A justiça eleitoral e seus exageros

Faz tempo que tenho criticado o exagero da justiça eleitoral em certos temas, principalmente na exposição da mídia. Lembro que nas últimas eleições ela foi dura e impediu que se mostrasse na televisão os crimes que os petralhas e aliados estavam sendo processados. Tudo em nome de uma suposta “igualdade” de exposição.

Sempre que se iguala bandidagem com honestidade o resultado não pode ser bom.

Essa agora de condenar pré-candidato (afinal, o que é um pré-candidato?) por dar entrevista é uma exagero e tanto. Dizer que pode dar entrevista, só que não sobre temas políticos é uma completa extrapolação. Eu lá quero saber se Marta Suplicy ou José Serra plantam tulipas?

A democracia não é inimiga da política, muito pelo contrário. Seus excessos são combatidos com um único remédio: mais democracia.

O resto é conversa.

Ainda sobre o morro da Providência

Não estou defendendo o que foi feito no morro da Providência, nem de perto. Mas fiquei curioso com alguma coisas.

Primeiro é qual artigo que será enquadrado o Tenente. Assassinato? Mandar matar? Não conheço bem o direito mas acho difícil este enquadramento pois seria reconhecer a existência de um grupo criminoso com endereço certo, neste caso os assassinos deveriam estar presos e não a solta nos morros. Se o estado permite que eles exerçam suas atividades criminosas, então assume a responsabilidade por seus atos.

Se o estado não tinha provas e nem processos para prendê-los, é porque não eram criminosos. Neste caso, o Tenente não era obrigado, legalmente, a adivinhar que cometeriam o crime.

Pode-se considerar a atitude dos militares do jeito que quiserem, mas não foram eles que assassinaram os três rapazes. Estou chamando de rapazes mas parece claro que não eram trabalhadores tentando ganhar a vida honestamente. Acho que a justiça terá enorme trabalho em sequer enquadrar os militares, quanto mais condená-los.

Isso me lembra uma estória que houve do pai de um amigo meu que não tem nada a ver com a confusão, ou tem, fica a critério do leitor.

Perguntei uma vez o que ele lembrava dos anos de chumbo da “ditadura militar”. Ele respondeu com a maior simplicidade do mundo.

__ Nada, eu estava trabalhando.

Estudo do IBT e a verdade sobre os impostos

Números que dizem tudo:

2002 – 33,06%
2003 – 34,78%
2004 – 35,39%
2005 – 36,47%
2006 – 35,99%
2007 – 37,03%
2008 – 38,90%

Trata-se da evolução da carga tributária brasileira em relação ao PIB, medida sempre no primeiro trimestre de cada ano. O governo acha pouco, como pode ser observado pela instituição da CSS.

Assuntos da semana que passou 2: o papel de Tarso Genro na deportação dos cubanos

Outra notícia da semana passada foi que ficou mais claro a participação de Genro na vergonhosa deportação dos dois lutadores cubanos para os braços moribundos de Fidel, aquele que até o capeta se recusa a receber.

Vergonhosa para o país, mas dentro dos planos dos membros brasileiros do Foro de São Paulo.

Se vigorasse no Brasil uma democracia verdadeira, ou completa, os dois receberiam asilo político. Como não funciona, receberam o pé na bunda mais rápido da história. Afinal, asilo é só para narco-terrorista como o tal Medina.

E tem gente que o governo brasileiro é ideologicamente neutro…

Morro da Providência: trajédia anunciada

É claro que colocar soldados do exército convivendo com o crime organizado uma hora ia dar no que deu, uma verdadeira tragédia anunciada. A tendência é acirrar cada vez mais os ânimos e não será nenhuma surpresa se acontecerem mais mortes, principalmente se começar uma política de retaliação.

Não vou discutir aqui se o Exército deve subir o morro para combater o tráfico ou não, o problema é outro. O que faz o exército lá? Obras do PAC? Uma coisa é o Exército trabalhar na duplicação da BR-101, utilizando tecnologia de ponta, uma obra de grande envergadura, executando as mesmas missões que faria em uma guerra. Outra, bem diferente, é fazer casas populares dentro de uma favela em convivência pacífica com a bandidagem.

Não vejo como acontecer esta convivência sem a promiscuidade. Se apenas o Exército teria condições para realizar estas obras, que primeiro expulsassem os traficantes de lá. Mas não pode, né? Existem muitos interesses políticos envolvidos, não é difícil imaginar as conexões entre a bandidagem e as forças políticas do Rio de Janeiro.

