
Mês: março 2008
O Editorial correto
Parabéns ao Estadão, fez o editorial correto sobre a crise entre Colômbia, Equador e Venezuela.
Lembrou que por várias vezes a Colômbia informou ao vizinho a existência de acampamento da FARC em seu território. Corrêa negava a possibilidade e afirmava que tinha uma posição neutra em relação aos conflitos internos da Colômbia. Particularmente não sei que neutralidade é possível entre um grupo narco-guerrilheiro-terrorista e um governo legitimamente constituído.
Lembrou também que logo após o ocorrido, Uribe ligou e conversou com Corrêa que, de volta aos seu programa de televisão, mostrava serenidade e informava que a Colômbia tinha eliminado guerrilheiros que haviam “invadido” seu território. Só mudou de atitude quando recebeu outra ligação, a de Chávez. Qual o motivo de tanta ascendência do bufão de Caracas sobre o presidente equatoriano?
Lupi e o afastamento do PDT
Perdido no meio da crise entre os países andinos e a farra dos cartões, está sendo revelado um esquema de favorecimento no ministério do trabalho aos pelegos do PDT, novamente através de ONGs. A CGU já tinha levantado o incoveniente de um presidente de partido ser ministro ao mesmo tempo. Seguindo a sugestão de José Múcio, que enxerga mais longe, Carlos Lupi resolveu deixar o PDT. É claro que manterá o comando da legenda através de outro, o importante, como disse o líder do governo, é manter a chave do cofre. Pronto, está resolvida mais uma questão ética do atual governo!
Aliança sinistra com a FARC
Rafael Corrêa foi obrigado a admitir que estava sim negociando com a FARC. Tenta agora sair com o discurso humanista: estava tentando a liberação de 12 reféns, inclusive de Ingrid Bittencourt. Por que não comunicou a nenhum orgão internacional? Por que não informou à Colômbia? Este país já deu provas que não se opõe à libertação de reféns. É preciso ter bastante atenção: estão deixando que reféns sejam instrumento de proselitismo político de aliados da guerrilha. Isto só incentiva a prática de seqüestros e torna ainda mais lenta a libertação dos cativos. Afinal, a liberação fica condicionada a uma agenda política.
Até agora nenhuma linha dos governos Chávez e Corrêa com críticas à FARC. Só lembram, a todo instante, que o fato dos bandidos terem sido mortos de pijama mostra que o ataque foi covarde. É mesmo? Morreram dormindo, coisa que não permitiram a suas vítimas. Reforço: o fato de estarem de pijama mostra que estavam seguros que não teriam nada a temer. Por que? O que dava a eles tanta seguranças? As fotos mostram que o “acampamento” não tinha nada de improvisado, era permanente, e com direito a festinhas do grupelho.
A Folha de São Paulo entrou na onda da diplomacia brasileira afirmando que o mais importante era a invasão da fronteira do Equador. Não é. O mais importante é o abrigo de um estado a um grupo terrorista, um tipo de aliança que potencializa, em muito, a ação da bandidagem. Basta lembrar que o 11 de setembro não seria possível sem a colaboração do Afeganistão. Diz o jornal que Uribe teria que primeiro denunciar à exaustão a ligação Corrêa-FARC. É? Para quem? Os governos latino-americanos lhe são francamente hostis e simpáticos à FARC, chegam a se associar a ela no Foro de São Paulo. Na ONU? A ONU tornou-se um instrumento de proselitismo de ditadores e bandidos do terceiro mundo. Só para ter uma idéia está sendo empossado, com colaboração brasileira, um representante cubano na comissão de direitos humanos. O problema? Cuba não permite inspeções da comissão em seu país. Não é uma graça?
Uribe tomou uma decisão firme. Não agir naquele momento era perder a oportunidade. Não é bobo, mas a Folha de São Paulo finge que sim. Diz que o certo seria pedir que as autoridades equatorianas os prendessem. Justamente as mesmas autoridades que negociavam com eles, ou seja, que já sabiam onde se encontravam.
Ainda há muito a ser revelado naqueles computadores, o presidente colombiano está em silêncio, algum motivo deve ter. Está soltando as informações aos poucos, é possível que esteja guardando o principal. Por isso pode estar deixando os falastrões falarem sem parar, aguardando o momento certo para mostrar esta aliança sinistra que se formou no continente.
