Educação

Está chovendo dados por todos os lados comprovando o que muita gente já sabia: o sistema educacional do Brasil além de ser falido consegue ainda ser um dos piores do mundo. Está no nível da África subsaariana o que é incompatível para o PIB do país. É lógico que esta estrutura é mantida de propósito, não interessa à nossa classe política a educação de nossa população. E a grande prova está a caminho. O ministro da educação troca a cada ano, e é um dos ministérios considerados descartáveis na distribuição do poder. Tanto que já foi ocupado até por Tarso Genro. Rumores indicam que o próximo deverá ser Marta Suplicy. Só por aí já se imagina a “vontade” do governo em tentar melhorar a situação.

Não precisam muitos dados estatístico para descobrir que a educação de base é o que temos de pior em termos de educação, principalmente na escola pública. O grande motivo, para variar, é a constituição que colocou-a sob responsabilidade das prefeituras. A grande questão aí é falta de recursos. O Brasil é altamente centralizador em termos de arrecadação e os municípios vivem dependendo de esmolas dos governos federal e estaduais. Se for de oposição então o prefeito está virtualmente ferrado. Que federação, hein?

Já o governo federal, que tem a maior parte dos recursos investe fundamentalmente no ensino universitário. Fica difícil imaginar como vai resolver o problema no topo da pirâmide. Testes mostram que a esmagadora maioria de nossos alunos no ensino médio não conseguem entender o texto que leêm. O que vão fazer na universidade então é uma incógnita. O fato é que pagamos para que quem tem condições de pagar estudem (?!). Nessa hora os defensores das universidades públicas afirmam que existem uma boa porcentagem de alunos oriundos de escola pública nestas mesmas universidades. Só esquecem de dizer os cursos: letras, pedagogia, geografia, etc. Nada contra estes cursos, em qualquer país sério deveriam ser muito valorizados por lidar com o principal fator para o desenvolvimento: a educação. Só que no Brasil são cursos desprezados pela elite (odeio usar este termo mas não encontrei outro), que preferem medicina, direito e engenharia. Qual é a porcentagem de alunos oriundos de escola pública na medicina da USP? E na UFRJ?

O próprio sistema educacional está ultrapassado e não funciona. Ainda utilizamos técnicas de ensino de 50 anos atrás, e nesta tiro toda a culpa dos professores que não possuem condições, em geral, de se atualizar e buscar novas soluções. Mostram sim uma persistência e um amor à profissão invejável considerando as condições a que estão submetidos.

Tudo isso na visão de um leigo. Procure um texto ou um artigo de um especialista, de preferência sem viés político socialista (são raros) e o diagnóstico é ainda muito mais assustador. O mais triste é que não se vê melhoras, apenas a deterioração do que está aí.

Enquanto isso o governo gasta o tempo preparando cartilhas. Parece brincadeira de mal gosto. Infelizmente é.

3 pensamentos sobre “Educação

  1. E pela minha experiencia em 5 universidades cursando direito e conversando recentemente com um amigo que é professor universitário e coordenador de um curso de administração, eu acho que nem as universidades se safam da baixa qualidade do ensino no nosso país. Tanto os professores quanto os alunos não querem nada… Eu fico abismada com o desperdício de talento no nosso país quando vejo profissionais do calibre da LN, perdendo tempo e energia fazendo concursos sem sentido…

  2. Saiu no El Pais sobre o jogo do Real Sociedad x Real Madrid:
    “El gol del delantero holandés [Van Nistelroy] trasladó la tristeza a la Real Sociedad, que empezó a mostrarse como el equipo plano y espeso de la presente temporada, un conjunto de aspecto indefenso en el que sólo Savio Bortolini parece tener algo de fútbol.”

    Pois é… o Savinho ainda não teve sorte no seu time novo, que anda bem mal das pernas…

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