Sowell: A visão da esquerda

Na aba de artigos diversos, um de Sowell.

A agenda da esquerda é boa para o mundo que eles acreditam existir hoje e para o mundo com que eles sonham para o futuro.

Esse é um mundo que não é cerceado por todos os lados por restrições e pelos dolorosos compromissos que as restrições implicam. No mundo deles há “soluções” atrativas, em que todos ganham, em vez daqueles horríveis compromissos que se tem de fazer no mundo em que o resto de nós vive.

Texto Integral

Santayana surtou!

Inacreditável o artigo de Mauro Santayana no JB de hoje! O cara surtou! Só pode para escrever tanta porcaria junta. O artigo vai em azul.

O New York Times reconheceu, ontem, em editorial, que a crise de nosso tempo é de liderança. A autoridade ética dos homens de Estado é absolutamente necessária, até mesmo nas mais adiantadas democracias, como foi o caso de Atenas no tempo de Péricles. Fundador do estado de bem-estar social, com a política de pleno emprego, na construção do grande templo de Partenon e na reconstrução da cidade, saqueada pelos persas, Péricles era também visto como o primeiro dos cidadãos, tanto na inteligência, quanto na conduta ética. Mas a tentação de expandir o império, que o conduziu à guerra contra Esparta, quando ainda havia espaço para a diplomacia, traria as conseqüências conhecidas. Péricles morreu quando o conflito estava em seu terceiro ano. A partir da derrota, Atenas e a Grécia entrariam em declínio, e os gregos perderiam a soberania sobre seus Estados, até a recuperação republicana do século passado.

Taí uma coisa que eu realmente não sabia, que o estado do bem-estar social foi criado por Péricles. Jurava que tinha sido coisa dos democratas socialistas na Europa! Estados gregos? Onde este senhor aprendeu história? Até parece que a Grécia era um país republicando dividido em Estados…

Está sendo mais rápida do que se esperava a decadência dos Estados modernos. Churchill, Roosevelt, Tito, Stalin e De Gaulle foram os últimos líderes da grande luta contra o racismo nazista e, cada um a seu modo, defensores da própria concepção de Estado soberano. A partir de então, os Estados Unidos, os grandes beneficiários da vitória, ditariam o comportamento do mundo, de acordo com seus interesses imperiais, consolidados no “complexo industrial militar” denunciado por Eisenhower.

Decadência dos Estados modernos? Se tem uma coisa que sempre aumentou no último século foi o  poder dos Estados modernos, e uma das maneira como isso ocorreu foi justamente através do estado do bem-estar social. Stalin líder de uma grande luta contra o racismo nazista? Stalin lutou contra a Alemanha porque foi atacado! Era aliado até então. Segundo Santayana ele não era um ditador totalitário, apenas tinha uma “concepção própria de Estado soberano”. A velha ladainha do idiota latino-americano sobre os Estados Unidos ditando o comportamento do mundo segundo interesses imperiais. Engraçado mas o território americano permaneceu o mesmo com a vitória na II Guerra enquanto a União Soviética tomou posse de todo o leste europeu, só para começo de conversa. Quem tinha interesses imperialistas?

A liberdade dos cidadãos, no chamado “mundo livre”, foi absorvida pela liberdade do capital, que passou a exercer o despotismo sobre a sociedade, o controle dos governos, a doma da informação e a tutela sobre as nações. Os parlamentos deixaram de cuidar da organização social da liberdade, e o capital financeiro emergiu como o legis lator do mundo. O Acordo Multilateral de Investimentos pretendia ser a Constituição Universal sob o neoliberalismo, e só a resistência dos cidadãos impediu que suas cláusulas vigessem com plenitude, embora muitas delas fossem fielmente cumpridas por alguns governos, entre eles o do Brasil, durante o mandato do sociólogo Fernando Henrique Cardoso.

Lixo esquerdista puro. Lá vem o tal de neoliberalismo de novo, somos pobres escravos do capital. A política econômica de FHC domou a inflação e nos colocou com bases que nos faz resistir até a desgraça de ser governado 8 anos por Lula. Por enquanto.

Embora, depois de De Gaulle, a França só tenha conhecido líderes menores, o senhor Sarkozy não consegue aproximar-se de antecessores como Mitterrand, Giscard e Chirac. A Alemanha, que teve, na direita, homens como Adenauer e Kohl, e o excepcional Willy Brandt na esquerda, está entregue hoje a uma senhora simpática, mas caudatária fiel da Casa Branca. A Inglaterra, depois de Harold Wilson, despencou em Thatcher, Major, Blair e Brown. Da Itália, nem dizer: Berlusconi é um Mussolini sem ter lido Mosca, nem Pareto. Conselheiros, como Harold Hopkins, foram substituídos por marqueteiros, como Karl Rove, o guru de Bush.

Adenauer colocou a Alemanha nos trilhos e transformou um país destruído em potência econômica, mas excepcional mesmo era Brandt! Despencou em Thatcher? Pirou? A Dama de Ferro tirou a Inglaterra da irrelevância que a política de homens com Wilson havia colocado.

