O natal cristão não se resume ao dia 25. A data marca apeanas o começo de uma celebração que dura 12 dias, até 5 de Janeiro.
Há tradições que contam um pouco diferente, terminando no dia 6 de janeiro, dia da epifania, ou mais conhecida como Dia de reis, fazendo referência à visita dos reis magos que reconhecem a manifestação de Deus.
Enfim, só para dizer que nós católicos devemos preservar na celebração do natal, sem culpas, durante estes 12 dias. Bem como manter nosso espírito natalino. E estamos precisando!
Um feliz natal a todos!
Que os homens de boa vontade prevalesçam sobre as forças que só querem o caos e destruição.
A última semana do ano é própria para olhar para o próximo ano. Hora de um bom planejamento, o que não significa pensar em todos os detalhes. Vivemos em um mundo cada vez mais marcado pela incerteza, especialmente o Brasil de Lula III __ embora eu veja com alta probabilidade o desastre que teremos pela frente.
Enfim, hora de pensar 2023. Se nao devo pensar nos detalhes, quais devem ser as linhas mestras para este planejamento?
Um pouco inspirado pela Thais Godinho, um tanto pelo David Allen em seu GTD, ou mesmo pelo método do OKR, vou passar pelos seguintes pontos:
um foco para 2023 (o foco na saúde funcionou muito bem em 2022)
uma revisão da “big picture”
principais objetivos para 2023
quais projetos devo priorizar?
Como pretendo terminar o ano?
Quais hábitos pretendo implementar ao longo do ano?
Como foi meu 2022? O que deixei de fazer ou poderia ter feito diferente?
A lista não é exaustiva. Apenas uns pontos de controle, que vou aprimorar ao longo da semana.
Deixei de citar outra grande influência, o estudo dos hábitos. Um ensinamento particularmente tenho refleito muito: dar mais importância aos sistemas que adotamos do que as metas que queremos atingir.
Bom planejamento para todos que desejam estar preparados para 2023.
5 dicas de sexta (uma lista livre de coisas legais que andei acompanhando ou fazendo)
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Um livro que terminei: Dialética Simbólica, de Olavo de Carvalho
O simbolismo é um dos meus temas prediletos. Nesta compilação de artigos de Olavo, podemos entender melhor o que são símbolos e como eles aparecem na ação humana ao longo dos tempos. Ele mostra, entre outras coisas, como os gêneros literários tem uma realidade ontológica e não são apenas categorias para classificar as obras. Como aplicação, um ensaio genial sobre o simbolismo em O Silêncio dos Inocentes, refutando a intepretação psicológica ou sexual do filme, e um ensaio mais curto sobre o seu filme predileto, Aurora.
2
Um canal do youtube que ando assistindo: Bastter
Sabe aqueles conselhos para enriquecer que de uma forma ou de outra chegam até nós? O Bastter tem uma outra pegada, mostrando que não existe milagre, que para conseguir a tal independência financeira tem que ter muito trabalho, tempo e poupar. Aliás, antes de pensar em investir, tem que eliminar todas as dívidas e fazer a reserva de emergência. O cara é uma figura e usa uma linguagem bem direta e cortante, para chamar atenção mesmo. Bem interessante.
Um filme para o natal: A Felicidade Não se Compra (Frank Cappra, 1946)
Este filme não é apenas o melhor filme de natal já feito, é o melhor filme já feito. Alguém já disse que clássico é aquele livro que todo mundo fala dele, mas que ninguém leu. Se vale para o cinema, este seria o exemplo perfeito. Não percam tempo, assistam!
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Uma playlist que montei: Lord Songs 7: Early 70s
Esta semana me deu uma nortalgia de escutar rock anos 70, particularmente da primeira metade da década. Montei uma playlist com alguma das minhas bandas favoritas da época, algumas em começo de carreira, como o Thin Lizzy e o Rush; outras em ato final, como os Beatles. Gosto particularmente desta época porque ainda estavam presentes elementos dos anos 60, como a alegria e a simplicidade que tanto marcou o estilo.
5 notas de sexta (uma lista livre de coisas legais que andei acompanhando ou fazendo)
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Um filme que assisti: Uma História de Natal (The Christmas Story, 1983).
Oficialmente começou a temporada de natal 2022. Um dos grandes clássicos do gênero é um filme não tradicional em sua forma. São como pequenos quadros unidos por uma narrativa central, sobre o desejo de um menino de ganhar um rifle de chumbinho (que pecado para os dias que vivemos!). Possui algumas cenas memoráveis, como o menino com a língua congelada no poste e o pai desembalando um presente que ganhou em um concurso. Chamou-me atenção o grande ausente do filme, justamente aquele que deu origem à comemoração e dá significado a data.
