Sobre reuniões e vídeo-conferências

Que trabalha em organizações sabe que um dos impactos da pandemia é que a vídeo-conferência tornaram as reuniões mais fáceis de acontecer. Um resultado é que muitos estão com a agenda repleta delas e não consegue trabalhar. Aqui cabe a primeira observação:

o verdadeiro trabalho acontece fora da reunião

Se você toma seu tempo todo em reuniões, terá pouco para trabalhar.

Como tudo na vida, vejo vantagens e desvantagens. Para quem trabalha no serviço público, tornou mais fácil, e igualitário, o acesso. Afinal, para vir até Brasília precisa ter recursos. Agora qualquer empresa, por menor que seja, pode conseguir uma reunião sem sair de casa.

Também, dentro das próprias organizações, gerou economia. Afinal, quantas vezes uma pessoa tinha que viajar apenas para participar de uma reunião da empresa?

a reunião remota democratizou o acesso aos decisores públicos

Mas não podemos nos enganar, a reunião remota não tem, em muitos casos, o mesmo efeito da presencial. Tem hora que tem que ter o olho no olho, a liberdade de se falar certas coisas que não cabem no formato digital. Tem sempre um momento que saímos da formalidade dos discursos e se pergunta coisas como “afinal, o que você realmente quer?” ou se diz coisa como “olha, isso não dá. Nem adianta pedir”.

a reunião remota não serve para todos os casos

Da mesma forma que as reuniões tradicionais, ainda existem muitas reuniões que só ocupam o tempo, por diversos motivos. Um, que sempre me incomodou, é participar de uma reunião que eu não deveria estar. Quem convoca, tem que ter este cuidado de não convocar quem não precisa estar lá. Muitos tem por princípio que na dúvida, chama. Mal não tem. Sou de opinião contrária, porque na minha visão, toda reunião tem um custo.

na dúvida, a pessoa não precisa participar da reunião

Mas o que sempre me incomodou bastante é o ego. Há sempre gente presente, e nem precisa ser a maior autoridade, que usa a reunião para jogar confete em si mesmo, mostrar resultado, tratar de um assunto que poderia tratar individualmente mas precisa mostrar para todos que está resolvendo um problema. Por isso é tão importante uma pauta e que não se saia dela.

toda reunião tem que ter uma pauta

Enfim, tem muito mais coisa que poderia dizer sobre reuniões, mas para começo, já está bom. Acho que produtividade é um assunto que abordo pouco aqui no blog. Será que deveria escrever mais sobre este tema?

A ciência provou?

Sempre que vejo uma reportagem ou leio uma notícia de que a ciência provou alguma coisa, sinto arrepios. Se não me engano, quando surgiu o que se chama de ciência moderna, uma de suas premissas é que não existiam verdades absolutas, apenas o conhecimento mais provável. O papel do cientista era justamente duvidar dessas verdades e investigar o assunto para ter um conhecimento melhor.

O que já era uma deformação do pensamento aristotélico de que a verdade é absoluta e real, o nosso conhecimento dela é que poderia ser sempre melhorado através da pesquisa. Quando vejo a ciência de hoje, cheia de dogmas, parece-me que ela se tornou tudo que combativa no princípio. Na verdade isso não é novo, a própria ciência nasceu de 3 dogmas:

  1. vivemos em um universo racional;
  2. o universo pode ser expresso por leis matemáticas;
  3. a racionalidade do universo é um espelho da racionalidade do cérebro humano.

Poucos percebem como a base da ciência moderna é cristã. Não sei se já ouviram esses dogmas:

  1. Deus é onisciente, criou um mundo racional;
  2. Deus criou as leis que governam o universo;
  3. Deus criou o homem à sua imagem e semelhança.

O cientista ateu tradicional é um religioso dogmático e não percebe isso. Na verdade ele apenas trocou o nome de Deus por outro: ciência, razão, acaso, pode escolher.

