Fim do blog?

Por mais que tenha tentado, não consegui manter este blog atualizado. Simplesmente não consegui reservar o tempo que precisava. Tenho escrito mais profissionalmente, em outra mídia, com outro nome.

Foi uma grande jornada, com muitos momentos distintos.

Mas acho que chegou a hora de encerrar com dignidade e começar outro projeto, sem o peso de carregar um legado.

Os posts vão continuar por aqui, como um registro deste tempo todo, mas não pretendo atualizar mais.

Obrigado por todos que passarar por aqui e me deram a honra de ler estas tortas linhas.

Liberdade de Pensamento cumpriu seu papel.

Novo projeto no substack: https://marcosjunior1.substack.com/

O vento está mudando?

Há algo diferente no ar, estou sentindo. Pode ser apenas um desejo, um fio de esperança que as coisas mudem e saiamos deste pesadelo kafkaneano que nos metemos (ou nos meteram), o que preferirem. Mas pode ser uma mudança real também.

Quando o vento muda de direção, ele não faz de uma hora para outra. Primeiro para de ventar, ficamos com a sensação de alguma coisa esquisita. Só depois ele começa lentamente a soprar novamente, ganhando velocidade aos poucos.

É esta a sensação que tenho hoje. Estava ventando muito em uma determinada direção, quase nos removendo toda a esperança. Este vento começou a perder a força e enfrentou os primeiros obstáculos. Pois este vento nunca teve a força toda que imaginamos que temos, até porque enfrenta algo muito poderoso, que é a verdade.

Bastou um pouco de organização e coragem para dar um susto. E veio o medo. Sim, percebo o medo dos arrogantes.

Vão cair. E vai ser lindo de acompanhar.

Por enquanto é mais esperança que análise. Mas não é assim que aconteceu alguns anos atrás?

Guerreiro Ramos: por que?

Estou relendo a Nova Ciência das Organizações, do Alberto Guerreiro Ramos. Um dos pensadores que colocamos no esquecimento. Por que?

Neste livro, ele vai mostrando como nossa sociedade funciona a partir de um pressuposto errado, do que chama de sociedade centrada no mercado. Sabem aquela expressão “é a economia estúpido?”. Pois é. Está na raiz do problema pois no fundo o homem é muito mais do que isso e acaba se adaptando a se definir por uma concepção reducionista de sua própria existência. Somos muito mais que o homem econômico, mas esta percepção não interessa nos dias de hoje pois nos afastaria do consumismo que sustenta esta realidade disfuncional.

Não deveria nos espantar a quantidade de pessoas em tratamento psicológico ou com distúrbios emocionais. O homem amputado jamais terá o equilíbrio de lidar com a vida.

Apenas na sociedade industrial moderna, graças aos imperativos instituicionais, foi o indivíduo induzido a comportar-se como um ser econômico.

Tipping Point

O conceito de ponde de mudança, ou tipping point, foi popularizado por Malcolm Gladwell. Trata-se de um momento crucial, que muda a estória dos acontecimentos. O interessante é que não precisa ser necessariamente um grande episódio, que chama atenção na hora e gera muita repercussão. Muitas vezes é um acontecimento singelo, mas que desencadeia uma série de ações que leva a uma grande mudança.

É sempre interessante observar um acontecimento desses surgir. No início parece até uma bravata, algo sem consequência, mas logo percebe-se um movimento que vai ganhando velocidade até se tornar ingovernável. Depois olhamos para trás e comentamos: foi nesse dia que tudo começou a mudar…

Como a revolta de Rosa Parks que mudou a história dos Estados Unidos ou o assassinato do herdeiro de um império decadente que começou uma guerra mundial.

Em época de conectividade, em que as redes sociais tem um papel tão destacado, pode até mesmo ser um simples post.

Os robôs humanizados: questão de tempo

Hoje tive oportunidade de visitar uma empresa de tecnologia, que trabalha automação industrial e robotização.