No fim, este arranjo absurdo onde o Exército sobe o morro e fecha os olhos para o que acontece ao seu redor.

Agora a confusão está armada.

Assuntos da semana que passou um: a CSS

O governo conseguiu re-editar a CPMF com um novo nome, a tal CSS. A vitória na câmara, no entanto, deixou de ser considerada como uma verdadeira vitória, a margem foi muito pequena, apenas dois votos. Lembrando que a prorrogação da CPMF, a original, passou com folgas entre os deputados, fica muito difícil aprová-la no Senado. Isso quer dizer que o governo perdeu?

Não necessariamente. O governo entrou nesta briga apostando em todos os resultados possíveis. Aprovando o Frankstein, conseguiria mais dinheiro para seu caixa. Reprovando o novo imposto, joga no colo da oposição, com colaboração da imprensa, a fama de jogar contra a Saúde.

Digo com colaboração da imprensa porque esta se contenta em ficar registrando o discurso dos governistas, entre eles o próprio presidente, que a oposição derrubou a CPMF e, portanto, é contra recursos para saúde. O que a imprensa não diz é que o governo tinha votos de sobra para aprová-la, não o fez porque não conseguiu mobilizar sua base política. Sempre esteve nas mãos da base aliada a aprovação ou não da CPMF.

Se for aprovado o imposto no Senado, sempre é possível com o controle do caixa, ainda restará o STF. Aí o buraco é bem mais embaixo pois o imposto é claramente anti-constitucional.

Em resumo, o governo apostou na boa. Qualquer que seja o resultado, sai ganhando. À oposição resta bater na tecla que o governo já tem recurso suficiente, não faz mais porque não quer.

De volta

Foi uma semana ausente, por motivos profissionais.

Estive isolado, sem acesso à internet, sem ver televisão ou ler jornais. Bom para pensar um pouco.

Hoje dei uma rápida olhada nas últimas notícias. O mesmo de sempre, muita podridão, falta de vergonha, de pudor.

Tem horas que dá vontade de voltar para a alienação, a doce alegria da ignorância.

Não sei bem o por quê, mas continuo. Lendo, meditando, escrevendo. Tentando entender um pouco este mundo estranho, onde o mal parece sempre prevalecer sobre o bem. Especialmente em um país onde se perdeu a compostura e se afunda cada vez mais na lama em que se meteu.

Amanhã volto com corda total.

Guinada européia para direita?

Folha:

ROMA – Para quem acompanhou as eleições na França, na Espanha e na Itália, as mais importantes da Europa nos últimos 12 meses, fica difícil discordar de Lluís Bassets, colunista do jornal espanhol “El País”, quando escreve: “Enquanto a paixão política parece desertar de um continente europeu direitizado e envelhecido, as longas eleições presidenciais norte-americanas estão dando nova vida à sua democracia e levantam de novo a paixão política entre seus cidadãos”.

Comento:

Esta é uma destas mistificações grosseiras da atualidade. A direita européia está muito mais para a esquerda americana do que para o pensamento conservador. Basta lembrar que o “direitista” Sarkozy colocou-se em posição “neutra” entre as FARCs e a Colômbia e age reiteradamente contra o governo Bush nos fóruns europeus.

Berlusconi não é de direita, mas sim um populista nacionalista e com sérios interesses econômicos atravessados às questões de Estado. Mas existe sempre uma tendência da esquerda jogar o que não gosta no colo da direita. E muita gente cai nesta conversa fiada.

Barack Obama uma nova vida à polícia? É engraçado isso, ser de direita é envelhecer e perder a paixão política. Ser de esquerda é um frescor, é uma paixão. O que há de novo em Obama? Não vejo nada mais do que o velho populismo latino-americano tentando entrar nos Estados. Troque seu discurso de negritude pelo de retirante operário e teremos o próprio Lula. Pronto para mudar a sociedade injusta que privilegia os ricos em detrimento dos pobres.

O que me anima é que vejo cada vez mais gente, principalmente na internet, defendendo os valores conservadores. Com o tempo poderá se formar uma consciência crítica em condições de enfrentar esta teoria da “superioridade moral da esquerda” que tomou conta não só do Brasil como em boa parte do mundo, principalmente na Europa.