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Um tema que comecei a estudar: dopamina
A dopamina é uma substância no cérebro relacionada com a antecipação do prazer. Pode se referir tanto a um simples chocolate como uma dose de cocaína. Refere-se a qualquer tipo de prazer. A dopamina é liberada, por exemplo, quando abrirmos o facebook na esperança de ter uma curtida em um post que foi colocado. Estão entendendo a importância? No mundo de hoje temos uma fonte de dopamina ao alcance de nossas mãos e isso é extremamente perigoso. Um assunto que tem me preocupado de forma crescente.
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Uma playlist que estou escutando: música clássica para relaxar
Esta playlist do spotify do Haydn foi dica de uma newsletter da Maria Helena Galvão, da Nova Acrópole. Tenho escutado muito em meus trabalhos de organização e mesmo quando preciso concentrar em um projeto específico.
Um livro que estou relendo: A Arte de Fazer Acontecer
Quando li pela primeira vez este livro do David Allen, Getting Things Done, foi como se uma luz iluminasse o quanto eu precisava trabalhar minha organização pessoal e fluxo de trabalho. Embora não tenha utilizado a metodologia em sua plenitude, emprego várias de suas ferramentas no meu dia a dia desde então, como deixar minha caixa de entrada de emails vazias, regra dos dois minutos, categorização das ações por contexto, etc. A atual edição é revisada, considerando também as mudanças tecnológicas neste período. Basta lembrar que em 2010, o email era a principal ferramenta de comunicação e nem se imaginava algo como as redes sociais.
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Um pensamento para reflexão:
Ó vóis que entrais, deixai fora toda a esperança.
(Dante, A Divina Comédia)
Sempre achei impressionante esta inscrição que Virgílio encontra na entrada do inferno. Parece que foi João Paulo II que uma vez disse que o inferno é também um estado de espírito. Quer saber se está neste estado? Examine. Tenho alguma esperança?
Há pouco mais de dez anos li um livro que me trouxe muitos ensinamentos sobre organização. Trata-se de Getting Things Done, traduzido aqui por A Arte de Fazer Acontecer, do David Allen. Tinha acabado de lançar e li ainda no original. Allen lançou um método que ficou conhecido como GTD e tem como base principal tirar as coisas de sua cabeça e armazenar baseado nas próximas ações possíveis.
Dentre as várias técnicas e premissas, uma que uso desde então, e uma das mais fáceis de usar, é a regra dos dois minutos. Ao processar uma caixa de entrada, física ou digital, tudo que levar menos de 2 minutos para ser feito, faça na hora. A premissa é simples: você vai levar mais do que isso para armazenar corretamente e procurar depois quando precisar.
Aliás, estou relendo o livro, na nova edição atualizada. No tempo que Allen escreveu seu livro, o email era a principal ferramenta digital de comunicação. De lá para cá, muita coisa mudou, mas continuamos com tempo escasso para fazer tanta coisa. (Não estaria o problema justamente neste “tanta coisa”?)
Preciso separar 1 ou 2 dias para dar aquela organizada geral, mas no meio tempo aplico várias técnicas e vou lidando com o mais urgente. Uma coisa que consegui este ano foi zerar minha caixa de email e venho mantendo-a funcional há algumas semanas, com mínimo esforço. O que me faltava para realmente abraçar o GTD era a consciência do poder dos hábitos, porque o método é sobretudo sobre fluxo. Há rotinas de processamento que devem ser seguidas para que o sistema seja confiável e resistamos à tentação de manter as coisas na caixa de entrada porque estamos inseguros em não conseguir acessar a informação mais tarde.
Há muitos vídeos do GTD por aí, mas recomendo antes de tudo ir direto à fonte. Leiam o livro. É preciso entender os fundamentos antes de aplicar qualquer ferramenta.
Um filme de natal não convencional, em que uma série de eventos (vignettes) que retratam um natal na década de 40, no ponto de vista de uma criança (narrada por ela como adulto). A mesma técncia que seria usada depois em The Wonder Years.
Uma comédia que retrata bem o natal como ele se tornou nos dias de hoje, centrado na espectativa de presentes e alegria de uma festa. Divertido e mostra bem as aventuras que se constroem ao redor do desejo de um garoto de 8 anos em ganhar um rifle de chumbinho. É fácil ver várias cenas de nossa própria infância nos acontecimentos da família Parker.
