Começa hoje

Hoje o STF começa a julgar a questão da Raposa/Serra do Sol. Sem dúvida é uma decisão que terá muita influência para os dias que ainda virão. Muita coisa e muitos poderes estão em jogo em Roraima, desde o próprio estado roraimense até a Fundação Ford, que na prática financia ONGs que se dizem porta vozes dos interesses indígenas.

A própria integridade territorial pode estar em jogo, assim como a convivência entre brasileiros indígenas e não-indígenas. É mais uma aposta em uma divisão da sociedade brasileira dentro de categorias. Nada de bom pode vir disso. Que o STF decida com bom senso e com a harmonia do povo brasileiro em mente; que faça ouvidos roucos para aqueles que desejam agredir o traço mais notável da civilização brasileira, a convivência pacífica entre todas as cores e origens.

Mais uma vez a bola está com o Supremo.

Material de Defesa e transferência de tecnologia

O Ministro da Defesa disse ontem que haverá uma mudança no patamar da relação bi-lateral dentre Brasil e Estados Unidos, que o Brasil só comprará dos americanos se houver a transferência de tecnologia.

A questão não é tão simples como pode parecer a primeira vista. Claro que seria importante a transferência de tecnologia, mas é bom o ministro ter em mente que isso significa aumento dos preços. Temos recursos para tanto? Ou melhor, teremos recursos para tanto?

Outra pergunta. Terá o governo americano interesse em vender toda sua tecnologia? Se for o único detentor desta tecnologia, caso mais provável para que não deseje vender, qual a alternativa? Faremos nosso próprio desenvolvimento? Teremos recursos para isso?

Desenvolvimento de tecnologia militar exige tempo e dinheito. Dispomos dos dois? Haverá incovenientes em ficar sem equipamentos de última geração enquanto desenvolvemos tecnologia nacional?

O Exército e a Aeronáutica forma os melhores engenheiros do Brasil. Por vários fatores, dentre os quais destacam-se salários e falta de valorização, boa parte destes engenheiros deixam as Forças Armadas. Muitas vezes deixam a própria engenharia em busca do conforto e do salário da burocracia estatal. Como reverter este quadro?

São questões que o ministro tem que pensar muito bem. O que não pode é achar que tecnologia se transfere de graça e por ato de boa vontade. Não é assim que o mundo funciona.

Começou mal

O julgamento sobre a Raposa-Serra do Sol começou mal para os produtores agrícolas e também para o Brasil. O Ministro Ayres Brito apresentou um relatório altamente favorável à minoria indígena (vamos usar o termo correto) que deseja a expulsão dos rizicultores da região e a demarcação como reserva contínua de grande parte do Estado de Roraima.

Pior do que o voto em si foi as justificativas de Brito. Baixou o Rousseau no homem! Parece ter sido redigido por um dos antropólogos miolo mole da FUNAI, um dos membros do tridente do diabo como bem definiu o prefeito de Pacaraima. Eu tenho minhas idéias de quem seria o diabo, aquele mesmo citado no Apocalipse de João, mas isso fica para outro dia. A besta já está entre nós e não é uma pessoa. Demais sobre isso, voltamos aos indígenas.

Eu até iria usar indígenas entre aspas mas os esquerdistas e moderninhos banalizaram tanto o recurso que é melhor deixá-las de lado. Aqueles índios não são nômades como imagina nosso Rousseau togado, ou mesmo preservadores de sua cultura. Já assimilaram grande parte da cultura ocidental, existem índios católicos, evangélicos, universitários, agricultores, comerciantes, etc. A rigor são tão indígenas como eu sou italiano, ou tão negro quanto Pelé é africano. São parte da cultura brasileira.

Esse é um dos grandes problemas do pensamento de esquerda que tomou o planeta, pelo menos culturalmente. O germe da separação de classes foi metamorfoseado ao longo da história até chegar no tal respeito às diferenças. O esquerdista define tudo em rótulos específicos, a pessoa é negra, é índia, é homossexual, é budista, é reacionária; tudo, menos pessoa. Perdeu-se a noção de universal, da visão mais ampla. Aqueles descendentes indígenas de Roraima são brasileiros e os governos de esquerda de FHC e Lula conseguiram dar a eles uma parte do territória incompatível com esta condição. Simplesmente 13% do território brasileiro foi reservado para menos de 1% da população.

O voto do relator é importante, mas nada está decidido. Pode ser que os demais ministros revertam esta tendência e preservem o território brasileiro que se for perdido terá escrito na história o nome dos traidores, de FHC até os ministros do STF.

O advogado geral da União disse ontem que não há perigo de separatismo pois a união interviria se a reserva declarasse sua independência. Deveria estar prestando atenção ao que está acontecendo em Ossétia do Sul onde a proteção de um único país impediu que a Geórgia conservasse seu território. Deveria ler a Declaração dos Direitos (por que sempre direitos?) dos Povos Indígenas que garante a eles o direito (eis o porquê) de autodeterminação.

