Tratado sobre a prudência

Terminei de ler hoje o Tratado sobre a Prudência (Questões 47 a 56 do Vol 3 da Suma Teológica).

Para quem não conhece o esquema da Suma, cada questão é um um artigo no sentido moderno ou um capítulo de um pequeno livro. A questão é dividida em artigos, que são as partes deste artigo (sentido moderno) ou capítulo. Eles buscam examinar o tema do tratado de várias perspectivas. No caso do Tratado sobre a Prudência, as questões tratam de seu fundamento, suas partes (sob diversos prismas) e os vícios que lhe são opostos.

A prudência aqui segue a inspiração de Aristóteles. Não se trata do uso que damos, nos dias de hoje, à palavra prudência como um receio, uma aposta segura, quase como um temor de que a coisa dê errado.

A prudência é a virtude moral que se refere aos meios para execução dos fins devido. Ela trata da aplicação do universal no particular e por isso tanto tem um caráter especulativo, de indentificar os fins devidos, como de prático, de efetivamente agir na escolha dos meios adequados. Possui várias partes integrantes e pode ocorrer tanto no nível individual quanto social ou político. A ela se opões diversos vícios, especialmente aos que ela se assemelham como a astúcia. O dom do espírito santo mais associado a ela é o conselho.

Portanto, o homem prudente é o homem que age corretamente, com sabedoria e competência na execução. Diante de um problema prático, alinhado aos fins devidos, age com eficiência. Por exemplo, sabendo que a saúde do corpo é um fim meritório, ele escolhe as melhores práticas para uma vida saudável, tanto respeitando horários de repouso, alimentado-se com sabedoria, fazendo práticas físicas adequadas e até lidando com o stress do dia a dia. Isso é ser prudente.

Afinal, até que ponto somos prudentes nas coisas que fazemos?

Hábitos Atômicos: 8 lições que aprendi com James Clear

  1. Os hábitos são mais importantes para o sucesso, no longo prazo, do que as metas.
  2. Hábitos que nos melhoram em 1% são valiosos. Somam-se exponencialmente.
  3. Normalmente só percebemos o ponto em que a mudança se torna visível. No início, o hábito parece não fazer efeito.
  4. O ambiente é fundamental para nos ajudar a adotar bons hábitos. Precisamos prepará-lo.
  5. Imitamos os hábitos de 3 tipos de grupos: os mais próximos, os numerosos e os poderosos.
  6. Não há como manter a motivação sempre alta. Em algum momento teremos que superar o tédio.
  7. Nunca quebre um bom hábito por dois dias seguido.
  8. Antes de aperfeiçoar um hábito é preciso consolidá-lo. Para isso comece pequeno.

Quer saber mais?

Minhas anotações sobre o livro aqui.

Hábitos Atômicos: o poder de começar pequeno

Pela primeira vez escutei um audiolivro, aproveitando minhas corrida/caminhadas. O escolhido foi Hábitos Atômicos, do James Clear.

Meu método foi escutar o livro durante o exercício, depois dar uma passagem rápida pelo ebook e fazer anotações dos pontos relevantes. Talvez devesse ter começado por um livro que não precisasse destacar tantos pontos, como uma biografia.

Aliás, leio muito poucas biografias. É um erro. Vou procurar algumas para testar em audiolivro.

O jornalismo morreu

Nos últimos dois dias tivemos um espetáculo para observar: o histerismo do jornalismo nacional. Foi uma enxurrada. Não consigo acreditar que eles realmente achavam que haveria pouca gente nas ruas no 7 de setembro, mas parece que o número realmente assustou, a ponto de tirá-los da afetação costumeira que usam para fingir alguma independência. Na maior parte, não temos jornalistas, temos militantes de uma causa.

Vimos um pouco de tudo. Até uma jornalista falando que Chile e Equador não são da América do Sul, coisa que repetiu enfaticamente, com aquele ar de sabedoria que a turma costuma ter; e que a inscrição na bandeira brasileira era independência ou morte (o que particularmente acho bem melhor do que o lema positivista). É só um exemplo mais grotesco do padrão de jornalismo que temos, onde especialistas são escolhidos não por sua bagagem, mas por sua visão deformada da realidade, o que já abre espaço para um festival de mentiras, jargões e lugares comuns trasvestidos de opiniões fundamentadas. É uma lama sem fim.

