Até revistas em quadrinhos estão narrando os absurdos que acontecem no Sudão, uma espécie de inferno na terra. Faz a limpeza ética da Bósia parecer coisa de amador.
Quando digo que a ONU é uma das principais patrocinadoras destas atrocidades não é a toa. Não lembro de uma posição firme da organização contra qualquer conflito étnico ou tribal na África, seu papel sempre foi limpar a bagunça depois do caldo ter estourado. No entanto sempre foi rápida quando havia uma potência ocidental presente, patrocinando um dos crimes contra a humanidade do século passado, a descolonização da África.
Ontem a Comissão dos Direitos Humanos da ONU recursou-se a jogar pesado com o governo de Danfur. Não adianta nem tentar colocar a culpa no poder de veto de alguns membros do Conselho de Segurança, a questão nem chegou lá. O fato é que a maioria dos países membros acha tudo normal, que o país está apenas resolvendo seus problemas internos.
Quando pensamos que grande parte dos países do globo estão sob variadas formas de ditadura e autoritarismo entendemos o por quê. O Brasil foi um dos que se recusaram a condenar o Sudão, como já se recusou a condenar Cuba. Mas o Brasil é uma democracia! Quem realmente acha isso é bom procurar outro blog para ler; podemos não ser uma ditadura, mas estamos longe de ser uma democracia.
Ah, os progressistas da União Européia também aliviaram com Danfur. Estão mais preocupados com os pobres terroristas aprisionados nas condições desumanas de Guantamo. É curioso como uma prisão para bandidos desperte mais falatório do que uma prisão maior, para toda uma nação, que existe ao redor dela. Uma prisão de que já fugiram um quarto da população. Uma prisão que o carcereiro ao invés de ser banido da humanidade tem lugar nesta organização, onde já foi até aplaudido de pé.
Como pode uma instituição dessas condenar o banditismo? O terrorismo? O totalitarismo? O genocídio?
Ela está mais preocupada em educar os seres humanos para a inversão de valores, para considerar natural o que não é, para difundir, pela força econômica se preciso, os ideais que levariam os homens à condição de cidadãos do mundo e súditos de uma ordem mudial baseado em um pode global.
E está conseguindo.