1
Outro dia, perguntaram-me: como eu poderia estar lendo um livro escrito no século XVI? Tratava-se de Shakespeare. Meu dileto amigo errou o foco de seu espanto. Eu não sou relevante; Shakespeare é. Deveria ter perguntado o que tem num livro do século XVI para ser lido até hoje.
2
A cada eleição espanto-me com a capacidade das pessoas em serem hipócritas e exigir dos candidatos o que elas próprias não fazem.
3
Vejo pessoas comuns atacando e defendendo a tal PEC 241. O que dificilmente vejo é quem leu a PEC. Defender e atacar o que não se conhece. Eis a modernidade.
4
Na escola sobram professores dando aula de literatura. Difícil é quem ensine realmente a ler.
5
Somos um país de analfabetos funcionais. Não há nada mais significativo para nos descrever do que isso. E deixamos essa constatação completamente de lado ao tratar das coisas públicas. Até mesmo ao tratar da educação. Somos um povo que não sabe ler discutindo a pertinência de ensinar filosofia.
6
A maioria das greves só consegue provar que boa parte dos trabalhadores é dispensável. Não creio que seja uma estratégia muito inteligente.
7
99% do que professores, funcionários e alunos das universidades públicas falam publicamente é a mais pura hipocrisia. O 1% que sobra é burrice mesmo. Você reconhece quem tem alguma razão pela quantidade de pedras que recebe.
8
Não há nada que me desperte mais medo que um político que desperte a paixão. O maior elogio que podemos fazer a um político é tolerá-lo.
9
Em eleições, perdi muito mais que ganhei. E jamais votei positivamente; sempre foi contra alguém.
10
Não se vota em candidato; vota-se contra um pior. Esse é o verdadeiro voto consciente.