Aliás nem precisaria uma declaração informal de independência. As ONGs já transitam livremente por nossos reservas no interior do território e o Brasil já está impedido de explorar as imensas riquezas minerais que lá existem; o fato de estar na fronteira com a Venezuela apenas facilitaria o serviço.

Enfim, o jogo segue. Com o Brasil na defensiva.

A “Polícia” da Serra do Sol

Folha:

Índios que lutam pela demarcação contínua da reserva Raposa/Serra do Sol (RR) montaram “um posto de fiscalização” na estrada conhecida como Transarrozeira para barrar caminhões e carretas que estejam levando carga para fazendas dos produtores de arroz.As propriedades estão situadas dentro da área indígena. O “posto de fiscalização” foi montado em substituição a um bloqueio na estrada. Anteontem a Polícia Federal negociou a suspensão do bloqueio montado no último dia 5, mas os índios mudaram de tática.
O índio macuxi Nileno Galé, 54, um dos líderes do movimento, disse que a partir das 17h o tráfego na estrada é fechado até as 6h do dia seguinte.
Durante o dia, quando o tráfego está livre, os índios fiscalizam os caminhões e carretas para impedir que cheguem alimentos, adubos, ferramentas e materiais de construção nas fazendas dos arrozeiros. Instalado pela comunidade indígena Jauari, “o posto de fiscalização” tem cerca de 80 índios.
Ontem à tarde a Folha presenciou a ação deles. Foram montados quatro quebra-molas em terra batida. De uma margem a outra da estrada, em dois pontos, os índios estenderam arame farpado. Um grupo se concentra na estrada, quando avista os veículos.

Um dos argumentos para se defender a demarcação contínua é que os índios não terão a posse da terra, apenas o uso, que a União poderá circular livremente dentro da reserva.

É uma grande mentira. Quem já trabalhou na Amazônia sabe que existem estradas que são fechadas em determinado horário para a passagem até do Exército.

Basta observar o que está acontecendo agora. Os índios tomaram as funções da polícia federal, sempre tão diligente em preder proprietários rurais, e instituíram um “posto de fiscalização”. Passam a coibir o direito de ir e vir de alguns brasileiros, sempre sob silêncio cúmplice do ministro da justiça.

Mais sobre Serra do Sol, a PF e dois pesos

Saiu no Globo de hoje:

A quem interessa a radicalização dos conflitos em Rondônia, na Raposa Serra do Sol? O Supremo Tribunal Federal arrogou para si a decisão final, que deve intervir nas próximas semanas. Decidiu também pela manutenção do status quo. Sustou, portanto, a retirada dos não-índios e dos índios que são seus aliados. O que aconteceu? Um grupo de indígenas invadiu uma das fazendas em litígio, com um discurso de “ocupação”, que terminou suscitando uma reação, certamente desmedida, porém reação a uma ação que deveria ter sido impedida pela Polícia Federal lá presente.

O mais surpreendente é que a atuação policial foi rápida na prisão dos que reagiram à invasão e ausente no que diz respeito aos invasores. Afinal, aguarda-se ou não uma decisão do Supremo? Ou se trata de desrespeitar a mais alta Corte do país, sob o manto de uma suposta legalidade? Quando a Polícia Federal chegou à região, cena do confronto com os arrozeiros, efetuou a desobstrução de rodovias que tinham sido ocupadas pelos manifestantes. Agiu de acordo com a lei, pois rodovias públicas não podem ser ocupadas. O que ocorre agora? Os indígenas ocupam rodovias e nada é feito. Num caso é contrário à lei e, noutro, não. Dois pesos e duas medidas são a melhor forma de desrespeito ao estado de direito.

A PF está cada vez mais instrumentalizada pela ideologia do atual governo, está no caminho de se transformar em uma polícia de excessão, como nos países de ditadura comunista. A escolha de Tarso Genro não foi sem razão, tratava-se de uma opção muito bem pensada para controlar a polícia e colocá-la como instrumento político do PT.

O STF é nosso último bastião na questão indígena. É preciso que não se deixe intimidar.

Índio contra índio

O governo conseguiu mais uma proeza, colocar índios contra índios.

Folha:

Um grupo de índios contrários à demarcação contínua da Raposa/Serra do Sol (RR) chegou ontem à Vila Surumu. Eles são favoráveis à permanência de arrozeiros na reserva e ameaçam entrar em confronto com indígenas que defendem a saída de fazendeiros.
O macuxi Sílvio da Silva, 42, líder do grupo, disse que 180 índios chegaram a Surumu. A intenção, segundo ele, é bloquear o acesso ao acampamento, montado por indígenas favoráveis à demarcação contínua.

E agora Tarso Genro? Resolve esta!

