Parece que Sarah deixou atônitos os democratas da mídia americana que estavam prontos para retratá-la como uma caipira inexperiente. Ainda não assisti seu discurso mas pelo que li não deixou pedra sobre pedra, para desespero dos comentaristas da CNN que realmente não esperavam um desempenho tão contundente.
Parece não haver mais dúvidas no Partido Democrata que eles terão que desconstruir a mulher se quiserem levar as eleições; podem apostar que vem chumbo grosso pela frente. Não é apenas no Brasil que a esquerda constrói máquinas de destruir reputações.
Enquanto não assisto o vídeo segue algumas frases da noite de ontem (retiradas do Blog do Reinaldo que acompanhou a convenção pela CNN):
“Eu não sou membro do establishment político. E eu aprendi depressa, nestes dias, que, se você não é um membro da elite com boa reputação em Washington, então a mídia, só por isso, o considera um candidato despreparado. Mas aqui está uma novidade para repórteres e comentaristas: eu não vou para Washington para obter a sua aprovação. Eu vou para Washington para servir ao povo deste país”
Sarah Palin“Ser prefeita de uma cidade pequena é como ser um ativista comunitário, mas com responsabilidades reais”
Sarah Palin (refere-se ao passado de Obama, que era ongueiro antes de virar senador)“A diferença entre uma “hockey mom” e um pit bull é o batom”
Sarah Palin. “Hocey mom” é a mãe devotada que leva o filho ao treino de hockey. No Brasil, seria a “supermãe”. Brinca com uma das acusações que lhe fizeram, segundo a qual a sua experiência maior é mesmo ser mãe (de cinco filhos). Ela assume, mas deixa claro que é boa de briga.“Ela já tem [sozinha] mais experiência executiva do que toda a chapa democrata”
Rudolf Giuliani– “ [Obama] Só emprega a palavra ‘vitória’ quando é para falar de sua própria campanha”. Sarah Palin
– “Alguns políticos usam a mudança para promover suas carreiras. Outros, como John McCain, usam sua carreira para promover a mudança”. Sarah Palin
– “John McCain não é um homem que está buscando uma luta, mas ele é um homem que não tem medo de enfrentar uma”. Sarah Palin
– “O senador Obama e o senador Biden dizem que estão lutando por vocês. Vamos falar claramente: há só um homem que lutou por vocês: John McCain”. Sarah Palin
“Hockey mom” pode também ter uma conotação negativa já que os “hockey parents” são notórios por serem muitas vezes violentos e irracíveis. A violência que vemos nos jogos profissionais de hockey começa nas ligas infantis e muitas vezes incentivados pelos pais. Tem muita gente que revira os olhos por aqui quando alguem diz que fulano é um “hockey dad”.
Não estou dizendo que esse é o caso da Sarah Palin, claro.
O que eu acho perturbador não é a falta de experiencia ou a vida familiar, mas as investigações obre abuso de poder e os comentários de alguns residentes do Alaska que vi em alguns sites sobre a administração dela…
A esquerda sempre foi especialista em destruir reputações tanto no Brasil quanto no mundo. A essa altura existe um batalhão de investigadores trabalhando para os democratas e a mídia engajada para conseguir achar qualquer coisa que possa ser usada contra ela, independente da veracidade. O importante é lançar no ar a suspeita e deixar que a mídia faça o resto, como tentaram fazer jogando na rede a estória vergonhosa sobre a filha mais nova de Sarah.
Mas é desse modo que a esquerda consegue subir: destruindo reputações, elevando o tom nas acusações. É aquele surrado discurso: eu não gosto de falar mal de ninguém, mas o meu adversário etc etc etc. E acredite, Alexandra, para o bom esquerdista, os fins justificam os meios. Portanto, o importante é a meta: atingir a presidência, mesmo que para isso precisem passar por cima de seus adversários.
O que me alegra é que a Senhora Palin está se saindo uma guerreira de primeira! E já conseguiu o que queria: eclipsar o Obama. Winston, você já reparou o tom dos jornalistas da Globo, que querem a todo custo desqualificar o avanço dos republicanos?
Parece até que nós, espectadores tupiniquins, vamos decidir essa eleição…
franc1968,
Não é privilégio da mídia brasileira não, a americana, particularmente das grandes cidades da costa oeste, caíram em cima de Sarah Palin apelando até para o moralismo (como se os democratas ligassem para isso)!
Alguns links sobre a reação da mídia:
Heitor de Paola comentando o caso específico da Rede Globo:
http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=6854&language=pt
Hugh Hewitt e a mídia americana (em inglês):
http://hughhewitt.townhall.com/blog/g/9b700e35-6a2f-49ed-a80b-f5f44660dc77
Reinaldo Azevedo e a CNN:
http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/2008/09/leiam-abaixo-conveno-republicana-1.html
Sobre a Globo fico pensando: por que eles se preocupam em desqualificar a campanha republicana? Será que tem alguma coisa a ver com as pesquisas feitas recentemente mostrando que o brasileiro é na essência um conservador? Será o medo de nosso povo encontrar lá fora o tipo de discurso que gostaria de ouvir aqui dentro?
