Começa hoje

Hoje o STF começa a julgar a questão da Raposa/Serra do Sol. Sem dúvida é uma decisão que terá muita influência para os dias que ainda virão. Muita coisa e muitos poderes estão em jogo em Roraima, desde o próprio estado roraimense até a Fundação Ford, que na prática financia ONGs que se dizem porta vozes dos interesses indígenas.

A própria integridade territorial pode estar em jogo, assim como a convivência entre brasileiros indígenas e não-indígenas. É mais uma aposta em uma divisão da sociedade brasileira dentro de categorias. Nada de bom pode vir disso. Que o STF decida com bom senso e com a harmonia do povo brasileiro em mente; que faça ouvidos roucos para aqueles que desejam agredir o traço mais notável da civilização brasileira, a convivência pacífica entre todas as cores e origens.

Mais uma vez a bola está com o Supremo.

Índios emperram Madeira

Globo:

BRASÍLIA. Há três semanas, máquinas do consórcio Madeira Energia iniciaram as obras para a construção da hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia, um dos principais empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Mas a obra, orçada em cerca de R$10 bilhões e considerada essencial para se evitarem apagões, pode esbarrar em um problema de cunho antropológico e até sofrer atrasos. Relatório interno da Fundação Nacional do Índio (Funai) obtido pelo GLOBO aponta referências a, pelo menos, cinco grupos de índios isolados na área de abrangência da usina.

Comento:

Não existe país que destinou tanta terra aos indígenas como o Brasil, mesmo assim nunca é o suficiente. Acho que não tem jeito, termos que abandonar o país para que uma minoria privilegiada possua bastante espaço para se movimentar.

Mais uma vez estamos perdendo tempo. É bom lembrar que a maré está mudando, os tempos de crédito fácil terminaram; muitos, como o Chile, Rússia, China e Índia aproveitaram. O Brasil teve que fazer um expurgo no IPEA e mudar a fórmula de cálculo do PIB para poder superar alguns países além do Haiti.

Perdemos uma década fabulosa de crescimento mundial. Pagaremos caro.

Começou mal

O julgamento sobre a Raposa-Serra do Sol começou mal para os produtores agrícolas e também para o Brasil. O Ministro Ayres Brito apresentou um relatório altamente favorável à minoria indígena (vamos usar o termo correto) que deseja a expulsão dos rizicultores da região e a demarcação como reserva contínua de grande parte do Estado de Roraima.

Pior do que o voto em si foi as justificativas de Brito. Baixou o Rousseau no homem! Parece ter sido redigido por um dos antropólogos miolo mole da FUNAI, um dos membros do tridente do diabo como bem definiu o prefeito de Pacaraima. Eu tenho minhas idéias de quem seria o diabo, aquele mesmo citado no Apocalipse de João, mas isso fica para outro dia. A besta já está entre nós e não é uma pessoa. Demais sobre isso, voltamos aos indígenas.

Eu até iria usar indígenas entre aspas mas os esquerdistas e moderninhos banalizaram tanto o recurso que é melhor deixá-las de lado. Aqueles índios não são nômades como imagina nosso Rousseau togado, ou mesmo preservadores de sua cultura. Já assimilaram grande parte da cultura ocidental, existem índios católicos, evangélicos, universitários, agricultores, comerciantes, etc. A rigor são tão indígenas como eu sou italiano, ou tão negro quanto Pelé é africano. São parte da cultura brasileira.

Esse é um dos grandes problemas do pensamento de esquerda que tomou o planeta, pelo menos culturalmente. O germe da separação de classes foi metamorfoseado ao longo da história até chegar no tal respeito às diferenças. O esquerdista define tudo em rótulos específicos, a pessoa é negra, é índia, é homossexual, é budista, é reacionária; tudo, menos pessoa. Perdeu-se a noção de universal, da visão mais ampla. Aqueles descendentes indígenas de Roraima são brasileiros e os governos de esquerda de FHC e Lula conseguiram dar a eles uma parte do territória incompatível com esta condição. Simplesmente 13% do território brasileiro foi reservado para menos de 1% da população.

O voto do relator é importante, mas nada está decidido. Pode ser que os demais ministros revertam esta tendência e preservem o território brasileiro que se for perdido terá escrito na história o nome dos traidores, de FHC até os ministros do STF.