Dentre as coisas urgentes que o país precisa, e não são poucas, uma delas é um novo jornalismo, que resgate um mínimo de compromisso com a realidade dos fatos e que não deixe sua ideologia interferir em seu trabalho profissional, o que no caso do comunismo (e seus desfarces, como progressismo, globalismo, socialismo, etc) é quase impossível, pois o esquerdismo tem por base a práxis, tem que agir de determinada forma em tudo que se faz. O simples fato de 95% dos jornalistas serem de esquerda, comprovado por pesquisas, já mostra que não há a menor chance de termos uma descrição minimamente verdadeira da realidade. O grande problema é que há consequências graves, como a licença que foi dada a certo tribunal de ser absoluto, uma espécie de Olimpo dos deuses nacionais.

Este jornalismo precisa ser exposto, humilhado, derrotado. Causam um mal gigantesco para o país e é hoje uma das principais razões de nossa situação, desde a violência quanto a aceitação da “corrupção do bem”. O Brasil precisa ter um jornalismo de verdade e não esta inversão que existe por aqui.

Nada simboliza melhor esta doença do que a Globo, que já foi conhecida por seu padrão de qualidade. O que ela tem feito é absolutamente indecente. A única coisa honesta que poderia fazer era publicar um editorial declarando que apoia o candidato corrupto e explicando suas razões. A desonestidade maior é justamente omitir isso para alegar imparcialidade e assim se colocar como neutra, coisa que evidentemente não é. Nada faria mais bem para o país hoje que o seu fim. O mal que ela faz, vai durar gerações e supera, em muito, a corrupção que sempre nos assolou.

Absolver o ímpio e condenar o justo;

ambas as coisas são abomináveis para Iahweh.

Provérbios 17:15

Libertadores: again!

Ontem estive no Maracanã para ver o Flamengo carimbar sua vaga para a terceira final de Libertadores em 4 anos, algo impensável há poucos anos. Lembro bem que em 2018, quando terminou o Brasileiro, e ficamos com o vice-campeonato, comentei que era melhor abrir mão da vaga para não passar mais um vexame. Já tinha jogado a toalha. A competição não era para nós.

Veio 2019 e tudo mudou. Só não chegamos na final em 2020, ao perder nas oitavas para o Racing num daqueles jogos acidentais, com expulsão em um jogo que dominávamos amplamente, um caminhão de gols perdidos e incompetência nos penaltis. De lá para cá, vencemos todos os jogos de mata-mata em dois anos seguidos. Não se trata de confrontos, mas jogos mesmo. Ganhamos todos os jogos. Infelizmente perdemos a final contra o Palmeiras, em também um lance desastroso que nem gosto de lembrar.

A mudança de patamar não é ganhar todos os títulos, mas estar sempre na disputa. É o tal cone de conversão. Quanto mais finais chegar, mais chances de ganhar. Se não chegar é que não ganha mesmo.

Quem venha o Athlético. Somos favoritos neste momento, mas tem quase dois meses para a final e muita coisa ainda pode acontecer. Só espero, este ano, chegar com o time inteiro e bem fisicamente, porque com certeza o adversário chegará.

A Babilônia é aqui

Hoje, em vôo de Brasília para Belo Horizonte, estava lendo o livro do profeta Daniel, um dos que viveram durante o tempo em que o povo de Israel foi prisioneiro na Babilônia. Foi uma época em que o lugar físico do povo escolhido coincidiu com o lugar espiritual, pois já fazia tempo que eram infiéis ao Senhor.

Foi olhando as poucas nuvens desta manhã bonita que um pensamento me ocorreu: também estamos na Babilônia! A experiência de Daniel é de viver em um mundo tomado pela idolatria, dos falsos deuses, sacrifícios humanos e negação de Deus.

Não é justamente o que vivemos hoje? Só não foi necessário deixar nossa terra, pois ela mesma se tornou uma Babilônia espiritual. O livro de Daniel é atual porque nos ensina como devemos proceder em um mundo indiferente a nossa fé e, em vários casos, hostil. Pois o profeta jamais traiu seu Senhor e foi com sua fé até o fim, mesmo tendo que entrar na cova dos leões (coisa que fazemos quase todos os dias).