Fiquei pensando sobre o grande ausente. Sim, aquele que dá significado ao natal em primeiro lugar. O natal que é retratado é o natal secular, um motivo para distribuir presentes e comer um bom peru.
(uma lista livre de coisas legais que andei acompanhando ou fazendo)
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Um dia para celebrar: Tricampeonato da Libertadores
Desta vez fui supersticioso. Como em 2019 vi o bi em um bar, e perdemos ano passado assistindo em casa, desta vez fiz questão de ir novamente a um bar ver o jogo. Juntei uma pequena turma no Chopptime, na 405 sul aqui em Brasília. Deu certo. Vitória magra, 1 x 0, mas título na sala de troféus da gávea! Lembro bem que quando nos classificamos para a Libertadores de 2019, comentei com amigos: para que? Melhor passar a vaga e evitar o vexame. Sim, pois já tinha desistido deste torneio. De lá para cá, fizemos 3 finais em 4 anos, ganhando duas. O vento mudou forte.
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Um vídeo que estou assistindo: Tutorial do Notion, da Thais Godinho.
Experimentei brevemente o notion por algumas semanas, mas sem avançar muito mais que o uso como um bloco de notas. Foi com este aulão da Thais Godinho que a coisa se iluminou. Que ferramenta! Entendi porque ela gostou tanto e substituiu o evernote. Uma estrutura muito mais dinâmica, quase que um site pessoa, que pode ser usado para quase tudo. Link aqui.
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Um livro que estou relendo: Iniciação à Teoria do Estado (J. P. Galvão de Sousa)
Em tempos que somos dominados por lugares comuns, expressões usadas fora de seu verdadeiro significado, como símbolos ocos de propaganda ideológica, este livro nos retoma aos fundamentos. Como se forma a sociedade? Como se governa? Como se dá a liberdade e sua perda? O que é autoridade? Um livro bem condensado, como deve ser as instroduções (e não aqueles monstrengos de 500 páginas que as universidades tanto gostam). Em vários momentos somos levados ao desânimo de perceber que nunca vamos dar certo como nação no caminho que estamos retomando.
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Uma dica de um amigo: Robert Cray
Outro dia um amigo me passou esta dica. Trata-se de blues de primeira, que combina muito bem com um whisky ao fim da tarde. Estou gostando bastante, ainda mais com o tempo meio frio e nublado que está fazendo em Brasília. Está combinando muito com meu estado emocional desde domingo. Link de uma coletânea.
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Um pensamento para reflexão:
A convivência humana requer o exercício limitado das liberdades de cada um.
J. P. Galvão de Sousa
Lembra muito o entendimento de democracia do Mark Twain, que dizia que democracia era formado pela liberdade de consciência, liberdade de expressão e a sabedoria de abrir mão das duas. Não se trata do estado limitar a liberdade, mas de nos auto-limitarmos, ou seja, nos controlarmos no uso da liberdade. Se todos quiserem usar de suas liberdades ao máximo, o caos será instalado. Infelizmente vivemos uma época perigosa, em que a atoridade está fazendo tudo para limitar a liberdade das pessoas, assumindo um papel que jamais poderia ter, de consciência da nação.
5 dicas de sexta (uma lista livre de coisas legais que andei acompanhando ou fazendo):
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Um filme que assisti: O Estranho Mundo de Jack (The Nightmare Before Christmas).
Como minha esposa escolheu me fantasiar de Jack, rei das Abóboras, para uma festa de halloween que organizamos, precisei assistir o filme do Tim Burton. Bem divertido e mostra bem o problema de querer mudar sua essência para ser o que não é. Tudo tem um sentido no universo e precisamos agir dentro de nossas possibilidades. Portanto, é uma ilusão querer ser o que não podemos ser (um recado para os ideólogos de todos os tempos).
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Um livro que terminei: Vida Organizada, da Thais Godinho.
Mais do que um método, o livro é interessante pelos princípios, além se se conectar com uma questão que tenho estuado, os hábitos. Você pode focar em arrumar a bagunça da sua vida, que termina geralmente fracassando, ou lidar com os hábitos que levam a sua vida a ficar organizada. Neste segundo aspecto, Godinho apresenta boas dicas e reflexões sobre os hábitos que nos levam não só a organizar, mas ter uma melhor qualidade de vida.
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Uma melodia que não sai da minha cabeça: Jeremy, do Pearl Jam.