O advogado geral da União disse ontem que não há perigo de separatismo pois a união interviria se a reserva declarasse sua independência. Deveria estar prestando atenção ao que está acontecendo em Ossétia do Sul onde a proteção de um único país impediu que a Geórgia conservasse seu território. Deveria ler a Declaração dos Direitos (por que sempre direitos?) dos Povos Indígenas que garante a eles o direito (eis o porquê) de autodeterminação.

Aliás nem precisaria uma declaração informal de independência. As ONGs já transitam livremente por nossos reservas no interior do território e o Brasil já está impedido de explorar as imensas riquezas minerais que lá existem; o fato de estar na fronteira com a Venezuela apenas facilitaria o serviço.

Enfim, o jogo segue. Com o Brasil na defensiva.

Incitação ao crime

Vejam a declaração que está hoje nos jornais:

O STF pode tomar qualquer decisão que seja, mas aquela terra ali nós vamos continuar ocupando. Os povos indígenas não vão sair de lá, sendo a demarcação em área continua ou em ilhas. A gente não vai aceitar limite de arrozeiro ou de alguém que queira limitar nossa terra – disse o coordenador-geral do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Dionito José de Souza.

Para este cidadão a decisão do STF só terá mérito se for a favor de seu pleito e já dá o recado: não vai cumprir. É preciso desmistificar este CIR, uma ONG financiada pela fundação Ford que representa uma minoria de índios na região. Fosse um dos arrozeiros a dar uma declaração dessas já haveriam homens de colete para recolhê-lo.

Alguns brasileiros realmente são mais iguais do que outros.

Enviado da ONU só quer legitimar a perda de soberania

Folha:

O relator especial da ONU para os direitos dos povos indígenas, o índio apache James Anaya, visitou ontem o epicentro do conflito entre índios e fazendeiros na terra Raposa/Serra do Sol (RR) e disse que só vai ouvir um dos lados na disputa devido a “limitações de tempo”.

Comento:

A ONU é um órgão que dedica-se em tempo integral a solapar a soberania dos países sobre seus territórios. Muitas carnificinas do século XX foi patrocinada por suas políticas de libertação e a África é um grande exemplo. Depois de décadas de ação humanitária só se produziu miséria e mortes, mas a organização nunca é cobrada por seus fracassos.

A agenda do tal Anaya deve ser muito apertada realmente. Vem de longe para produzir algum documento sobre um conflito e sai com esta desculpa ridícula de que só tem tempo para escutar um dos lados, justamente o que aposta na divisão. Não estou nem cobrando que escute os malvados agricultores mas que escute uma grande parte dos índios da região que não são representados pela ONG patrocinada pela Fundação Ford.

Mas isso é querer muito, não é?

Cultura indígena???

O argumento de que não se pode impedir um indígena de portar um facão em uma reunião porque se trata de um instrumento de sua cultura é, para ser bem leve, quase angelical, simplesmente porco.

Faço só uma pergunta: em quantos eventos com lideranças indígenas, a segurança da presidência permitiu que os “pacíficos” silvícolas portassem facões?

Se um homem branco não pode portar um revólver ao se encontrar com uma autoridade, por que um índio poderia comparecer ao encontro armado? Acaso é mais brasileiro do que os brasileiros?

Por que a polícia prendeu o arrozeiro e não prendeu os índios que atacaram o engenheiro da eletrobrás?

Pode a polícia federal distinguir entre os cidadãos quais deve defender?

Editorial da Folha

O terçado (facão) é um símbolo poderoso da violência primitiva e desumanizadora em várias áreas do mundo, como boa parte da Amazônia e da África. Ele voltou à cena no lamentável episódio de Altamira (PA) em que saiu ferido, felizmente sem maior gravidade, Paulo Fernando Rezende.

A agressão exige repúdio unânime, sem evasivas, e investigação célere

. É imperativo identificar e responsabilizar criminalmente o agressor, ou agressores.

O engenheiro da Eletrobrás coordena o inventário da bacia do rio Xingu, onde a empresa prepara a construção da controversa usina hidrelétrica de Belo Monte.

Comparecera como convidado para expor as características do empreendimento à platéia de cerca de mil pessoas do Encontro Xingu Vivo para Sempre. De boa vontade, portanto.

O mesmo não se pode dizer das centenas de índios, muitos deles do grupo étnico caiapó, que chegaram armados com bordunas e terçados.