Estamos na Babilônia e como canta Camões no seu monumental Babel e Sião:

Sôbolos rios que vão

por Babilónia, me achei,

Onde sentado chorei

as lembranças de Sião

e quanto nela passei.

Ali, o rio corrente

de meus olhos foi manado,

e, tudo bem comparado,

Babilónia ao mal presente,

Sião ao tempo passado.

Hábitos e meta

No dia 25 de Janeiro deste ano, resolvi começar um processo de mudança de hábitos para ter uma vida mais saudável. Não se tratava de dieta, mas de uma busca de um novo estilo de vida. Entendia que se eu realmente adotasse bons hábitos, o emagrecimento seria uma consequência natural e não um fim em si mesmo. Naquele dia encarei a balança pela primeira vez em muito tempo. Estava com 109,1 kg. Escrevi no meu diário que se chegasse ao fim do ano com 95 kg, estaria satisfeito.

O tempo passou. Força de vontade, resiliência (para vencer os dias ruins) e persistência (para não desistir) foram meus companheiros. No último dia 25 de agosto, dia do Soldado, 7 meses depois, fiquei alguns segundos encarando a medida na balança: 89, 1 kg. Ou seja, exatamente 20 quilos a menos.

A esposa perguntou-me outro dia qual era minha meta. Não tenho. Como disse, quero uma vida mais saudável. A balança é apenas uma consequência, e um índice, que mostra se estou conseguindo. O mais importante é o processo, é mudar os hábitos para me tornar uma pessoa mais saldável. A felicidade não está em uma meta futura que posso atingir ou não, mas no esforço que estou fazendo hoje, cada vez mais parte de uma nova indentidade.

5 lições de liderança

5 Licões que aprendi esta semana.

1. Trabalhe suas redes de relacionamentos. (São mais importantes do que você pensa)

2. Tenha uma estratégia. (Precisa ver a “big picture”)

3. Preocupe-se com as pessoas. (São o centro de qualquer organização)

4. Performance é apenas uma pequena parte do sucesso individual. (Não adianta ser só competente, tem que comunicar!)

5. Lidere a si mesmo antes de liderar outros. (Quem não governa a si mesmo…)

Não tenho tempo!

Outro dia estava tomando um café com um amigo. Ele trabalha no governo, na área de saúde. Eu comentava sobre um curso de liderança que estava fazendo à noite, presencial.

__ Não sei como você consegue. Fazer cursos, ler livros, correr. Tenho tempo para nada disso.

Refleti por um momento e respondi:

__ Já lhe ocorreu que é justamente por não ter tempo para estudar e cuidar da sua saúde que você termina afogado pela sua rotina?

__ Como assim?

__ A questão é o propósito. Por que estudo? Por que leio livros? Por que faço minhas corridinhas? Faço tudo isso para pensar melhor, para entender o contexto em que trabalho, para me concentrar no que é realmente importante. Essas coisas não são para fazer se der; é para ser feito. O trabalho tem que se encaixar nessa filosofia e não o contrário.

__ É fácil dizer…

__ Eu sei, mas entenda, eu já fui com você. Também já trabalhei sem respirar. Com o tempo percebi que por ter tempo, dedicava-me a um monte de ações de pouco valor, que parecia importante, mas só para mim. A lista de tarefas em uma organização parece infinita e será se você deixar. Quando seu tempo de execução fica escasso, você necessariamente tem que priorizar. Você acaba se tornando mais efetivo e as pessoas gostam disso. Outra consequência é que você passa a confiar mais nas pessoas que trabalham com você. Temos a tendência de achar que só nós vamos fazer do nosso jeito, e é verdade, mas quem disse que precisa ser feito do nosso jeito? Pode ser até melhor. Pode não ser do jeito que gostaríamos, mas funcionar também. Isso tudo é bom.

__ Não sei. Queria pensar assim, mas não tenho tempo nem para pensar.

__ Aí reside parte do problema. Temos que pensar. Precisamos deixar um tempo para refletir sobre o que estamos fazendo para encontrar melhores soluções, pensar em como otimizar nosso próprio trabalho e de nossa equipe. Não tem outra saída. Se não fizermos isso, a rotina nos engole e só piora, até o ponto de nossa exaustão. Possivelmente acabaremos substituídos com a imagem de não resolver problemas. Está vendo aquele cara? Trabalha para burro, mas não consegue resolver nada.