Confesso que nunca curti muito esta banda, mas resolvi dar uma outra chance para o album Ten, seu primeiro disco. Jeremy era um garoto quieto, esquisito, ignorado pelos pais e colegas. Um dia ele se suicida na sala de aula (baseado em história real) e por isso Vedder canta “Jeremy spoken, in class today”. Bem estereótipo do jovem desajustado solitário, mas funciona bem.
Este estava na minha lista para assistir há algum tempo, mas faltava a oportunidade. Esta semana, jantando em um quarto de hotel no Rio de Janeiro, aprovei. Muito legal a sacada da autora do vídeoensaio. Aproveito para passar a dica: é meu cineasta favorito __ embora 99% das pessoas provavelmente acharão seus filmes chatos porque são muito centrados no diálogo. Uma constatação de como nos tornamos incapazes de apreciar o cinema sem estímulos constantes.
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Um pensamento para reflexão:
O bom juiz nada faz por seu arbítrio; mas, sentencia segundo as leis e o direito
(Santo Agostinho, comentário aos salmos).
Eu até queria comentar um pouco sobre este pensamento, mas tenho medo. Xerxes está de olho nas redes sociais.
A Mulher do Aviador (Filme de Eric Rohmer)
E você, o que andou fazendo de bom? Comente que vamos adorar saber!
Estranho Mundo de Jack (The Nightmare Before Christmas)
Jack é o rei do Halloween, mas está entediado. Tudo está tão certinho que não se sente desafiado, falta-lhe propósito. Algo como o enoui, o tédio existencial que Cervantes mostra tão bem na corte visitada por Dom Quixote, em sua terceira e derradeira expedição. Nela, o cavaleiro da triste figura encontra uma corte entediada, que sabe de suas aventuras e resolve entrar na dele, fingir que se trata realmente de um grande cavaleiro para se divertir. O mais interessante é que aos poucos passam realmente a acreditar nas mentiras que criam para impressioná-lo. Em um ensaio magistral, o cientista político Eric Voegelin mostra que se trata do mecanismo de criação de uma segunda realidade, paralela ao mundo real, mas muito mais estimulante e fascinante. A primeira realidade, o mundo como realmente é, nem sempre é atrativo para as mentes mais inquietas.
Assim como o rei daquela corte, Jack busca algo para se motivar. É neste momento que nossa alma se abre para o perigo da segunda realidade. Mesmo que se saiba que é mentira, o discurso é sedutor pois promete um mundo bem mais interessante e colorido.
Jack vê o natal e se entusiasma. Ele quer ser o novo papai noel, quer ser amado pelas pessoas. Ele emula o mundo do natal, criando renas esqueleto, se vestindo de vermelho, distribuindo presentes. Ele acredita que um novo mundo é possível. Familiar? Uma das formas mais impressionantes de segundas realidades é o fenômeno das ideologias políticas. Para Eric Voegelin, estas ideologias são formas de religiões políticas, pois utilizam a estrutura espiritual nas tradições religiosas, particularmente a católica, apenas trocando sua substância. Da mesma forma que uma ideologia como a marxista quer ser o novo cristianismo, Jack quer que o halloween se transforme no novo natal. Só que é tudo aparência e uma hora a realide se impõe. As crianças estão apavoradas com os presentes assustadores, ele termina alvejado por canhões e, ironia, cai nos braços da estátua de um anjo, percebendo então seu seu enorme equívoco. Não se pode mudar a essência das coisas, apenas o que lhe é acidental. Por mais que se esforce, Halloween jamais será natal assim como o marxismo jamais será catolicismo.
Jack termina aceitando a realidade como é. Não se trata de conformismo, pois muita coisa pode ser transformada dentro do nosso quadro existencial. O que não se pode é criar um mundo a partir de nossos devaneios, definir a realidade por nossa vontade. Por isso que São Tomás dizia que a verdade é filha do tempo. Ela termina triunfando, mesmo que a custa de muito sofrimento.
No fim, o papai noel sempre será o rei do natal e Jack terá sua parte, não como o novo Noel, mas como senhor de seu próprio reino. É tendo a humildade de entender seu papel que poderemos ter uma boa vida, como diziam os antigos. Infelizmente, fruto de nosso ego e ressentimentos, nos achamos capazes de construir nossa própria realidade, o que não passa de receita para as maiores atrocidades já feitas pelo homem. O humanismo abriu este caminho ao colocar o homem no centro da criação, o que termina em um grande processo de desumanização, abrindo caminho para o descarte dos que “não se encaixam”.
Uma sociedade dominada por uma ideologia é o verdadeiro pesadelo que antecede ao natal.