo de uma guerra no norte da América é real, e as conseqüências não podem ser medidas ainda. Alguns jornalistas brasileiros pedem calma aos três presidentes. Por que os três? Álvaro Uribe está fazendo o que foi eleito para fazer, combater o terrorismo que tantos males causa ao povo colombiano. Quem dá respaldo ao terror, à covardia, são Chávez e Corrêa.

Com silêncio cúmplice, e simpatia, de boa parte da mídia brasileira.

Um delinquente na ONU

Quase deixei de escapar esta notícia na Folha de ontem:

Por Marcelo Ninio, na Folha:
Um relatório preparado por um investigador das Nações Unidas afirma que o terrorismo palestino é “conseqüência inevitável” da ocupação israelense e pode ser comparado à resistência ao nazismo e à luta contra o apartheid, o antigo regime de segregação racial da África do Sul. A comparação enfureceu a diplomacia israelense, que considerou o documento uma espécie de luz verde da organização ao terror.

O que há com a ONU? Há muito que vejo, com horror, a sua transformação em instrumento de guerra ideológica de nações delinqüentes. Cada vez desconfio mais de seus critérios e de seus burocratas. Comparar o terrorismo palestino com a resistência ao nazismo é algo de um absurdo ímpar. Basta lembrar que a resistência sempre dirigiu sua força contra as tropas nazistas e estava reagindo a uma política de extermínio. Nada remotamente parecido ocorre em relação à ocupação israelense.

Muitos argumentam que era fácil resolver o problema, bastava Israel desocupar a palestina. Não é tão simples, a segurança do país está em jogo aí. Desocupar significa trazer os mísseis mais para perto de sua fronteira e se tornar um alvo mais fácil para grupos como o Hammas. É preciso lembrar sempre que a reação não é à invasão israelense, mas a sua própria existência. O objetivo é claro: varrer Israel do mapa.

Comparar desiguais é típico da delinqüência intelectual de nossos dias. Mas Alemanha Nazista com Israel? Aí fica forte até para os padrões normais.

A ONU não está acima do bem e do mal. Ela posa como uma instituição perfeita, sempre em defesa da humanidade. Desconfio imensamente dos  que protegem a humanidade. Cada vez mais.