300 milhões para as FARC
É isso aí. Os computadores do terrorista pançudo mostram que Chávez ajudou com 300 milhões a “causa” dos guerrilheiros, e mais, havia uma promessa de ajuda em Urânio. Falar mais o que?
Ah, o chanceler brasileiro afirmou que a Colômbia deve desculpas ao Equador, e sem justificativas.
Parece que tem um monte de figurão se borrando de medo com o que existe nestes computadores. O tal Reyes podia ser um extrume, mas estava bem atenado com a internet.
Todos contra Uribe
O blog Coturno Noturno, para variar, tem perguntas para lá de pertinentes. Por que o Equador protesta tão veementemente contra a invasão de sua fronteira pelas tropas colombianas, que caçavam terroristas, e até agora não falaram nada sobre a montagem de um acampamento das FARCs no mesmo território? Cadê uma manifestação de repúdio a invasão dos guerrilheiros?
Os governos do Brasil, Chile e Argentina movimentam-se para emparedar Uribe. É isso aí, quando abrimos a boca em política externa é para defender criminosos. Nunca descemos tão baixo em relações internacionais. A Colômbia tem mais é que fortalecer sua aliança com os Estados Unidos e dar uma sonora banana para esta gente. O estranho é o Chile entrar nesta furada, mas se até a França está embarcando…
Os defensores do terrorismo
A grande imprensa brasileira ignora qualquer sinal de que o tal Foro de São Paulo seja algo mais do que um bate-papo descontraído entre amigos, o que para mim já seria algo extremamente grave. Que espécie de bate-pato descontraído reuniria terroristas, partidos políticos, movimentos fora da lei e presidentes de repúblicas?
Este fim de semana, mais um capítulo. A Colômbia conseguiu uma grande vitória ao eliminar o número dois das FARCs, Raul Reyes, e mais 16 terroristas. O mais importante de tudo, tornou algumas posições mais claras.
Primeiro o presidente do Equador, Rafael Corrêa, retirou seu embaixador e colocou tropas na fronteira. Protesta contra a invasão de seu território, os colombianos teriam matado os guerrilheiros 2 km dentro de seu país. O problema é que fica cada vez mais nítido que seu governo, por intermédio de seu ministro do interior, dava abrigo ao grupo. Fala em soberania, mas que soberania é esta que dá abrigo e proteção a um grupo que pratica atos terroristas e de guerrilha contra um país vizinho? Argumenta que o ato foi covarde, os terroristas, sempre insisto na palavra, estavam de pijama quando foram mortos. Que espécie de terroristas são esses que dormem de pijamas no meio de uma guerra? Deveriam estar bem seguros de sua proteção, não?
Depois vem Hugo Chávez. Também retira seu embaixador e coloca seu exército na fronteira com a Colômbia. Por que? Estaria por acaso reforçando a segurança dos guerrilheiros abrigados em seu território? Em rede de televisão pede um minuto de silêncio por Raul Reyes. Poderia ter deixado mais explícito seu lado?
Os computadores apreendidos no acampamento estão sendo abertos diante de uma comissão internacional. Além dos laços com Corrêa mostram outras informações importantes. Existe um plano de liberação de reféns para fortalecer os chefes de governos aliados da guerrilha e enfraquecer a posição de Uribe. Os reféns estão sendo usados para atrair a simpatia para o movimento, que não renuncia a seu principal objetivo: tomar o poder de um presidente eleito democraticamente.
Por fim, Lula movimenta-se para servir de mediador entre Colômbia, Equador e Venezuela. É outra questão delicada. Apesar da imprensa ignorar o Foro de São Paulo, o próprio Lula afirma que ele não só é ativo como está empenhado em criar uma nova América Latina. Esta palavra, nova, sempre desperta minha desconfiança. O presidente brasileiro é sócio das FARC e desses governos aliados. Como poderia trabalhar como mediador?
O perigo de uma guerra no norte da América é real, e as conseqüências não podem ser medidas ainda. Alguns jornalistas brasileiros pedem calma aos três presidentes. Por que os três? Álvaro Uribe está fazendo o que foi eleito para fazer, combater o terrorismo que tantos males causa ao povo colombiano. Quem dá respaldo ao terror, à covardia, são Chávez e Corrêa.