Um exemplo de dogma “científico” é a teoria da evolução. Tente colocar dúvidas à respeito! Será chamado de… de… herege! Nem vou falar da teoria da mudança climática provocada pelo homem. Já escutei muita gente boa falando que isso já está provado. Provado como? A ciência pode provar alguma coisa? No máximo ela reúne evidências que um determinado recorte da realidade, escolhido pelo cientista, PARECE funcionar de tal maneira. Baseado nisso, por processo de indução, conclui como funciona a realidade inteira. Chamar isso de prova científica parece uma loucura. E é.

Aliás, não faltam sacerdotes nessa ciência moderna! Quando se fala na pandemia então! Pior ainda são as ciências sociais! Aí a picaretagem não tem limites! Tem prêmio nobel de economia pagando cada mico!

Só sei de uma coisa. Toda vez que falam que cientistas provaram algo, meu desconfiômetro dispara na hora. Aí tem treta. E geralmente tem mesmo.

Coisa que  Aristóteles já tinha descoberto há mais de 2000 anos.

Tentando fugir da realidade: só vai piorar

Confesso que começo a me divertir com as ginásticas, cada vez maiores, das pessoas em justificar o injustificável. Ao assumir uma posição dogmática sobre algo, podem acontecer duas coisas. Você pode estar certo ou pode estar errado; nos dois casos, é a realidade que vai prevalescer.

O grande problema é quando a danada da realidade começa a mostrar que você não só está errado, mas que foi completamente ingênuo, para dizer o mínimo, em assumir determinada posição. Muitas vezes, foi manipulado, o que cria uma reação enorme a reconhecer tanto sua ingenuidade quanto sua manipulação.

Políticos, jornalistas, intelectuais, pessoas comuns, estão vendo a realidade se tornar evidente a cada dia. O que fazer? Reconhecer o erro ou começar uma ginástica para dizer que o céu não é azul e que estava certa o tempo todo. A maioria está optando pelo segundo caminho. No início é fácil: você desqualifica um cientista aqui, um estudo ali, uma evidência acolá. Só que os casos começam a avolumar e você passa a não só defender o erro inicial, mas o erro de tentar encobrir o erro inicial. A vergonha vai se tornando maior e mais vigorosa passa a ser sua recusa em reconhecer a verdade. As contradições começam a crescer e a coisa só vai piorando, até o ponto que você está em um papel completamente ridículo e não sabe como sair do buraco que se meteu.

Só existe um caminho: a humildade. Pare de deixar o orgulho falar mais alto e se curve à realidade. Liberte-se.

Fundamentos de Antropologia: citações

Da minha releitura de Fundamentos de Antropologia, do Stork e Echevarria, separei os seguintes destaques:

Uma sociedade sentimental é uma sociedade que fica nas mãos da casualidade.

O infantilismo (medo de crescer, de assumir a responsabilidade) é a grande enfermidade de nosso tempo.

Pintar a sociedade e o homem perfeito de modo abstrato e depois obrigar rigidamente a realidade concreta a se parecer com o modelo teórico é pura ideologia.

A fonte última da dignidade do homem é sua condição de pessoa.

O homem converte a Terra em Mundo, habita o mundo, não se limita a viver na terra.

Contas histórias tem uma influência prática maior do que os discursos teóricos na configuração dos tipos de conduta dos povos.

Não se pode impor a ninguém o bem e a verdade a custa de sacrificar sua liberdade. (…) impor a alguém que já tenha capacidade de decidir por si mesmo é rebaixá-la como pessoa.

Uma sociedade que se ocupa apenas em repartir não tem vida em comum: é um plano burocrático que não cria mais riqueza além daquela que tem materialmente.

Sem promessas, o amor não poderia ser duradouro.

O belo não pode ser substituído pelo útil sem que o homem fique empobrecido.

É em vão procurar a felicidade no exterior se não se encontra dentro de nós mesmos.

Uma sociedade não pode melhorar se as pessoas não são tratadas de modo que possam tornar suas as tarefas. Quando isso é excluído, só cabe a autoridade despótica.

