O Estranho Mundo de Jack

Sempre digo que criar versão para os títulos dos filmes é um baita problema pois muitas vezes nos afastam de entender os possíveis sentidos de uma obra.

O filme do Tim Burton tem o nome de The Nightmare Before Christmas. Amanhã eu publico um texto em que proponho uma interpretação possível, que dá todo o sentido para o título original.

Em outras palavras, eu defendo uma explicação do que seria o pesadelo que antecede o natal.

Reuniões de trabalho: 4 motivos

Segundo Adam Grant, existem 4 motivos para existir uma reunião:

1. decidir

2. aprender

3. criar laços

4. executar

Se não se enquadra em nenhuma destas, é para cancelar.

Em minha vida tenho participado de muitas reuniões para:

1. exibição de ego

2. reclamações e queixas

3. cumprir tabela

4. informar alguma coisa

Ah, dizem, mas preciso fazer uma reunião para informar o que está acontecendo. Não, para isso há outros meios de comunicação, desde um simples email até a gravação de um vídeo. Tenho para mim que muitas reuniões seriam evitas se não tivéssemos tanta preguiça de escrever. Muitas vezes é mais cômodo pedir uma reunião para passar uma informação do que usar os meios disponíveis.

Como hoje convoco boa parte das reuniões que participo, preciso refletir sobre o assunto. Será que não estou cometando erros que sempre reclamei? Tenho pensado nisso nos últimos dias.

Com certeza metade das reuniões que participei na minha vida foram tempo desperdiçado. Não posso fazer o mesmo com os outros.

Hora da união (e não agredir quem você precisa atrair)

Acabou o primeiro turno e as cartas estão na mesa. Algumas constatações:

1. Ao contrário do que diziam muitos bolsonaristas, Lula tem voto. E muito.

2. Ao contrário do que diziam os lulistas, incluindo suas facções na mídia e nos tribunais, Bolsonaro não está morto, pelo contrário, está sobrevivendo ao maior ataque midiático que uma figura pública já sofreu neste país. Nem estuprador já sofreu algo semelhante.

3. Os nordestinos não tem culpa nenhuma pela vitória de Lula no primeiro turno. É bobagem atacar as pessoas dos rincões do país quando tem gente muito bem informada, no seio da sua família, votando no descondenado. Parem com esta bobagem. Basta ver que Lula venceu na principal cidade do país.

4. Agora é hora de convocar uma frente contra este movimento que se uniu em torno do descondenado. Não se trata apenas de Lula, mas todo o grupo que está ao redor nele e, principalmente, nas sombras. É o que o Brasil já produziu de pior, começando pelo JD. Não podemos ter este povo de volta.

5. União significa parar de atacar os indecisos e os que podem migrar de volta para o Capitão. Não vai ser por ofensa que esta pessoa vai se arrepender e trocar o voto. Deixem de ser idiotas.

6. Sempre achei que o pior do lulismo não é a corrupção financeira, mas a outra, a corrupção da inteligência. A estética do ressentimento, a prática constante da divisão social e o ódio como principal sentimento mobilizar. Isso é mil vezes pior que qualquer roubo aos cofres públicos. A corrupção acabou ser uma benção, pelo menos momentaneamente, para afastar os demônios do poder formal. Torço para que seja em definitivo, mas só dia 30 saberemos.

Há muito abandonei posts políticos em favor de minha sanidade mental, mas os tempos pedem. Vamos nos unir e buscar os votos que precisamos. Que Deus abençoe e proteja esta nação.

Não podemos viver no passado

Quando Israel voltou do exílio na Babilônia, imediatamente recomeçaram a construir o templo de Jerusalém. Na narrativa de Esdras, começaram pelo tabernáculo. Logo os ritos tinham recomeçado, com os sacrifícios de animais e festas estabelecidos por Moisés. Quando iniciaram as fundações, os sacerdotes mais velhos, que lembravam do templo antigo, criticaram, percebendo que não seria tão grande quanto antes. Os trabalhadores pararam, desanimados.

Assim acontece conosco, sempre que nos deixamos levar por lembranças do passado e não conseguimos olhar adiante. O primeiro templo foi construído por Salomão, em tempos de prosperidade. O segundo estava sendo feito por um povo sofrido, que voltava de um exílio duro, seguindo a orientação de Iaweh. Se pensarmos bem, talvez o mérito fosse ainda maior do que nos tempos do grande rei.