Mas não vale dizer que alguns índios são melhores do que os outros…

Mas que coincidência…

Tem desenho que minha filha assiste dos Backyardigans que os personagens passam o episódio inteiro exclamando: mas que coincidência! Um deles começa a montar uma banda, encontra outro em perigo e o ajuda. Este toca um instrumento e procura uma banda. Mas que coincidência! Encontram outro, toca tuba. Mas que coincidência. E assim a estória se desenvolve.

Esta semana o prefeito de Pacaraima foi preso pela Polícia Federal por ter tido sua terra invadida e reagido. Aparentemente, de forma inexplicável, o prefeito não confiou no estado brasileiro para proteger sua propriedade. Como se houvesse algum exemplo no Brasil de leniência das autoridades com invasores de terra.

No mesmo dia o IBAMA aplica-lhe uma multa de 30 milhões de reais. Mas que coincidência!

Na mesma semana ficamos sabendo de um escândalo de corrupção no órgão. Mas que coincidência!

Por um acaso o IBAMA é aparelhado por petistas e progressistas em geral. Mas que coincidência!

E assim o estado democrático de direito vai por água baixo e o governo Lula ruma para perder a primeira parte do território desde a questão da Cisplatina.

Pobre Barão do Rio Branco.

Enquanto isso, na Serra do Sol…

A PF informa que na fazenda de Quartiero havia armas e munição. O delegado é categórico: eles estavam preparados para a guerra.

É mesmo? Que novidade!

Fico me perguntando, por que eles não confiavam na polícia para proteger suas propriedades? Será porque o Ministro da Justiça está contra eles e a favor dos índios? Só faltou o delegado falar que bastava que Quartiero solicitasse a desocupação das terras. Uma grande piada. Ordens de desocupação são simplesmente ignoradas pela polícia, é assim com o MST, é assim com os estudantes da UNB.

Gostaria de fazer uma pergunta ao delegado.

Se os fazendeiros tivessem invadido a reserva indígena e fossem agredidos pelos índios, algum dos indígenas teria sido preso? Teriam sido enquadrados em formação de quadrilha? O ministro da justiça iria em socorro?

É uma guerra em que as forças progressistas tem seu lado, e não é o do Brasil, como sempre.

Querem um cadáver, como sempre

Estadao online:

A Polícia Federal já abriu inquérito para investigar os disparos contra dez índios das etnias macuxi e ingarikó, nesta segunda-feira, 5, na Reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Eles foram feridos a bala, após tentativa de ocupação da fazenda Depósito, do rizicultor Paulo César Quartiero, que também é prefeito do município de Pacaraima. Apesar do ataque, Conselho Indígena de Roraima pretende continuar a ocupação.
A fazenda Depósito fica a sete quilômetros de Surumu, localidade a 160 quilômetros de Boa Vista que concentra os conflitos entre índios e não-índios pela posse da reserva de 1,7 milhão de hectares.
Às 5h, um grupo de 103 indígenas, entre homens e mulheres, iniciou a ocupação de uma área da fazenda livre de plantação de arroz e afastada da sede. Em pouco tempo, eles construíram quatro malocas (casas) com palha e madeira. Dois funcionários de Quartiero chegaram ao local pilotando motos e ordenaram a saída dos índios. Diante da negativa, foram embora e retornaram com mais três motoqueiros e uma caminhonete.
“Eles já chegaram atirando e disparando as, sem dar chance de defesa às vítimas”, afirma Júlio Macuxi, coordenador de Programas do Conselho Indígena de Roraima (CIR). Ele diz que a ocupação se deu pela necessidade de ampliação da comunidade Renascer, próxima à cerca da fazenda, que estaria “sufocada”.

A área dos rizicultures não chegam a 2% da reserva, mas o coordenador do tal CIR afirma que os índios estariam “sufocados” nos 98% restantes. Este restante é mais da metade da área do estado; se ainda existissem todos os índios do descobrimento nós teríamos que procurar outro país para viver, pois eles não caberiam no gigantesco território brasileiro.

Na guerra pela opinião pública vale tudo, principalmente fabricar mártires. Este filme já aconteceu na CSN em Volta Redonda, em Carajás e agora querem repeti-lo na Raposa/Serra do Sol. Devem estar lamentando que ninguém morreu ontem, precisam de vítimas urgente.

Os defensores indígenas os defendem no abstratos, pouco se importam com o índio em particular. A morte de alguns é importante para uma causa, também nada de novo. Os comunistas tinham o mesmo pensamento, o próprio Marx não conseguia sentir nada pelo proletário real, muitas vezes chegou a se indispor com eles. O importante era o proletariado como um ente perfeito que não existe de fato.

O homem deve ser sempre um fim em si mesmo, desprezo qualquer corrente de pensamento ou de ação política que aceite o sacrifício de alguns para um “bem maior”. No meu pensamento não existe um bem que implique no sacrifício de vidas humanas.

Ah, como sempre há mulheres no meio. Um mãe morta vale mais do que um homem na mente destes doentes.