Para reflexão

“Israel é um caso especial, realmente de povo eleito. O site eyeontheun.org faz a contagem de resoluções, decisões e informes das Nações Unidas sobre violações dos direitos humanos, confirmadas ou alegadas. Entre janeiro de 2003 e março de 2008, o alvo número 1 foi Israel: 635 condenações. Na seqüência, bem distantes, estão países com governos finíssimos como Sudão (280), República Democrática do Congo (209) e Mianmar (183). Aquela coisa horrenda que é a Coréia do Norte se safou com apenas 60 citações. What about it?”

Este trecho é de um artigo de Caio Blinder. Comento depois, com mais calma. A íntegra pode ser lida aqui.

Deu no NYT

Não há nada de novo na pergunta do New York Times sobre quem seria o dono da Amazônia. O jornal é a expressão da esquerda americana e do progressismo em geral. Defendem o aumento do controle global em detrimento dos conceitos tradicionais de soberania nacional.

Isso só mostra que um presidente democrata é sempre mais perigoso para os países em desenvolvimento, como o Brasil.

Lembro que em 2002, durante a campanha presidencial, Al Goore defendia o controle internacional sobre o território amazônico.

Para esta gente só digo uma coisa: mostrem-me suas florestas e começamos a discutir quem está habilitado a cuidar delas.

Enquanto isso, na Bolívia…

Santa Cruz é apenas a primeira província a se rebelar contra o socialismo do cocaleiro Evo Morales. É um passo importante contra o avanço vermelho no continente; seu exemplo deverá ser seguido por outras províncias e estará configurada a divisão do país. De um lado, o produtivo, responsável por 80% do PIB, de outro, os índios cocaleiros liderados por Morales.

Um presidente é eleito para governar todo o país, conciliar os diversos interesses em conflito e defender as leis vigentes. Morales não fez nada disso. Colocou-se como defensor de uma parte da sociedade, ou classe como gostam de repetir os socialistas, e atacou a lei vigente. Promove uma nova constituição sem que a oposição possa participar do processo, um claro ataque à democracia.

Para esta empreitada conta com o apoio explícito de dois outros populistas da região, Chávez e Corrêa, e o implícito do maior deles, Lula. Todos estão unidos na entidade que não existe, o Foro de São Paulo, que vai ganhar agora o reforço do Paraguai.

A democracia está sitiada na América Latina, reduzida à Colômbia, Peru e Guiana. O Chile, felizmente, já atingiu um nível de desenvolvimento que mesmo com uma presidente de esquerda, consegue se manter no rumo correto pois sua população não aceita mais um rumo contra a liberdade política e econômica.

O mundo anda para trás na América Latina.

Autonomia de Santa Cruz

A Igreja Católica pede paz em cada esquina da cidade de Santa Cruz de la Sierra, nas rádios, em faixas e cartazes. Mas, a quatro dias do referendo sobre a autonomia do departamento de Santa Cruz, são ignorados até os apelos da Organização dos Estados Americanos (OEA), que está em missão na Bolívia para evitar um confronto. Por todas as ruas centrais se agitam bandeiras e buzinas pelo sí no referendo – organizado pelo governo local e rechaçado pelo central – enquanto que nas periferias se organizam “quartéis generais” pelo no.

Não há nenhuma novidade aí, a esquerda alimenta-se da divisão interna da sociedade, é um de seus instrumentos de luta. O socialismo bolivariano não é diferente, muito pelo contrário. É preciso que a sociedade rache, de preferência que lute, para que o partido no poder a controle. É o caminho para o totalitarismo, mas um totalitarismo mais difuso e sutil, mascarado por uma democracia fajuta.

No Brasil várias atitudes do governo federal estão sendo tomadas para estimular divisões na sociedade. A política de cotas quer inaugurar o racismo no país, a política de demarcações de reservas causa o atrito entre índios e não índios, o patrocínio ao MST provoca uma luta entre agricultores e militantes no campo, a secretaria dos direitos humanos afronta os militares.

É preciso observar com atenção o que acontece nos países da vanguarda socialista da América Latina, Bolívia, Equador e Venezuela. Recebem o apoio de outros que caminham na mesma direção, mais devagar pois enfrentam instituições mais fortes, como o Brasil, o Chile e a Argentina.

Como sempre diz o Reinaldo Azevedo, Lula não faz o mesmo que Chávez e Morales porque não pode, não porque não quer.

Importantes apoios de Obama

Husseim Obama recebeu dois importantes apoios para as eleições americanas.

O primeiro de Daniel Ortega, um dos membros do Foro de São Paulo e que considera as FARCs como grupo beligerante que luta pela “justiça social”.

Outro dos próprio Hammas, o grupo terrorista que provoca o caos na Palestina há décadas. Segundo uma alto-funcionário da ONU (esta instituição merece um estudo mais profundo) um grupo de reação legítimo à opressão israelense, da mesma forma que os judeus e as resistências nacionalistas reagiram ao nazismo.