A democracia converte-se na luta de pequenas autoridades despóticas, que tratam de conquistar quotas de poder para impor suas decisões.

Longe de se oporem, liberdade e compromisso se potenciam: a primeira se realiza mediante o segundo.

Vivemos em uma sociedade que favorece a existência de casais e não de famílias.

O estado policial é a consequência natural da visão positivista da lei.

O homem é o único ser que faz do calar um gesto característico.

A velocidade é o único prazer inventado pelo homem moderno.

A justiça humana é incapaz de assegurar de verdade a manutenção da ordem.

Minha primeira mixtape

Acabei ficando empolgado com o post de ontem. Preparei um texto maior no medium (ainda carece de revisão para publicar) e comecei a montar mixtape´s retroativas, ou seja, fiz um exercício de lembrar as músicas que mais me lembram de determinadas épocas e criar playlists no spotify.

Começando pelo começo, a minha primeira mixtape volta até 1987, quando morava em João Pessoa. Foi ali que comecei a realmente escutar música. Época em que ficava escutando rádio esperando tocar uma música que eu gostasse para gravar em fita, de comprar meus primeiros LP. Inclusive o primeiro disco que comprei na minha vida foi um de novela, sério. Hipertenção Internacional. Deste disco saíram 3 músicas desta mixtape (Lady in Red, Sledgehammer, Papa Don´t Preach). Também conheci o Iron Maiden a partir de uma fita que um primo meu gravou e me mandou, lá de Leopoldina, nas Minas Gerais. O Hollywood Rock de 88 me levou a gostar de Simple Minds, o que me rendeu um disco, o Sparkle in the Rain, representado por Waterfront na mixtape.

Em 1988, fui estudar em um internato em Fortaleza (sim, eles ainda existiam). Tinha 14 anos. Aos domingos à noite íamos para a praia do Futuro onde um telão passava clips. Lembro particularmente de dois: Luka da Suzan Vega e The Final Countdown, do Europe. Teve um especial do Jean-Michel Jarre, na Globo, que me impressionou com aquele show de luzes e etc.

Enfim, esta é a mixtape.

https://open.spotify.com/embed/playlist/6ZYPu1QcCQcfl6cDQM5t33?utm_source=generator

Mixtape, as fitas coletâneas

Essa é uma daquelas que entrega a idade.

Antes do streaming, na verdade antes dos cds, existiram as fitas K7. Não dava para ficar carregando os discos de vinyl por aí, mas todo mundo que gostava de música tinha suas fitas k7 com suas músicas gravadas. Mesmo antes de se popularizarem os diskman, o normal era alguém ter um aparelho de som tipo “toca fitas” para escutar músicas fora de casa.

O acesso aos discos também era mais difícil e quando um amigo tinha um disco mais raro, tipo um importado, o normal era levar uma fita para casa dele e gravar o disco para escutar em casa. Haviam até lojas especializadas que gravavam fitas a partir de enormes coleções de LP que possuíam.

Uma das modalidades interessantes eram as coletâneas. Nesta, você não gravava um LP inteiro, mas escolhia música a música o que iria gravar na fita. O resultado era uma certa expressão pessoal, quase um manifesto de gosto ou estado de espírito. Um exemplo era gravar uma mixtape para a namorada. Estas fitas, quando escutadas anos depois eram uma forma de memória.

O filme Mixtape no Netflix (esqueci o título em português) me fez lembrar deste tempo com uma certa nostalgia. No simpático filme, uma menina pré-adolescente encontra uma mixtape gravada em conjunto pelos pais, que morreram em um acidente quando ela tinha 2 anos. A fita tinha quebrado, mas a relação de músicas estava lá e é uma forma dela tentar entender como eles eram, já que a avó evitava sempre falar deles.

Eu fiz muitas mixtapes na minha adolescência, especialmente nos meus tempos de academia militar. Eu tinha um toca fitas antigo, que meus pais tinham comprado nos Estados Unidos uns dez anos antes, mas que fazia um sucesso entre os colegas. Nas horas de folga juntávamos no alojamento para escutar nossas fitas e assim acabei gravando várias.

