Hábitos e meta

No dia 25 de Janeiro deste ano, resolvi começar um processo de mudança de hábitos para ter uma vida mais saudável. Não se tratava de dieta, mas de uma busca de um novo estilo de vida. Entendia que se eu realmente adotasse bons hábitos, o emagrecimento seria uma consequência natural e não um fim em si mesmo. Naquele dia encarei a balança pela primeira vez em muito tempo. Estava com 109,1 kg. Escrevi no meu diário que se chegasse ao fim do ano com 95 kg, estaria satisfeito.

O tempo passou. Força de vontade, resiliência (para vencer os dias ruins) e persistência (para não desistir) foram meus companheiros. No último dia 25 de agosto, dia do Soldado, 7 meses depois, fiquei alguns segundos encarando a medida na balança: 89, 1 kg. Ou seja, exatamente 20 quilos a menos.

A esposa perguntou-me outro dia qual era minha meta. Não tenho. Como disse, quero uma vida mais saudável. A balança é apenas uma consequência, e um índice, que mostra se estou conseguindo. O mais importante é o processo, é mudar os hábitos para me tornar uma pessoa mais saldável. A felicidade não está em uma meta futura que posso atingir ou não, mas no esforço que estou fazendo hoje, cada vez mais parte de uma nova indentidade.

5 lições de liderança

5 Licões que aprendi esta semana.

1. Trabalhe suas redes de relacionamentos. (São mais importantes do que você pensa)

2. Tenha uma estratégia. (Precisa ver a “big picture”)

3. Preocupe-se com as pessoas. (São o centro de qualquer organização)

4. Performance é apenas uma pequena parte do sucesso individual. (Não adianta ser só competente, tem que comunicar!)

5. Lidere a si mesmo antes de liderar outros. (Quem não governa a si mesmo…)

Não tenho tempo!

Outro dia estava tomando um café com um amigo. Ele trabalha no governo, na área de saúde. Eu comentava sobre um curso de liderança que estava fazendo à noite, presencial.

__ Não sei como você consegue. Fazer cursos, ler livros, correr. Tenho tempo para nada disso.

Refleti por um momento e respondi:

__ Já lhe ocorreu que é justamente por não ter tempo para estudar e cuidar da sua saúde que você termina afogado pela sua rotina?

__ Como assim?

__ A questão é o propósito. Por que estudo? Por que leio livros? Por que faço minhas corridinhas? Faço tudo isso para pensar melhor, para entender o contexto em que trabalho, para me concentrar no que é realmente importante. Essas coisas não são para fazer se der; é para ser feito. O trabalho tem que se encaixar nessa filosofia e não o contrário.

__ É fácil dizer…

__ Eu sei, mas entenda, eu já fui com você. Também já trabalhei sem respirar. Com o tempo percebi que por ter tempo, dedicava-me a um monte de ações de pouco valor, que parecia importante, mas só para mim. A lista de tarefas em uma organização parece infinita e será se você deixar. Quando seu tempo de execução fica escasso, você necessariamente tem que priorizar. Você acaba se tornando mais efetivo e as pessoas gostam disso. Outra consequência é que você passa a confiar mais nas pessoas que trabalham com você. Temos a tendência de achar que só nós vamos fazer do nosso jeito, e é verdade, mas quem disse que precisa ser feito do nosso jeito? Pode ser até melhor. Pode não ser do jeito que gostaríamos, mas funcionar também. Isso tudo é bom.

__ Não sei. Queria pensar assim, mas não tenho tempo nem para pensar.

__ Aí reside parte do problema. Temos que pensar. Precisamos deixar um tempo para refletir sobre o que estamos fazendo para encontrar melhores soluções, pensar em como otimizar nosso próprio trabalho e de nossa equipe. Não tem outra saída. Se não fizermos isso, a rotina nos engole e só piora, até o ponto de nossa exaustão. Possivelmente acabaremos substituídos com a imagem de não resolver problemas. Está vendo aquele cara? Trabalha para burro, mas não consegue resolver nada.

__ Você faz parecer fácil.

__ Não disse isso. É um processo que por vezes é doloroso. Tomei alguns tombos, errei aqui e ali, mas depois de um tempo os resultados aparecem. O que me despertou foi o discurso de aposentadoria de um ex-chefe. Ele disse que de todas as tarefas que lidamos profissionalmente, apenas 10% são realmente importantes. A sabedoria, disse ele, está em reconhecer estes 10% e se dedicar de corpo e alma. Tenho este discurso comigo e volta e meia volto a ele. Uma aula.

