Editorial Folha:
Numa rara convergência, economistas de correntes rivais puseram-se de acordo sobre a necessidade de o governo reduzir as despesas de manutenção da máquina pública e, aproveitando-se também da disparada na arrecadação tributária, aumentar sua poupança para abater dívida, o superávit fiscal. Seria a melhor maneira de ampliar a eficácia do freio que o Banco Central, por meio da elevação da taxa básica de juros, começa a aplicar sobre a demanda.
Mas a idéia que entrou cristalina na engenhoca de fazer política do governo Lula -enquanto esta produzia aumentos salariais bilionários para o funcionalismo– saiu de lá enxertada. Transformou-se no Fundo Soberano do Brasil. O resultado da enxertia é uma poupança adicional modesta (meio ponto percentual do PIB) com destinação nebulosa. Pode ser usada para comprar dólares e investir em companhias brasileiras fora do país; pode abater dívida interna. Um fundo oficialmente confuso: “híbrido”, na palavra do ministro.
Comento:
Entendo patavinas de economia, mas acho que este tal fundo ainda vai dar muito o que falar. Ainda mais por ser criação da mente de Mantega.
Saudações.
Para entender o que vem a ser a novidade Fundo Soberano do Brasil é importante saber que não temos “poupança” nenhuma.
Logo, o governo “quebrado” têm essa pressa em promover uma poupança adicional modesta (meio ponto percentual do PIB).
A seguir, coloco uma “experiência pessoal” para facilitar o entendimento (da falta de poupança e necessidade da criação do Fundo), fugindo do “economês”:
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Outro dia, estava eu tomando cachaça num bar da Portelinha, quando três outros fregueses entraram.
Um cego, o outro caolho e o chefão Juvenal Antena.
O cego:
Viu como o Brasil consegue investidores estrangeiros com a maior facilidade?
O caolho:
Que nada, eles vem para o Brasil encher o bolso, porque o Brasil paga os maiores juros do paneta.
Juvenal Antena:
Gente, o juro é a remuneração que o tomador de um empréstimo deve pagar ao dono do capital.
Quanto maior o risco, maior o juros.
Logo, se o Brasil tem alto risco, os juros terão de ser os maiores do planeta.
O cego:
É, mais a custa disso está cada dia aumentando o Superávit.
Estamos batendo o recorde em cima de recorde, é a época de maior arrecadação.
O caolho:
Eu não gosto de falar, mas naquela época de 64 eles investiram direitinho, toda infra-estrutura que temos hoje devemos a ditadura.
Hoje, estamos investindo zero em saúde, zero em segurança e zero em educação.
Juvenal Antena:
Superávit é o faturamento(ou lucro) superior às previsões realizadas para o período.
Em orçamentos públicos, o superávit significa uma arrecadação superior à prevista.
Mudei de lugar no balcão, para ficar longe dos três.
Como eu já estava de cuca cheia, pensei:
Têm-se superávit (entrou dinheiro pra caramba) e não investimos nada ….alguma coisa está errada.
Gastamos tudo para pagar as dívidas !!!
É como voce pagar sòmente o juros do cartão de crédito !!!
Talvez seja por isso que os estrangeiros recebem tanto juros para “investir” aqui.
Com certeza eles sabem que estamos a zero, mas como a ganância é grande…..vale a pena correr o risco !!!
Ups.
Somos um país de alto risco, sem poupança, sem lastro !!!
Passando a régua………ESTAMOS QUEBRADOS !!!
Voltei a tomar mais umas, para aliviar as minhas máguas, e justifico a minha próxima ida até lá no bar porque a favela “só tem amor pra dar” !!!
Atenciosamente.
Manoel Vigas