Com os Cds, e principalmente os cds graváveis, a fita k7 foi aposentada. Os novos dispositivos, a partir do mp3, permitiam gravar muito mais músicas de modo que a seleção cuidadosa do que gravar se tornou dispensável. Com o streaming então, você faz playlits gigantes, quando não recorre à inteligência do próprio streaming para montar as listas para você. O toque pessoal se perdeu. O que se faz fácil, não gera muita ligação emocional.

No cinema temos algumas mixtapes famosas, cito duas. A mixtape do Barney no seriado How I Meet you Mother e a mixtape do Starlord em Guardiões da Galaxia. Esta última tinha função semelhante ao do filme da netflix, conectar o personagem com o mãe, que faleceu quando era inda muito jovem

E você? Lembra de alguma mixtape especial?

Humanidade (Rutger Bregman): minhas notas

  1. O livro tem uma proposta bem clara de defender a tese que a humanidade é boa na sua essência, ou seja, que a maioria das pessoas agem corretamente.
  2. Um dos problemas é que os atos de maldade conseguem muito mais publicidade, o que gera um viés na própria mídia interessada em audiência (ver caso Kitty Genovese)
  3. O autor combate a teoria do verniz, que diz que quando retirados da zona de conforto, o pior de nós aflora. A base da teoria é Hobbes: a civilização nos mantém comportados. Bregman segue a linha de Rousseau, que somos bons e a civilização nos estraga
  4. A idéia mais interessante que achei no livro foi o de nocebo. Contrário ao placebo, um remédio que ao prometer alguma cura nos faz sentir melhor, o nocebo nos apresenta uma visão irrealista da natureza humana, como essencialmente má, e nos faz nos comportar como se realmente fossemos daquele jeito.
  5. Nos momentos mais críticos, como nas tragédias, guerras, perdas, o melhor de nós aflora e procuramos nos ajudar.
  6. O grande problema é que esta visão otimista é visto como uma irrealidade. O cinismo e o interesse pessoal são vendidos como a grande realidade (efeito nocebo). Muitas vezes nos comportamos assim porque fomos convencidos a nos comportar desta maneira.
  7. O grande mecanismo para superar todas as dificuldades é a regra de outro: tratar as pessoas como gostaríamos de ser tratados. O efeito é exponencial. Esta seria a grande transformação da sociedade.

Para resumo e notas completas, segue o link do evernote

Humanidade – Resumo Anotado

Rapidinhas de sexta (e bíblicas)

1

Quando o profeto Elias enfrentou os 400 sacerdotes de Baal, chama atenção o número. Era um único contra quatro centenas. Eles tinham que invocar o fogo sagrado, mas apenas Elias conseguiu. Ou seja, não adianta uma esmagadora maioria de idólatras. Só quem tem o verdadeiro Deus no coração pode invocar o fogo sagrado da verdade.

2

Quando Pilatos perguntou quem deveria libertar, o povo pediu por Barrabás. Com certeza haviam seguidores de Jesus no meio da multidão, mas como Pedro, preferiam se calar.

3

Os romanos nunca conseguiram entender porque aqueles cristãos entravam na arena de forma serena e cantando hinos. Não sabiam que iam morrer?

4

Dos 12 apóstolos, só João foi poupado do martírio. Todos os outros morreram, mas podiam ter escapado se dissessem que Cristo não ressuscitou. Nenhum deles o fez. Preferiram a morte, mas de alguma forma há os que acreditam que estavam espalhando uma mentira para enganar os tolos.

5

Se você adora algo de maneira absoluta, que não aceita nenhum questionamento, e esta coisa não é Deus, você está violando o primeiro dos mandamentos e principal deles. Você está praticando a idolatria, mesmo que seja com as melhores intenções.

6

Há muito deixou de ser ciência. É uma seita. Numerosa, mas mesmo assim uma seita. Tem até ritual de iniciação, com direito a fotos e cartazes.