__ O papo está bom, mas tenho que voltar para o escritório. A coisa está pegando.

__ Sempre está. Boa sorte.

__ O que vai fazer agora?

__ Tenho ainda uma hora para o próximo compromisso. Vou aproveitar para fazer algumas reflexões em meu diário profissional, registrar esta conversa e os insights que tive.

__ Novamente, não sei como você consegue.

Nos despedimos. Tinha muita coisa que gostaria de falar para ele. Pena que ele não tinha mais tempo.

Pai Rico, Pai Pobre

Robert Kiyosaki, 2018 (edição ampliada)

Robert queria ficar rico para comprar as coisas que desejava e para isso teve dois pais para dar-lhe conselhos, o pai pobre, o seu, e o pai rico, do amigo Mike. O pai pobre era um professor universitário, secretário do governo do Havaí, bem sucedido, mas que gastava todo salário para pagar as contas. O pai rico não tinha terminado a escola e dedicava-se a seus negócios, que prosperavam. Através do contraste entre as lições, Robert apresenta sua crítica ao consenso que molda o pensamento das classes média e baixa, que tem no trabalho assalariado seu grande paradigma.

O grande segredo é transformar a forma como você enxerga o dinheiro e entender que ele pode ser um ativo, ou seja, pode gerar dinheiro se for corretamente investido. Em um mundo volátil, o que não faltam são oportunidades para bons negócios, que se traduz em investimentos de maior risco, que podem ser reduzidos drasticamente pelo conhecimento. Para Robert, o maior investimento que pode ser feito é na sua própria educação, especialmente financeira.

Trata-se de uma mudança de comportamento que visa sair do paradigma da maioria das pessoas que tem na busca de um bom emprego e uma renda sem riscos para a aposentadoria seu norte, o que leva em geral a uma vida de privações, dívidas e frustrações para uma mentalidade de responsabilidade para o dinheiro que ganha, tratando-o como um possível ativo para gerar renda suficiente para uma vida mais independente e confortável.

5 lições do livro:

  1. Os ricos não trabalham por dinheiro; o dinheiro trabalha por eles.
  2. os fracassos inspiram os ricos
  3. A classe média sustenta os governos com seus impostos
  4. conhecimento vale masi que dinheiro no longo prazo
  5. o segredo para enriquecer é transforar sua renda em ativos o mais rápido possível

Citações

  • As classes média e baixa trabalham por dinheiro. Os ricos fazem com que o dinheiro trabalhe para eles.”
  • “um emprego é na verdade uma solução de curto prazo para um problema contínuo”
  • “A inteligência resolve problemas e gera dinheiro. Dinheiro sem inteligência financeira desaparece depressa.”
  • “os ricos adquirem ativos. As classes média e baixa adquirem passivos pensando que são ativos. “
  • “Os iletrados do século XXI não serão os que não leem ou escrevem, mas os que não conseguem aprender, desaprender e reaprender”. ( Alvin Toffler)
  • “as escolas se destinam a formar bom empregados em vez de bons empregadores”
  • “os pobre e a classe média compram futilidades com o seu próprio suor e com a herança do filhos”
  • “a classe média é o único lugar em que o governo pode impulsionar a receita fiscal.”
  • “nos dias de hoje, não procure segurança. Seja esperto”.
  • “o segredo para se tornar rico é a habilidade de converter a renda auferida em passiva e de portfólio o mais rápido possível”.

89,1 kg

Hoje é um dia muito especial para mim. No dia 25 de Janeiro, pesei 109,1 kg e comecei um processo de mudança de hábitos para ter mais saúde. Não se tratava propriamente da uma dieta, mas um novo estilo de viver. Eu entendia que se eu tivesse bons hábitos, necessariamente eu emagreceria pois não há como ter saúde na obesidade.

Hoje, 7 meses depois, pesei 89,1 kg. São 20 quilos.

Força de vontade, resiliência e persistência. Meus companheiros desta jornada.

Vocação

Dentre os temas que me interessam, e são vários, a vocação é um deles. Por muito tempo achei que a gente escolhia uma profissão, ou ocupação, por dinheiro ou por gosto. Foi graças ao Olavão __ sim, ele! __ que o tema da vocação surgiu para mim.