Assiti na integra o discurso de Sarah Palin, no inicio estava receosa com o que ela poderia dizer, afinal de contas discurso e com o Obama. Mas, ela ofuscou nao so o discurso de Obama como prendeu a atencao do publico e da midia. Mais uma vez McCain brilha ao confiar o cargo de VP a uma mulher, coisa que Obama menosprezou, alias nem convidou. Estou muito, muito feliz em encontrar pessoas neste blog como o Smith e Franc, traduzem realmente o que penso, dificil encontrar pessoas assim. Blog esta de Parabens!!!
Pelo que eu vi dos três discursos, quem protagonizou ataques a níveis pessoais foram os dois conservadores e não o representante da tão maligna “esquerda”
Aliás, falando nisso, o maior pecado do atual candidato liberal canadense – o mais “esquerdista” dos últimos tempos – é se recusar a atacar a reputação pessoal de seu adversário conservador, que não faz outra coisa. Os golpes da mídia conservadora são tão baixos quanto qualquer um da mídia “esquerdista” como vcs falam.
Eu acho que o que vcs atribuem como uma característica de candidatos ou mídia de esquerda não é restrito a esse campo e sim um mal que ataca o discuro político atual como um todo.
Ou será que ataques ao Obama não soam como ataques só porque talvez reflitam seus sentimentos?
Não li o discurso de Obama, apenas os de Palin e McCain. Não encontrei uma única passagem que faça ataque pessoal a Obama. Quando ele é citado é para apontas as contradições de seu discurso e para ressaltar uma diferença. Tudo isso faz parte do confronto político e é válido, o mesmo também cabe a Obama que citou McCain várias vezes em seu discurso pelo que soube.
Quais foram os pontos que os dois conservadores tocaram? Primeiro que Obama não tinha experiência suficiente para conduzir os Estados Unidos em tempos tão difíceis. Isso não é um ataque, é um fato. Cabe a ele convencer que a experiência não é necessária ou que é menos importante que outras qualidades.
McCain disse também que Obama vai aumentar os impostos. O próprio adversário admite e defende que se aumente os impostos para custear uma ampliação das políticas sociais.
Sarah disse que Obama só usa a palavra “vitória”para referir-se a própria candidatura. Não vi uma única linha de um democrata mostrando algum discurso em que Obama usou esta palavra para referi-se aos Estados Unidos. Seria fácil desmentir McCain se existisse.
Ataque é espalhar na internet que Sarah não seria mãe daquela criança com síndrome de down, que estaria cobrindo a filha. Parte da mídia embarcou na furada. Isso é difamação e acredito que outras virão por parte dos democratas. Será fácil provar que estou errado, não?
Por fim, se não acredita que a maior parte da mídia convencional é de esquerda então não temos muito que possamos discutir neste assunto. Certas coisas demonstram-se por si mesmas.
Eu coloquei o vídeo do discurso do Obama no meu blog. vc pode assistir se quizer.
Quando ao Obama aumentar os impostos, eu acho que há muito que impostos deveriam ser aumentados nos EUA. Eu discordo da tendência atual de se cortar impostos pra tudo sem pensar no que isso significa em termos de serviços prestados pra população como um todo. Os EUA precisam urgentemente de programas sociais pra ajudar a mitigar a crise social que vive – para um país tão avançado, é inaceitável a alta proporção de pessoas vivendo em extrema pobreza. E como se explica um país entre os mais ricos do mundo onde não existe licença maternidade?
Quanto ao fato da mídia ter ficado obcecada com a vida familiar da Sarah Palin, eu acho que o mesmo teria ocorrido se fosse alguém do lado democrata com essa história. Discussões de “bias” entre esquerda e direita aparte, a mídia americana adora um escândalo pessoal. Basta ver o que aconteceu com o Bill Clinton.
Não duvido que há muitos jornalistas americanos que votam democrata – acho que a maioria dos intelectuais o fazem – mas eu acho que a mídia americana vem perdendo sua liberdade de expressão há muito tempo. Há poucos assuntos em que ela pode criticar seriamente o governo sem ser taxada de “anti-americana”. Por que é essa a polarização que o Bush criou – ou vc está com ele, ou é anti-americano.
Dá até medo assistir a TV nos EUA – as notícias são super alarmistas, tudo para causar medo na população. Se vc assiste a mídia americana nos EUA, vc passa a ter medo de sair de casa. Não é nada surpreendente que tantas pessoas lá tenham armas em casa pra se defender. Esse tipo de ambiente cria um suporte grande pelo partido republicano que se beneficia dessa política do medo.
Podemos todos estudar as reportagens do New York Times e concluir que tem uma propensão de esquerda ou analiza assuntos de cunho social pelo ponto de vista de esquerda mas isso não tem influência nenhuma nas eleições. O americano médio não lê NYT. Ele vive no interior e lê a mídia local que reflete sua visão. Se ele mora em um estado como Texas ou Alabama, essa mídia será bem conservadora. O americano médio também não assiste CNN, ele assiste Fox News.
Pra colocar essa discussão sobre mídia em perspectiva, achei esse artigo bem interessante:
http://en.wikipedia.org/wiki/Media_bias_in_the_United_States