Discos Favoritos: 4 – The Magician´s Birthday (Uriah Heep, 1972)

O Uriah Heep é uma das minhas bandas favoritas e o Magician´s sempre foi meu disco favorito deles. Para mim é um dos discos perfeitos do rock.

Começando com Sunrise, passando por minha favorita deles, Blind Eye, a tocante Rain e finalizando com aquele épico sensacional que dá nome ao disco. Absolutamente brilhante.

Este ano nos despedimos de dois músicos que cometeram esta obra prima, Lee Kerslake e Ken Hensley. Já tinham partido Gary Thain e David Byron. Mick Box que abra o olho!

Lobão e sua antologia dos anos 80

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Nos últimos dias tenho escutado o último disco do Lobão, sempre em volume máximo, porque este disco em especial não pode ser apreciado de outra forma. O peso do disco está na sua essência, na filosofia que lhe gestou.

Quem leu o livro Antologia dos Anos 80 através do rock sabe a tese do Lobão: o rock anos 80 foi o maior movimento revolucionário da música brasileira. Foi o único movimento que colocou em cheque o coronelato do mainstream que gira em torno da MPB, que tem Chico e Caetano como grandes barões. Por um breve período, parecia que o rock estava virando tudo de cabeça para baixo.

Mas havia um problema sério: a produção dos albuns. Os estúdios boicotavam os artistas, como estilo Peninha, que produzia quase tudo. Nada de guitarras pesadas, afinal, brasileiro gosta de guitarra suave. Bateria? Na base da vassourinha. O resultado é que você teve gemas de criatividade, com compositores realmente talentosos, mas com execução propositalmente desencorpadas, baseadas no conceito de alguns produtores que queriam encaixar o rock como subproduto da MBP.

O que Lobão faz em sua releitura dos clássicos do rock anos 80 é re-imaginar estas músicas com o peso e densidade que mereciam. Guitarras encorpadas, bateria perfeitamente audível, baixo ocupando os espaços. Quando você escuta o resultado não pode deixar de pensar: mas que puta sacanagem que fizeram!

Ramones Leave Home: Memórias

Tem discos que despertam mais que simples memórias, nos lembram estados de espírito. Estão associados a determinadas épocas que passávamos por transformações ou estados emocionais intensos.

Leave Home é um destes discos. Quando pensamos Ramones, pensamos no rock direto e visceral que salvou o próprio estilo do pedantismo que estava chegando. Foi como trazer de volta às origens, quando o rock conquistou a garotada no mundo inteiro por sua simplicidade, ritmo e temática. No entanto, neste disco é a melancolia de Joey cantando temas como Swallow my Pride e What’s Your Game que mais me tocam, provavelmente pelo estado de espírito que tinha na época, no alto dos meus 18 anos.

Como é bom voltar no tempo! Tão longe e ao mesmo tempo tão perto pela música. Um dia um primo me disse que o rock passa quando envelhecemos, que perde a graça. Quase 20 anos depois eu ainda sinto o sangue aquecer ao escutar os acordes básicos do Johnny Ramone e o baixo do Dee Dee. Para mim, eles serão eternos.

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