__ Você faz parecer fácil.

__ Não disse isso. É um processo que por vezes é doloroso. Tomei alguns tombos, errei aqui e ali, mas depois de um tempo os resultados aparecem. O que me despertou foi o discurso de aposentadoria de um ex-chefe. Ele disse que de todas as tarefas que lidamos profissionalmente, apenas 10% são realmente importantes. A sabedoria, disse ele, está em reconhecer estes 10% e se dedicar de corpo e alma. Tenho este discurso comigo e volta e meia volto a ele. Uma aula.

__ O papo está bom, mas tenho que voltar para o escritório. A coisa está pegando.

__ Sempre está. Boa sorte.

__ O que vai fazer agora?

__ Tenho ainda uma hora para o próximo compromisso. Vou aproveitar para fazer algumas reflexões em meu diário profissional, registrar esta conversa e os insights que tive.

__ Novamente, não sei como você consegue.

Nos despedimos. Tinha muita coisa que gostaria de falar para ele. Pena que ele não tinha mais tempo.

Pai Rico, Pai Pobre

Robert Kiyosaki, 2018 (edição ampliada)

Robert queria ficar rico para comprar as coisas que desejava e para isso teve dois pais para dar-lhe conselhos, o pai pobre, o seu, e o pai rico, do amigo Mike. O pai pobre era um professor universitário, secretário do governo do Havaí, bem sucedido, mas que gastava todo salário para pagar as contas. O pai rico não tinha terminado a escola e dedicava-se a seus negócios, que prosperavam. Através do contraste entre as lições, Robert apresenta sua crítica ao consenso que molda o pensamento das classes média e baixa, que tem no trabalho assalariado seu grande paradigma.

O grande segredo é transformar a forma como você enxerga o dinheiro e entender que ele pode ser um ativo, ou seja, pode gerar dinheiro se for corretamente investido. Em um mundo volátil, o que não faltam são oportunidades para bons negócios, que se traduz em investimentos de maior risco, que podem ser reduzidos drasticamente pelo conhecimento. Para Robert, o maior investimento que pode ser feito é na sua própria educação, especialmente financeira.

Trata-se de uma mudança de comportamento que visa sair do paradigma da maioria das pessoas que tem na busca de um bom emprego e uma renda sem riscos para a aposentadoria seu norte, o que leva em geral a uma vida de privações, dívidas e frustrações para uma mentalidade de responsabilidade para o dinheiro que ganha, tratando-o como um possível ativo para gerar renda suficiente para uma vida mais independente e confortável.

5 lições do livro:

  1. Os ricos não trabalham por dinheiro; o dinheiro trabalha por eles.
  2. os fracassos inspiram os ricos
  3. A classe média sustenta os governos com seus impostos
  4. conhecimento vale masi que dinheiro no longo prazo
  5. o segredo para enriquecer é transforar sua renda em ativos o mais rápido possível

Citações

  • As classes média e baixa trabalham por dinheiro. Os ricos fazem com que o dinheiro trabalhe para eles.”
  • “um emprego é na verdade uma solução de curto prazo para um problema contínuo”
  • “A inteligência resolve problemas e gera dinheiro. Dinheiro sem inteligência financeira desaparece depressa.”
  • “os ricos adquirem ativos. As classes média e baixa adquirem passivos pensando que são ativos. “
  • “Os iletrados do século XXI não serão os que não leem ou escrevem, mas os que não conseguem aprender, desaprender e reaprender”. ( Alvin Toffler)
  • “as escolas se destinam a formar bom empregados em vez de bons empregadores”
  • “os pobre e a classe média compram futilidades com o seu próprio suor e com a herança do filhos”
  • “a classe média é o único lugar em que o governo pode impulsionar a receita fiscal.”
  • “nos dias de hoje, não procure segurança. Seja esperto”.
  • “o segredo para se tornar rico é a habilidade de converter a renda auferida em passiva e de portfólio o mais rápido possível”.