A vocação não pode ser confundida com gosto. Não se tata daquilo que lhe dá prazer, ou mesmo daquilo que você faz muito bem, mas uma espécie de chamado, um sentimento de dever, que você pode aceitar ou reprimir. Inclusive pode ser bem penoso e exigir muitos sacrifícios, mas mesmo assim virá a satisfação de estar cumprindo algo que só você pode fazer, algo que lhe é próprio.

Pensei nisso depois da conversa com um amigo, que identificou uma vocação que não tem relação nenhuma com sua profissão, que por sinal é apaixonado. Foi em sua vida pessoal, no meio da dificuldade, que descobriu uma vocação, a de ensinar as pessoas a lidar com o próprio dinheiro.

É uma enorme alegria ensinar alguém a realizar seus sonhos.

S. B.

Na verdade, corrijo. Não é ensinar as pessoas a lidar com dinheiro, isso veio depois. O dinheiro é um dos instrumentos para realizar sonhos e acabou se dedicando, de forma altruista, a ajudar 16 pessoas, uma vez por semana, a entender como o dinheiro funciona, organizar sua vida financeira e investir de acordo com seu perfil e objetivos. São 16 horas semanais para realizar uma vocação.

Aprendi muito nesta conversa.

O valor do conhecimento

Se tem uma coisa que nunca parei em minha vida foi de buscar conhecimento. Tenho uma motivação enorme para aprender coisas novas, seja de onde vierem. Hoje, com a disponibilidade que a internet traz, não tem desculpas para não aprender, e com professores excelentes, melhores que a maioria que tivemos na vida.

Vivemos a era do conhecimento e quem não tiver esta atitude ficará para trás. Será substituídop por quem tenha, um robô ou, pior, um algoritmo. Não se prendam tanto a cursos formais e sim quem te entrega valor, seja numa universidade ou num canal despretencioso no youtube. Precisa ter disposição e buscar as fontes. Nisso, um bom curador pode te ajudar. O importante é não ficar parado.

Foi-se o tempo que se poderia parar de estudar porque já estava satisfeito com o cargo ou posição alcançados. Conhecer, e aplicar o que conhece, são as grandes ferramentas do século XXI.

Bolsonaro no JN

Não vou comentar a entrevista em si, mas resolvi só escrever algumas linhas sobre o formato da pseudo-entrevista feita pela dupla Bonner-Renata.

Para começar, de entrevista não tinha nada. Pouco espaço se dava para o entrevistado falar. O que se queria era descarregar narrativas e tentar colocar palavras em sua boca, como por diversas vezes o Bonner tentou fazer. Ninguém ali estava minimamente interessado por idéias ou programas e sim promover o confronto.

É uma amostra do péssimo nível que o jornalismo chegou. Nitidamente a dupla queria uma vingança da entrevista de 2018. Pelo que vi, parece que desagradaram gregos e troianos. Ficou nítido o tom de deboche e ironia, especialmente do Bonner, o que pegou muito mal nos dois eleitorados.

Resumindo, um desastre para a globo. Deviam assistir a entrevista do jornalista da al jazeera com a Dilma. O cara deixou-a falar a vontade e foi duro nos contrapontos, mas sem desrespeito, ironias ou caras e bocas. Tudo que os dois jornalistas não fizeram.

A globo está preparando o próprio funeral.

Tootsie

Sábado foi vez de rever outro filme da minha juventude, Tootsie. Como Lost in Translation, pouco lembrava do filme, o que fez a experiência ser quase como vê-lo pela primeira vez.

Um ponto para reflexão: temos que ter cuidado quando vivemos um papel. Acabamos por nos transformar naquilo que fingimos ser, o que pode nos levar a uma grande confusão mental. É o que o personagem do Dustin Hoffman descobre no filme. Viver uma vida dupla é uma experiência perigosa. Precisamos de nossa integridade.

Mentir pode ser uma experiência exaustiva.

Pai Rico, Pai Pobre

Com algumas décadas de atraso, comecei a ler este clássico, que meio mundo ou já leu ou fala dele. Por que demorei? Não sei. Só sei que foi assim.

No meio do primeiro capítulo tive que interromper a leitura e exclamar:

__ Eu sou o pai pobre!

Se o livro está certo ou errado eu ainda não sei, mas a descrição que o autor faz do Pai Pobre é quase 100% eu. Só não sou professor universitário, mas no resto…