Festival de besteiras após a contagem dos votos

O que os analistas políticos andam dizendo de besteira no pós eleições é uma grandeza sem fim. É cada tese mais estúpida do que outra, o que só mostra, considerando que não são estúpidos, que estão longe da imparcialidade que pregam

Primeiro a tese que o PT foi bem nas eleições. Como? Ganhou o maior número de capitais? Ganhou 6? Pois trocaria as 6 e mais um punhão de outras cidades pela única que venceu o DEM venceu. Trocaria as 6 pela segunda maior, aquela vencida pelo PMDB.

Outra tese é que a base governista cresceu. Nesta hora consideram o PMDB como se fosse um partido com algum grau de coesão. Colocar José Fogaça como vitória da base governista é ridículo. O mesmo se pode dizer sobre o vencedor de Salvador, o de Florianópolis, até mesmo o do Rio de Janeiro.

A verdade é que o PT foi varrido das grandes cidades, com excessão do ABC paulista pela força dos sindicatos. No resto, perdeu feio. Transformou-se em um partido dos grotões, o novo coronialismo da política brasileira motado sobre os efeitos do bolsa-família.

Colocam a vitória de Kassab como um poste eleito por Serra, como se o democrata não tivesse sido prefeito por quase três anos. A aprovação de Kassab é inclusive maior do tucano. Serra sai foralecido? Certamente, apostou na vitória de Kassab. No entato não foi ele o determinante para esta vitória.

E Lula? Com 80% de aprovação apostavam que iria dar uma lavada nas eleições. Só não foi um desastre completo pelos 50 mil votos que Eduardo Paes teve a mais do que Gabeira. Teve que literalmente engolir o antigo desafeto para evitar a vitória de um desafeto maior ainda.

Um pouco mais de honestidade intelectual não ficaria mal para nossos experts. E um pouco de vergonha também.

Enfim, o segundo turno

Chegamos ao final das eleições municipais. Amanhã serão definidas as grandes capitais. O mais interessante das pesquisas divulgas ontem e hoje será o confronto com o resultado das urnas. No primeiro turno houveram erros flagrantes. Queiram ou não, os institutos estão sob suspeita.

É bom lembrar que no primeiro turno os erros foram em geral a favor dos candidatos do governo. Como será o retrato neste segundo?

Alegria que dura pouco

A petralhada de São Paulo anda tão desesperada com a sova que os aguarda no domingo que estavam comemorando até opinião de promotor. Só não digo que a alegria durou tanto quanto o tamanho da moralidade do PT porque este não a tem.

Hoje a justiça eleitoral não aceitou o pedido de cassação da candidatura Kassab. O juiz ainda deu um carinho em Marta Suplicy pelo esforço e multou o democrata em pouco mais de R$ 5.000,00.

Está dificil no voto. Está dificil na baixaria. Está difícil na justiça. Que mais resta para Marta?

Vodoo?

Cara de pau!

Marta Suplicy, vejam só, recomendou que Kassab tenha cuidade com o salto alto.

Recomendo ao prefeito que leve em consideração o pedido. Afinal, de salto alto Marta entende muito bem!

Lembro que falava em ganhar as eleições no primeiro turno. Agora faz de tudo, até jogar sua falsa biografia na lama, para tentar perder de pouco.

Se não vai por bem…

Uol:

O promotor eleitoral Eduardo Rheingantz apresentou parecer favorável à ação em que Marta Suplicy (PT) pede a impugnação da candidatura de Gilberto Kassab (DEM), com quem disputa a Prefeitura de São Paulo.

Comento:

Engraçado. O presidente Lula passeou pelo Brasil inteiro usando eventos oficiais para alavancar a candidatura dos companheiros, ninguém viu nada de errado.

Depois de fracassar o golpe baixo de Marta Suplicy, que jogou sua reputação na lama, pelo menos para quem acreditava nela, resolveu tentar na justiça o que vai perder no voto. Afinal, nunca foi difícil achar um procurador favorável ao PT, como já demonstrou o Torquemada Luis Francisco.

Que o TRE não entre nessa. Mais uma vez fica demonstrado que o PT não tem nenhum apreço pela regra do jogo. Se a vitória não sai no voto, ou na urna eletrônica, parte para outra estratégia, no caso a justiça eleitoral.

Enfim!!!

Do ex-blog de César Maia:

Eduardo Paes quer que a prefeitura passe a pagar passagens que, hoje, são de graça por determinação da lei. “O que nós vamos trabalhar é para ter um modelo que tenha viabilidade econômica, e que isso não signifique um aumento de preço para o passageiro. É uma equação. Por exemplo, a prefeitura pode começar a pagar a conta de algumas gratuidades, que não paga hoje. Isso, hoje, está embutido no custo da passagem que o passageiro paga”, explicou Paes.

Comento:

Paes está completamente certo nessa! Que um político, com chances de ganhar, defende uma posição dessas é louvável! A gratuitidade transfere aos outros passageiros o custo da viagem dos que são privilegiados pela lei. Se a sociedade acha importante que estudantes e idosos não paguem sua passagem, os custos devem ser divididos por todos, não apenas por quem usa o serviço de transporte. Na prática, a medida serve para encarecer as passagens.

Não se institui uma gratuidade por decreto, toda a passagem tem um custo. Existem duas possibilidades. Ou a prefeitura paga a passagem dos beneficiados e com isso distribui os custos para todos os contribuintes ou se mantém o que se faz hoje, distribuindo o custo para quem paga a passagem normalmente.

Acho a primeira opção mais coerente e mais clara, pois passa a existir um controle maior sobre a concessão da gratuidade pelo poder público. Isso se a sociedade decidir que esta gratuidade deve realmente existir ou se deve atender todo o público que atende hoje.

Falta agora a coragem para defender a meia-entrada nos cinemas e casas de espetáculos. E enfrentar a imensa gritaria dos privilegiados, principalmente da UNE que se veria sem seu capilé milionário.

Maia condena Paes pela proposta e chama de escândalo. O prefeito está recorrendo ao populismo rasteiro para detonar Paes. Não precisa disso, basta mostrar a incoerência da aliança com o lulismo. Lula é o suficiente para derrubar o candidato do PMDB.

Os fins justificam os meios

A eleição para prefeito de São Paulo está sendo exemplar em mostrar o traço maquiavélico das esquerdas, particularmente do PT. O fim é a prefeitura de São Paulo. Os meios são dos disponíveis.

Vale insinuar no horário político eleitoral __ aquela estrovenga que nós pagamos __ que o adversário é homossexual.

Vale acusar a mídia de exagerar nas críticas ao deparar-se com o óbvio: a baixaria da campanha de Marta Suplicy.

Vale admitir em público que a estratégia era sim válida, pois destinava-se apenas a desequilibrar Kassab em um debate político.

Vale lançar a polícia civil, de armas na mão, contra a polícia militar e deixar a população refém da criminalidade.

Vale colocar sindicalistas no meio de policiais e com armas nas mãos, mostrando qual é a idéia de desarmamento que esta turma defendia.

Vale colocar padres distribuindo panfletos em missas e pedindo votos para o PT.

Ah, mas todos os partidos fazem de tudo para ganhar as eleições.

Mentira. Por pior que sejam os defeitos, e possuem, os outros partidos disputam e perdem eleições como em qualquer lugar civilizado. É o PT, apenas ele, que utiliza estas práticas. Existem atos isolados de compra de votos e etc, mas não revelam um modus operandi como o PT, uma verdadeira indústria de baixarias eleitorais.

Aliás, compra de votos maior que o bolsa-família não existe, não é mesmo?