Com silêncio cúmplice, e simpatia, de boa parte da mídia brasileira.
O julgamento do STF sobre celulas embrionárias
Tenho muito mais dúvidas do que certezas sobre esta questão que o Supremo vai julgar. Andei lendo algo a respeito neste fim de semana, pelo menos para tentar entender melhor a questão.
Não li ainda, mas pelo que fiquei sabendo a entrevista das páginas amarelas da Veja desta semana, de uma das especialistas brasileiras da área mostra, com bons argumentos, que não há relação entre a destruição de uma célula embrionária com a questão do aborto, como muitos tentam fazer. Segundo o que entendi, as células são fecundadas in vitru e sua destruição é natural. Para que a concepção se completasse é necessário uma ação humana. É diferente do aborto. Neste caso, há a formação do feto sem interferência humana.
O que levanta uma questão importante, a liberação da pesquisa com célula embrionária não pode ser confundida como um sinal verde para o aborto, são debates totalmente diferentes. Igualar desiguais é uma das empulhações científicas e intelectuais mais freqüentes.
Outro ponto importante, é que a pesquisa já é autorizada em boa parte do mundo. Sei que o aborto também é, mas novamente, são questões diferentes. O aborto é um fim em si mesmo, a destruição da célula é apenas o início de um processo de pesquisa.
Parece que ainda há muita controvérsia sobre a eficiência desta pesquisa, a célula adulta já tem mostrado melhores resultados. Mas isso é com os cientistas.
A minha preocupação maior é a manipulação do embrião para “corrigir” o ser humano. Onde isto poderá levar? Fico pensando em Admirável Mundo Novo de Huxley, na fábrica de produção de bebês. As perfeições (e imperfeições) planejadas e fruto de manipulação genética. Mais recentemente teve o filme Gattaca, também me deixou desconfortável. A idéia do ser humano brincando de demiurgo não me é nem um pouco agradável.
Por fim, querem vender jornais com a manchete de ser a luta da razão contra a fé. Nada parece ser mais falso. A ciência não pode ter um cheque em branco para fazer o que bem entende, o nazismo está aí para mostrar os horrores da pesquisa sem reflexão filosófica. E a religião tem participação nisso por ser um dos depositários da filosofia moral, ela faz parta da discussão ética na medida que está relacionada com o sentido de cosmos para seus crentes. Muito das restrições éticas para as pesquisas tiveram origem em questionamentos religiosos, particularmente da Igreja Católica.
É preciso muito cuidado e muita serenidade nesta discussão. Que Deus ilumine nossos ministros, eles vão precisar. Tendo fé ou não.
Um delinquente na ONU
Quase deixei de escapar esta notícia na Folha de ontem:
Por Marcelo Ninio, na Folha:
Um relatório preparado por um investigador das Nações Unidas afirma que o terrorismo palestino é “conseqüência inevitável” da ocupação israelense e pode ser comparado à resistência ao nazismo e à luta contra o apartheid, o antigo regime de segregação racial da África do Sul. A comparação enfureceu a diplomacia israelense, que considerou o documento uma espécie de luz verde da organização ao terror.
O que há com a ONU? Há muito que vejo, com horror, a sua transformação em instrumento de guerra ideológica de nações delinqüentes. Cada vez desconfio mais de seus critérios e de seus burocratas. Comparar o terrorismo palestino com a resistência ao nazismo é algo de um absurdo ímpar. Basta lembrar que a resistência sempre dirigiu sua força contra as tropas nazistas e estava reagindo a uma política de extermínio. Nada remotamente parecido ocorre em relação à ocupação israelense.
Muitos argumentam que era fácil resolver o problema, bastava Israel desocupar a palestina. Não é tão simples, a segurança do país está em jogo aí. Desocupar significa trazer os mísseis mais para perto de sua fronteira e se tornar um alvo mais fácil para grupos como o Hammas. É preciso lembrar sempre que a reação não é à invasão israelense, mas a sua própria existência. O objetivo é claro: varrer Israel do mapa.
Comparar desiguais é típico da delinqüência intelectual de nossos dias. Mas Alemanha Nazista com Israel? Aí fica forte até para os padrões normais.
A ONU não está acima do bem e do mal. Ela posa como uma instituição perfeita, sempre em defesa da humanidade. Desconfio imensamente dos que protegem a humanidade. Cada vez mais.