Se não enterrarmos o passado, seremos aterrados por ele e não teremos futuro. Essa é uma das lições que esta passagem nos trás. Não queiramos reconstruir o passado quando não temos condições para isso, e talvez nem seja mais o caso. Olhar para trás é fonte de preciosos ensinamentos, mas não pode ser visto como uma prisão, que nos imobiliza em nossos projetos pessoais e profissionais.

Num reino distante…

Um belo dia, em um reino bem distante, um grupo de juízes deram de presente a um novo governante um conjunto de leis escritas. Eles entendiam que o novo governante era perigoso, que não seguiria as leis que foram promulgadas ao longo do tempo, embora nada indicasse qualquer intenção neste sentido.

Passou o tempo e o que se viu foi o contrário. O grupo de juízes constatemente violavam as leis que estavam naqueles escritos.

Talvez o governante devesse retribuir o presente com outro texto. Eu daria a eles o Tratado da Justiça, de São Tomás de Aquino, e sublinharia, com destaque, a questão 60 (volume 3) que trata do juízo, o ato próprio da justiça.

Lá se adverte sobre o problema de se julgar contrariando as leis escritas, além dos problemas da disposição do julgador e de seguir a reta razão.

A consequência maior deste reino distante é ser entregue, sob aplausos destes juízos, às raposas que aguardam vorazes para devorar tudo que se produz no reino, que não é pouca coisa.

Sob aplausos dos menestréis e trovadores.

Nova rotina matinal

Estou experimentando a proposta de um certo Dickie Bush (@dickiebush) no twitter, para crescimento pessoal.

Todas as manhãs, em no máximo 5 minutos, tenho que responder 5 perguntas com no máximo uma frase. São elas:

  1. Uma coisa que estou grato
  2. Uma coisa que estou empolgado
  3. Uma virtude que gostaria de exibir
  4. Uma coisa que estou evitando
  5. Uma coisa que eu preciso fazer

Esta inspiração cobre as seguintes áreas:

  • momento presente de gratidão
  • empolgação com o que está a frente
  • lembrar o tipo de pessoa que estou tentando me tornar (e a que estou evitando me tornar)

E termina com a coisa mais importante que eu preciso para hoje.

A título de exemplo, vejam minhas resposta para hoje:

  1. Os dias bonitos dados por Deus
  2. viajar para Madrid com minha esposa para celebrar meu casamento
  3. capacidade de doar meu tempo para os outros
  4. cancelar minha afiliação com um clube que não frequento mais
  5. definir meus dias de viagem ao Rio de Janeiro esta semana

E aí, vamos tentar?

Entrando no mundo dos OKR

Há algumas semanas escutei pela primeira vez a expressão OKR (Objective and Key-results), ou objetivos e resultados chaves, em um congresso de tendências agile para o setor público. Fiquei bastante interessado. O OKR pretende responder um dos grandes desafios da gestão, transformar o Planejamento Estratégico em execução.

Há uma certa crise do Planejamento Estratégico. É comum frases como “70% dos PE não se realizam”, “a cultura come o PE no café da manhã” e por aí vai. Uma das grandes questões é até que ponto o PE realmente não está sendo executado? Muitas vezes consideramos que foi um fracasso só porque não seguiu exatamente aquele plano feito lá atrás, embora a organização esteja agindo coerente com a direção e o alinhamento proposto. Enfim, não tenho respostas para estas perguntas.

O que achei interessante, à medida que vou estudando o assunto, é que os OKR colocam menos foco nas tarefas e mais nos resultados que se quer alcançar. Parece meio contraditório, não é? Se o problema é execucão, porque não vou colocar as tarefas no centro do processo? Bem, um dos grandes problemas das organizações é ter tarefas demais para gerenciar, tentando alcançar tudo ao mesmo tempo e com pouco foco. A impressão é que nada está avançando embora possa estar sendo realizado várias melhorias incrementais em vários pontos ao mesmo tempo. Com os OKR, há ciclos de planejamento curtos, com resultados tangíveis e uma necessidade de alinhar tarefas com os objetivos e resultados chave combinados.

Ainda estou no começo desta jornada, fazendo um primeiro curso online. Como treinamento, estou trabalhando no emprego da metodologia em meu planejamento pessoal, estabelecendo OKR para meu plano de vida. Está sendo uma experiência bem interessante.

