Festival de bobagens e um único parágrafo

No JB de hoje, assinado por Mauro Santayana:

É nesse contexto que devemos examinar os nossos problemas. Temos que escolher entre continuar na política de entrega dos recursos naturais aos estrangeiros, ou retomar o projeto nacional de desenvolvimento de Vargas e Juscelino. O neoliberalismo, sob a bênção polonesa do papa Wojtyla, contrariava o senso da realidade e já se encontra perempto. A Inglaterra passa pela pior fase de sua economia, desde o fim da II Guerra Mundial, destruída pela deregulation de Mme. Thatcher, e os Estados Unidos financiam a guerra e o desatino consumista de sua sociedade com dinheiro chinês.

Santayana conseguir juntar um acúmulo de bobagens sem tamanho em um único parágrafo. Vejamos.

Primeiro com a velha e surrada tese socialista da entrega de recursos naturais. Não se entrega recursos naturais, se vende o que é muito diferente. Com os lucros da venda pode-se investir no próprio negócio caminhando para o emprego cada vez maior de tecnologia e beneficiamento, como a Vale do Rio Doce faz no Brasil. Este é o grande problema das estatais, o governo tunga parte dos lucros e pouco se investe na produção, com o tempo vem a estagnação e o sucateamento.

O autor parece querer voltar no tempo e usar um modelo que já faz parte do passado e nem fez tanto benefício como se pensa. Vargas criou uma amarra institucional e estatista que perdura até hoje, Juscelino criou a aberração chamada Brasília a um custo absurdo.

Na frase seguinte, um dos grandes mantras da intelectualidade brasileira, o neoliberalismo. Ninguém sabe direito do que se trata mas dá um ibope danado falar nele. E Santayana ainda conseguiu colocar João Paulo II na equação! O que existe é liberalismo, o que é muito diferente.

No fim dos anos 70 a Inglaterra esta estagnada, sem grandes perspetivas de voltar a ser a grande nação da virada do século. Surgiu Margaret Thatcher e transformou o país com a agenda liberal de Friedman, a mesma que logo depois seria aplicada por Reagan. Depois de dez anos do Partido Trabalhista no poder o jornalista tem a cara de pau de colocar a culpa da nova estagnação na Dama de Ferro (essa eu faço questão de usar maiúsculas).

A última frase é só o anti-americanismo de sempre. Não adianta dizer ao ilustre colunista que os Estados Unidos não fizeram a guerra, foram atacados o que é bem diferente. Não sei bem o que ele quis dizer com financiamento com dinheiro chinês, talvez nem ele. Fica parecendo que a pobre China está se sacrificando para ajudar os americanos. É mentira grossa, a China é a maior beneficiada da sociedade de consumo americana, com as benção do partido democrata que dificulta a vida das empresas americanas em favor produtos chineses fabricados com mão de obra escrava.

Como vemos, realmente é muita bobagem para um parágrafo só.

Um pensamento sobre “Festival de bobagens e um único parágrafo

  1. Sobre a China não é só a relação comercial no sentido dos EUA comprarem produtos chineses, a China também é dona de mais de 300 bilhoes de dólares da dívida interna americana.

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