Não há lugar, neste caso, para relativismo antropológico: quem aceita participar de um debate se compromete a esgrimir apenas palavras.

Seria no mínimo ingenuidade, beirando a má-fé, pretender que os caiapós -que têm longa história de contato com brasileiros de origem européia- desconheçam essa regra elementar de convívio.

Não há como escapar: os índios estavam ali para repetir a cena de 19 anos atrás, noutro debate sobre a mesma hidrelétrica (chamada ainda de Cararaô), quando uma índia chegou a encostar seguidas vezes o facão no rosto do então presidente da Eletronorte, José Antônio Muniz Lopes, mas sem no entanto feri-lo.

Os organizadores, é evidente, têm responsabilidade parcial na agressão. Sabedores do precedente, não poderiam aceitar facões no recinto de discussão.

Pior figura fez Roquivam Alves da Silva, do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), que se atreveu a falar em “guerra” contra Belo Monte logo após a apresentação do engenheiro.

Começa mal, em resumo, a retomada do diálogo com movimentos sociais da região sobre a usina e a melhor forma de construí-la.

O impacto ambiental do projeto sofreu redução apreciável; basta mencionar que a área de inundação diminuiu em dois terços. Os empreendedores alegam que as terras indígenas não serão mais afetadas.

Os caiapós podem discordar, mas devem abster-se de tentar impor seu ponto de vista pela força. Ao reincidirem na violência contra interlocutores, devem sentir sobre si todo o peso da lei.


Não há muito o que acrescentar. O Editorial está quase perfeito, trata-se de uma escolha que a sociedade deve fazer entre ter energia para promover o desenvolvimento econômico ou voltar ao tempo do arado. E ao estado cumpre proteger brasileiros. TODOS. Não apenas os que são mais brasileiros do que os outros. Como bem sacou Reinaldo Azevedo há três tipos inimputáveis no Brasil: crianças, idiotas e petistas. Índios devem seguir a lei.

O bom selvagem

Boa parte de nossa intelectualidade atropológica e de nossa esquerda acredita em Rosseau e seu mito do bom selvagem. O homem é naturalmente bom, é a sociedade que o corrompe. A utopia nada mais é do que um sonho em retornar o homem na história, embora termine sempre na escravidão.

Ontem foi promovida uma discussão sobre a usina de Belo Monte. Quando terminou de falar, um engenheiro da Eletrobrás foi atacado pelos índios e ferido a golpe de facão.

Pergunta: algum índio foi preso? A Força de Segurança Nacional e Tarso Genro foram em socorro deste brasileiro? Claro que não. Alguns brasileiros são mais brasileiros do que os outros, parodiando o velho paradigma comunista.

Reinaldo Azevedo lembra muito bem a impunidade que cerca os índios (aqui). Ao contrário do que se pensa, eles não são inimputáveis, quando possuem a consciência do que estão fazendo podem ser julgados como pobres seres mortais.

Em 2004, 29 garimpeiros foram massacrados em Rondônia. O pretexto era defender as mulheres e crianças indígenas, mas na verdade tratava-se de uma disputa pelo controle econômico da mineração. Ninguém foi preso e os silvícolas ficaram livres para praticar o bom e velho capitalismo. Desta vez realmente selvagem.

Lembram-se de Paiakan? Este era um queridinho da mídia, ganhou prêmios, era financiado por ONGs. Andava de roupas modernas, tinha caminhonete, parabólica. Um dia, junto com a esposa, estupraram e torturaram uma jovem. Pegou 6 anos de prisão, mas nunca cumpriu um só dia. Colocou novamente suas roupas indígenas e voltou para dentro de sua reserva. A sua tanga virou um símbolo da impunidade.

É alarmante como a cada dia a sociedade brasileira vai se dividindo ao invés de se harmonizar. O governo e o petismo, através de ONGs e órgãos públicos, incentiva esta divisão. Através de uma política indigenista sem sentido coloca brancos e índios em campos opostos e até índios contra índios. Através da política de cotas e do instituto de igualdade racial coloca negros contra brancos.

Trata-se do velho estratagema socialista de dividir a sociedade para poder controlá-la. É mais um pequeno passo rumo ao totalitarismo. Não no sentido clássico, mas um totalitarismo “light”, com roupagem democrática e uma certa simpatia da opinião pública mundial, mais ou menos o que acontece com a China.

E anestesiados caminhamos para nosso destino.