A gestão é um mundo, com muita coisa nova e vejo muita gente preso no que sempre fez, achando que vai alcançar os mesmos resultados em ambientes cada vez mais complexos e incertos. Líderes que acham que não precisam aprender mais nada ou mesmo que tudo tem que ser empírico, torcendo o nariz para o conhecimento. Estão caminhando para a obscolecência e nem perceberam. Acha que tudo é modeismo, e muita coisa é, mas se tiverem o cuitado de separar o joio do trigo podem ter um papel de destaque em liderança. O conhecimento nunca esteve tão acessível para quem quer aprender, basta dar o primeiro passo.

Criação e análise

Criação e análise são duas partes distintas de nossa mente. O grande problema é que frequentemente deixamos que atuem juntas, o que acabam anulando-se. É preciso primeiro deixar a criatividade atuar livremente, de forma um tanto caótica, sem se precipitar no julgamento das próprias idéias. Depois, em um segundo momento, entra a análise, julgando e ordenando o que foi feito. Por isso, na escrita, é importante escrever o mais rapidamente possível a primeira versão, o rascunho, o monstro, o primeiro jato.

Sabe-se que pouco vai se aproveitar, ou melhor, que o texto final ficará bem diferente e é justamente isso que dá liberdade para nosso primeiro esforço. Se estivermos preocupados com a qualidade do que estamos escrevendo no momento da criação inicial, ficaremos inibidos e chegaremos ao tal bloqueio do escritor.

Sei que tem autores que conseguem fazer este processo em suas mentes e já escrevem de forma quase definitiva, mas de maneira nenhuma são a regra geral. A arte de escrever é a arte de re-escrever, assim como a arte da leitura é a arte da re-leitura. Ninguém leu realmente um livro antes de lê-lo novamente.

Escrever demanda esforço por causa disso. Tenho um diário pessoal que escrevo irregularmente desde 2008. Já são mais de 50 cadernos moleskine (ou similares). Nada mais são que coleção de primeiros jatos, assim como este texto. É também uma forma de espontaneidade e registrar, ao longo do tempo, nossos inúmeros erros de interpretação da realidade. Sempre que olho meus textos antigos tenho automaticamente um exercício de humildade ao perceber como, muitas vezes, estive completamente errado. Sei que no futuro, vou olhar para os textos de hoje e pensar a mesma coisa. Não tem problema nenhum, porque não são textos finais, são breves ensaios, tentativas de expressar realidades que nem compreendi direito mas que obtenho certa clareza ao escrever, organizando um pouco os próprios pensamentos.

Aqui é muito mais a parte criativa funcionando do que a analítica. É Dionísio triunfando sobre Apolo.

Flashdance e a importância dos sonhos.

Flashdance é um daqueles filmes incônicos, que marcaram uma época, mas que acabei não assistindo. Corrigi este erro sábado a noite.

Gostei imensamente, não só pelas músicas, a lembrança dos anos 80, que tem um lugar especial para mim, mas também pelas cenas de dança. Jennifer Biels estava encantadora. A mensagem que ficou para mim é que realizar um sonho é uma combinação de sorte, preparação e coragem. Não controlamos nossos destino, mas se não estivermos prontos quando uma oportunidade surgir, poderemos deixar passar uma grande chance e viver na amargura.

Muita gente culpa o destino por não ter alcançado o que sonhava, mas até que ponto temos nossa responsabiliade? Se é verdade que dependemos de um pouco de sorte, não podemos colocar tudo na conta dela; temos que fazer nossa parte também.

Lembrou-me muito de uma decisão que tomeis há uns 4 anos, que mudou minha vida. Passei por um período de indecisão até me decidir, não foi fácil. Outro dia, um colega comentou comigo:

__ Cara, você teve coragem. Eu não sei se eu teria tido.

No dia não entendi muito como coragem, mas vendo o filme pude refletir melhor. Quando você troca o conforto de uma vida toda programada por uma aventura, mas que faz sentido para você, tem que ter uma certa dose de coragem. Flashdance é um pouco sobre isso, sobre a indecisão de Alex em fazer o teste, o medo da rejeição, de descobrir que não tem talento e ver os sonhos ruírem. Ela precisou de coragem, mas etava preparada e teve a dose de sorte que precisava (a indicação). O resto, como disse Nick, era com ela.