
Todos felizes e unidos
Venho chamando atenção para o poder dos símbolos. Eike é mais um desses símbolos que estão sendo destruídos pela realidade. Foi há pouco tempo que esteve na capa das principais revistas e jornais do país, como exemplo do grande empresário brasileiro. Pior, foi associado a um novo tipo de empresário, o que trabalha com ética.
Querem saber? Eike é mais um episódio que deveria cobrir o jornalismo brasileiro de vergonha. Não houve investigação, não houve crítica, não houve questionamento. Dentro da metafísica petista, era preciso celebrar o símbolo da associação do estado com o empresário do bem. Quando o Ignorante e a Incapaz levantaram publicamente a mão do escolhido, foi a senha. Jornalistas correram para as redações para enaltecê-lo, ganhar pontos na suas carteirinhas de bem pensantes. Poucas vozes ousaram levantar e fazer a pergunta essencial: afinal, o que Eike de fato produzia?
De um lado, o Eike careca, indo para a cadeia; mas ninguém acredita realmente que vai ficar muito tempo por lá. De outro, o Rio de Janeiro, arrasado, destruído pela combinação macabra de rapinas que saquearam os cofres públicos. Pior que isso, deixaram que a criminalidade tomasse ainda mais conta da cidade. A mídia? Estava ocupada exaltando o Beltrame com sua genial política de segurança que avisava os bandidos para mudarem de morro para que a polícia pudesse se instalar, com toda tranquilidade, e passar uma sensação de segurança para uma sociedade de crédulos. Perguntem para o povo de Niterói como ficou a cidade depois da instalação das UPP.
Eike foi mais um ídolo de barro produzido pela religião política do petismo. Um grande ritual macabro que participaram empresários, burocratas, militantes, jornalistas, acadêmicos e artistas. Todos celebrando a farsa, todos se achando muito inteligentes. Todos unidos pelo completo desprezo às pessoas comuns e pela sensação de estar acima do bem e do mal.
A Igreja chama isso de satanismo.