É preocupante que o mais poderoso exército do mundo possa ser simpático a grupos terroristas.

Os americanos deveriam ser pragmáticos. Seja qual for a indicação de gente como o Hammas, FARC, Foro de São Paulo, MST, PT, escolham o contrário. Não há como errar.

Hillary sobrevive

Inspirada em Rocky Balboa, Hillary continua obstinada em conseguir a nomeação de seu partido para as eleições de 2008. Venceu na Pensilvânia, último estado importante, e praticamente garantiu que a disputa vai até a convenção nacional democrata. Hussein Obama sentiu o golpe e na última semana esteve mais agressivo, saindo da posição “superior” que havia estrategicamente se colocado.

Tudo indica que muito suor e sangue ainda vai rolar até o meio do ano entre os democratas.

Para alegria de John McCain que novamente saiu-se vencedor em uma convenção do partido adversário. Sua principal preocupação é que a economia não desande de vez, se conseguir se manter até novembro tem boas chances de ser eleito.

Para quem era uma azarão completo, está bom demais.

Só um detalhe

Alguém sabe quanto o Paraguai gastou na construção de Itaipu? Não. É um número fácil de guardar:

0,00

De novo:

0,00

Se quer receber valor de mercado, que tal começar a pagar por sua metade?

Com a palavra o teólogo da escatologia da libertação.

Em tempo: Não tenho nenhum pré-conceito sobre o tal Lugo, mas ao vê-lo rezando ao lado de Frei Betto já tenho um pós-conceito bem definido…

Mais sobre alimentos

Ainda tentando entender a alto do preço dos alimentos e suas conseqüências, o site Mídia Sem Máscara apresenta um artigo de João Luiz Mauad apontando a relação do ambientalismo com o preço dos commodities agrícolas.

Ano passado o IPCC (leia-se ONU) apresentou um relatório que enfatizava a necessidade de se substituir os combustíveis fósseis pelo etanol. Governos, principalmente o americano, passaram a conceder subsídios para a produção do etanol, principalmente a partir do milho.

Mauad lembra a mais básica lei da economia, o sentido de sua própria existência que é solenemente ignorado. Os recursos são escassos. A economia trata da utilização destes recursos para atender a demandas infinitamente superiores. Quando se planta milho para produzir combustíveis, deixa de plantar para produzir alimentos. Até Fidel Castro entendeu a implicação da cruzada pelo etanol.

Alguns dados apresentados por Mauad:

Demanda de Milho para produção de etanol nos EUA:
Safra                 Demanda (milhões ton)
2005/06                    40,7
2006/07                    53,8
2007/08                    81,3
2008/09                    104

Fonte: Departamento de Agricultura dos EUA

No período de 4 anos a destinação do milho para produção do Etanol mais que duplicou. Por isso na semana passada um dos burocratas da ONU afirmou que a produção do Etanol era um “crime contra a humanidade”. No fundo a ONU quer que esqueçamos que foi ela própria que incentivou esta pantomina.

Segundo Mauad a alta do preço dos alimentos tem duas virtudes:

1. Tornará a produção de grãos para o consumo novamente atrativa, o que provocará o equilíbrio entre oferta e demanda.

2. Fará aumentar o investimento na produção e comercialização de grãos para o consumo, contribuindo para o equilíbrio a médio prazo.

Conclui:

Como se vê, quem melhor sabe o que produzir, como produzir, quanto produzir e como produzir – da forma mais eficiente – é o produtor, guiado pelo infalível mecanismo de preços livres do mercado, que por sua vez é comandado pelas demandas dos consumidores. Se os políticos e os burocratas deixassem a sua arrogância e “sapiência” de lado e entendessem isso, o mundo economizaria bilhões, jogados fora todo ano, graças às nefastas intervenções dos governos (aí incluída a maldita ONU) nesse processo.

Íntegra aqui.

Mais um avanço do Foro

O Foro de São Paulo, aquele que não existe, conseguiu mais uma avanço no continente ao eleger Lugo para a presidência do Paraguai. Aos poucos a América Latina vai se tornando vermelha; na verdade restava pouca opção para os Paraguaios que tiveram que escolher entre o ex-bispo e o General Oviedo.

A prova da degeneração e o sucesso do Gramscismo é justamente o fato do pensamento conservador ter que ser associado a uma pessoa como Oviedo. Os longos anos de conquista da intelectualidade pelo socialismo está levando a uma situação em que a população é obrigada a escolher entre opções de esquerda, como aconteceu no Brasil em 2002 com o confronto entre Serra e Lula.

É claro que o novo presidente vai renegociar o contrato da energia e o presidente brasileiro ficará ao lado do Foro e contra os interesses brasileiros, igual ao que aconteceu na Bolívia. Os brasileiros pagarão a conta com aumento nas já caras tarifas de energia. O pior é que grande parte da população e da mídia acredita ainda que temos um presidente nacionalista.