Tratado da Lei: minhas anotações

Não sei se vai ajudar alguém, mas segue o link das minhas anotações sobre o Tratado da Lei, de São Tomás de Aquino (questões 90 a 108 do volume 2 da Suma Teológica). Basicamente ele divide em três tipos de leis: as leis humanas, a lei natural e a lei eterna (que divide-se em lei antiga e lei nova).

As leis humanas já dá bastante coisa para pensarmos na forma como fazemos nossas leis na democracia moderna. O principal aqui é que as leis humanas são justas à medida que estão de acordo com a lei natural, que pode ser alcançada pela nossa razão. Um dos problemas da modernidade é justamente o rompimento da lei humana com a lei natural. Nossos legisladores querem estabelecer à realidade ao invés de aceitá-la. Nunca vai dar certo.

Em amarelo são minhas observações pessoais.

Tratado da Lei

A política da intimidação

Há um ponto em comum na forma de lidar com a pandemia nos governos ocidentais. Digo ocidentais porque não tenho muita informação de como acontece no oriente, mas sempre sabemos alguma coisas dos países europeus e das américas. O ponto comum não é o lockdown, a vacinação, a testagem ampla, as medidas de isolamento. O ponto central foi muito bem demonstrado pela Autrália no caso Djokovic. O que une os governantes ocidentais, em níveis federal, estadual e municipal, com suas exceções, é a intimidação.

Nunca vi nada parecido em minha vida. Há uma aliança tática entre governos, mídia, academia, burocratas e big pharma em torno de um ponto comum: intimidar qualquer um que apresente qualquer objeção ao que definiram como verdade absoluta. Não importa quem seja. Pode ser um presidente da república, um prêmio nobel, um médico com 500 casos de covid tratados, um filósofo de verdade, uma mãe que perdeu o filho pela vacina; não importa. Quem ousar contrariar o dogma que foi estabelecido tem que ser ridiculizado, demonizado e retirado do debate público com desonra. É preciso intimidar antes que a coisa cresça e se torne uma bola de neve, levando as pessoas a começar a pensar que pode haver algo de podre na Dinamarca.

O argumento da seita é poderoso: ao apresentar questionamentos contra a política de enfrentamento do covid, estes negacionistas levam as pessoas comuns a tomarem decisões estúpidas que, no limite, custam vidas. Logo, é preciso neutralizá-las para proteger a população. O conjunto destes dogmas recebeu o nome carinhoso de “ciência”. É proibido questionar estes dogmas. Estamos em uma guerra e quem o fizer, é inimigo.

Isso é uma loucura. Qualquer um tem o direito de questionar qualquer política pública, principalmente quando é imposta sem possibilidade de discussão. Entendo que no início, na emergência, certas decisões tinham que ser tomadas de imediato, sem muitos dados para apoiar. O natural é cometer muitos erros, mas não fazer nada poderia ser ainda pior.

Só que já se passaram dois anos. Há dados em abundância para analisar e questionar muita coisa. Só que tudo isso foi proibido com o argumento definitivo que se trata da ciência. Pode-se observar em cada decisão restritiva de um governo, seja de que esfera for, que o único argumento apresentado é que “estou seguindo a ciência”, como se a ciência um dia não tivesse dito que o sol girava ao redor da lua ou que o mundo se aproximava de uma nova era glacial.

É justamente esta intimidação sem precedentes que me leva a questionar essa coisa toda. Se realmente há um consenso científico em torno de algo que deveria ser tão óbvio, por que essa intimidação toda? Por que um tenista tem que ser submetido a um ritual de humilhação pública para mostrar a autoridade do estado? Isso me parece aquela estória do pai que fez algo errado, sabe que errou, mas para mostrar autoridade castiga o filho com ainda mais rigor.

Tudo isso não vai passar sem graves consequências. A tirania deixa marcas e cicatrizes que não se apagam com facilidade. Neste período não faltaram tiranos e, infelizmente, massas que os seguiram convencidas que estavam promovendo o bem de todos, só esperando um sinal para iniciar o linchamento.