Entre outras coisas, vi diversos vídeos de robôs humanizados e fiquei um tanto assustado. É questão de tempo para chegarmos no Blade Runner, entre outros filmes de ficção científica. O robô chegará ao ponto de não mais de distinguir do homem.

Qual o impacto disso tudo? Como ficará o futuro do trabalho?

Dizem que os homens se libertarão da escravidão do trabalho e poderão viver da renda produzida pelos robôs. Sério isso? E quem disse que a humanidade consegue viver sem produzir? O homem livre do trabalho é uma utopia ou uma distopia?

Eu não consigo me imaginar sem trabalhar. Não tenho sonho nenhum de aposentadoria, muito pelo contrário. Pretendo continuar até o limite das minhas forças, apenas reduzindo o ritmo com a velhice. Pensar uma vida sem trabalho para mim parece um pesadelo.

Um amigo perguntou para o chat gpt qual era a probabilidade do centário da robotização levar a um desastre para a humanidade. A resposta foi de 88%.

Os otimistas acham que tudo se resolverá por um passe de mágica e nossos problemas serão todos resolvidos pela tecnologia, gerando uma humanidade harmônica e feliz.

Tenho medo dos otimistas.

Pequena reflexão de sábado

Temos que aproveitar cada minuto que temos para fazer coisas que realmente importam. Não é aquela visão distorcida de agir como se não houvesse amanhã, um carpe diem destorcido que parte da idéia que liberdade é não ter limites, é fazer tudo que temos vontade, mas uma compreensão que estamos neste mundo realmente de passagem e o relógio passa para cada um de nós.

Nossa vida é finita e o que mais vejo é arrependimento de não ter passado mais tempo com a família, não ter cuidado mais de si mesmo, não ter priorizado o que precisava ter priorizado e por aí vai.

Não gerenciamos nosso tempo, mas gerenciamos sim nossa vida. No fundo, precisamos decidir se somos passageiros ou motoristas.

liberdade não é direito, é conquista

Somos livres somente se soubermos conquistar nossa verdade com muita luta.

Jules Payot

A liberdade tem várias dimensões. A primeira dela é de nosso próprio espírito, de não sermos escravos de nossos sentidos e emoções, ou seja, de nossos vícios. Por isso acho que Payot acerta em cheio: muita luta. Só somos livres se nos empenharmos verdadeiramete para conquistar nossa liberdade. Não é livre quem faz o que quer, sem limites, como a modernidade se acostumou. Isso é escravidão, a pior delas, pois nos submetemos ao que temos de pior a custas do melhor.

Na sociedade, temos o mesmo problema. Achamos que a liberdade é um direito, que as autoridades trabalham o dia todo para nos garantir esta liberdade. Olhem os debates no congresso, as medidas do executivo. Será que estão no sentido de garantir nossa liberdade ou de tolhê-la? Vivemos tempos difíceis e talvez devamos pensar seriamente na frase de Payot.

Momento desabafo

Eu continuo me admirando do quanto as pessoas, por mais inteligentes que seja, continuam se enganando com os mesmos golpes, simplesmente porque vem em quem elas acreditam.

__ Desta vez vai ser diferente, aprenderam com o erro.

Que erro? O plano não tem como funcionar. É retórica para justificar a mistura de corrupção com privilégios. Acordem!

E lá vamos nós novamente. Só que desta vez minha prioridade é ganhar dinheiro quando a coisa der errado, e vai dar!

Política de neoindustrialização

Muita gente batento palmas, dizendo que agora vai.

Muita gente lembrando que é a nova matriz econômica com novo nome.

Só fiquei lembrando da frase: você não pode fazer as mesmas coisas e esperar resultados diferentes.

Não podemos nunca esquecer dos resultados da NME. Foi equivalente aos efeitos de uma guerra ou pandemia. Vamos repetir a dose?