A internet está fora do controle desta gente, não há como limitar o pensamento pela rede. É possível boicotar e esconder um grande pensador como Gustavo Corção no meio editorial brasileiro, mas não há como impedir a difusão de um Reinaldo Azevedo na blogosfera, um Olavo Carvalho, um Diogo Mainardi. Temos muito a aprender sobre a influência da internet no referendo sobre a venda das armas. Foi uma ocasião histórica em que a anarquia cibernética enfrentou e venceu a poderosa aliança governo-congresso-mídia.

Ainda tenho minhas esperanças de ver uma verdadeira guinada para a direita da Europa; uma guinada centrada na defesa dos valores ocidentais, da tradição judaico-cristã. Devemos ter orgulho dela, e não vergonha. É preciso restaurar a crença em valores superiores, que sejam um norte moral para a humanidade. Antes que seja tarde.

Gays no Exército

Foi um espetáculo deprimente. Primeiro uma entrevista na Época, depois uma aparição do conceituadíssimo programa Superpop; tudo na busca dos tais 15 minutos de fama. Os dois sargentos do exército promoveram uma lambança danada e fizeram uma coisa que não se deve, cuspiram no prato que comeram.

Diante da constituição de 1988 e do novo ordenamento jurídico do país o Exército tomou a única atitude que podia diante do homossexualismo na Força: fechou os olhos. Não perguntou para não ter que escutar a resposta.

Mas estes gloriosos militares não ficaram satisfeitos, quiseram também afrontar a instituição e seus códigos de valores. Um deles era, inclusive, um desertor. O mais ridículo das matérias foi a utilização da camiseta camuflada, quer dizer que nesta hora querem ser associados à instituição que tanto desprezam?

Além da deserção cometeram uma transgressão disciplinar ao concederem entrevistas sem autorização. Esta regra tem uma razão de ser, quando um militar aparece na imprensa ele perde sua identidade e passa a espelhar o próprio Exército.

O desertor foi preso, já havia ordem judicial neste sentido. Até os direitos humanos já apareceram para prestar sua assistência, as mesmas instituição que são incapazes de dar uma palavra de consolo para as famílias das vítimas dos traficantes no Rio de Janeiro, especialmente se forem policiais.

Claro que Temporão tinha que meter sua colher também. Veio defender a necessidade do estado realizar cirurgias de mudança de sexo para atender a uma “demanda da sociedade”. Ora ministro, vá combater mosquitos da dengue! Cuidar da saúde deve ser algo realmente muito chato já que só quer saber de aborto, eutanásia e agora, mudança de sexo. Lembro que quando foi indicado a imprensa se referiu a ele como médico sanitarista. Está mais como militante do politicamente correto.

Tem um pensamento do Arnaldo Jabour que representa bem o que está acontecendo:

Antigamente o homossexualismo era condenado no Brasil. Depois passou a ser tolerado. Agora é normal. Vou-me embora antes que seja obrigatório…

Obama X McCain

Bem, Hillary foi realmente atropelada por Barack Obama, que disputará com McCain a presidência dos Estados Unidos.

Esta cadeira é muito importante para o mundo pois o governo americano é a maior resistência hoje contra o governo global e o novo totalitarismo que se consolida com vários disfarces. Enquanto a Europa se enterra cada vez mais em um humanismo que a afasta de sua tradição judaico-cristã, apenas os americanos parecem ainda preocupados na defesas de valores ligados a sua história.

Obama me parece um grande perigo, um lobo na pele de cordeiro, disposto a fazer uma suposta paz com os radicais islâmicos a qualquer custo; preço este que pode ser altíssimos. Estamos falando de um grupo de pessoas que tem em suas mentes um objetivo bem claro: a destruição dos valores ocidentais. Como estabelecer uma relação amistosa com gente assim?

Pelo menos neste aspecto a posição de McCain se afasta de Obama, ele é claramente a favor da vitória no Iraque. Vitória hoje que parece bem mais possível do que há dois anos. O plano de Obama á fuga com o rabo entre as pernas e a aceitação de uma derrota que não aconteceu. Como foi feito no Vietnã há algumas décadas e resultou em massacres na guerra civil que tomou conta do país após a criminosa retirada americana.

O problema de McCain são suas posições liberais. É uma espécie de esquerdista infiltrado entre os republicanos, mas não vejo outra escolha possível. Os americanos encontram-se na difícil decisão entre dois candidatos de esquerda, um dentro do partido republicano e outro no democrata. O primeiro parece mais confiável, pelo menos na manutenção da ocupação do Iraque. O segundo parece cada vez mais com uma imensa armadilha.

Este blog tem seu candidato, mesmo que de utilidade. Avante McCain!