A falta de estadistas conduz à anemia das instituições políticas. Quando o Poder Legislativo perde a consciência de sua responsabilidade – a mais exigida nos Estados democráticos – suas prerrogativas são invadidas pelos outros dois poderes. A mais grave das invasões é a do Poder Judiciário, cuja legitimidade só pode ser aferida na sabedoria das decisões, posto que é poder derivado, e não originário da vontade popular. Ontem tratamos, nesta coluna, da resistência de Andrew Jackson à Suprema Corte, na defesa do interesse público contra os banqueiros. Jackson defendeu a tese de que cada um dos chefes dos poderes do Estado tem o direito de interpretar a Constituição de acordo com sua consciência, com a qual juraram cumprir seus mandamentos, e não pode admitir que outros o façam por ele: a consciência é indelegável. O Poder Judiciário – a que falta a legitimidade do voto – não pode, nessa exegese, ser, mediante a judicial review, o único porta-voz do espírito da Constituição. A tese surpreendeu os juristas que a contestaram, of course: o famoso voto de John Marshall, de 1803, se tornara o grande tabu do direito constitucional. Se os juristas mantêm, como é de sua natureza, rigorosa fidelidade a Marshall, os cidadãos têm a liberdade de alinhar-se à lógica de Jackson. Se a Suprema Corte dos Estados Unidos não houvesse sacramentado a fraude da Flórida há oito anos, provavelmente não teriam ocorrido a catástrofe de 11 de Setembro, o desastre do Iraque e a roubalheira de Wall Street.

Aqui vem uma impostura realmente criminosa! Os atentados de 11 de Setembro não têm absolutamente nada a ver com a eleição de Bush. Foram planejados e operacionalizados ainda na administração Clinton. Nem mesmo Michael Moore __ pelo menos no livro que li __ chegou a afirmar que houve fraude na Flórida, apenas que o resultado era incerto. Ligar essa questão ao 11 de setembro  é trapaça intelectual. Ah, o desastre do Iraque é um sucesso. Não houve mais atentados terroristas nos Estados Unidos, o combate está sendo feito contra soldados. Na pior das hipóteses, o mundo ficou com um ditador a menos.

No Brasil temos um Chief Justice que se arroga o direito que Inocêncio III reservava ao papa, o de julgar a todos e não ser julgado por ninguém (qui de omnibus judicar eta a nemine judicatur).

Quem é esse Chief Justice? Gilmar Mendes? Confesso que não entendi. A não ser que esteja falando de di Sanctris que declarou-se constrangido de prestar um depoimento sobre a suspeita que soubesse do grampo contra o presidente do STF.

Fazia tempo que não lia tamanha impostura e olha que o jornalismo por aqui é de quinta categoria!

Mais um texto perfeito de Reinaldo Azevedo

Quando acabou a União Soviética, não se ouviu um único choro da Cortina de Ferro pra lá. Era impossível colher uma só lágrima de descontentamento — a não ser de uma parte do antigos aparelhos de estado que foram desmobilizados; outra se adaptou bem depressa ao novos regimes, uns mais, outros menos democráticos. Onde o fim do socialismo foi mais pranteado? Onde as carpideiras se vestiram de negro para encomendar o defunto? Onde intelectuais se declararam de luto para lastimar um mundo unipolar? Ora, no Ocidente, é claro, especialmente nas democracias. Há 17, 18 anos, não se tinha clareza ainda de uma China emergindo como potência global. E se vislumbrou, então, um mundo terrível, inteiramente entregue à hegemonia americana.

Pois bem. As carpideiras podem agora relaxar, não é mesmo? O mundo unipolar era só uma fantasia do antiamericanismo. Temos a China como a grande alavanca da economia dos países emergentes. E, mundo afora, é grande a torcida para que o regime que entronizou o terror e a tirania como método não sofra qualquer abalo. Somos todos mais ou menos dependentes daquele quase um quarto da população mundial que vive debaixo de vara.

E a Rússia está de volta ao cenário mundial, como se viu com a sua ação tão, como direi?,convincente na Geórgia. E agora vem dar em águas latino-americanas, aproveitando para fazer chicana com um bandoleiro como Hugo Chávez. Acordo nuclear para fins pacíficos? Com um doidivanas? Talvez seja mesmo a hora de os EUA elegerem um presidente havaiano. Quem sabe ele consiga manter um diálogo “construtivo” com Rússia e Venezuela, e o primeiro país decida manter a sua influência no continente, “mas só um pouquinho”, como na lábia dos antigos sedutores…

Não se cumpriu a fantasia do mundo unipolar, é evidente. O que temos aí é um mundo, com efeito, multipolar, quem sabe um quadrilátero, com EUA, Europa, Rússia e China. Um do lados é uma tirania explícita. Outro recorre a todos os instrumentos do regime democrático para solapar a democracia. A Europa, por mais que se esforce, não consegue sair da irrelevância — quem dá bola para o que pensam os europeus? Às vezes, nem os europeus… E há os EUA, que continuam, não raro, a ser objeto de ódio no próprio Ocidente.

Nunca consegui saber o que as democracias ocidentais perderiam de importante com a possibilidade do tal mundo unipolar, que provocava tantos sustos. Mas sei o que estamos ganhando com o atual multipolaridade: um Irã que continua a desenvolver o seu programa nuclear, protegido por Rússia e China; uma Venezuela que caminha para a ditadura explícita buscando ancorar-se nos russos, e, o mais grave de tudo: a aceitação tácita, também entre nós, de que a democracia é só uma das escolhas entre outros sistemas aceitáveis e eficientes. E já há quem desconfie se é mesmo a melhor escolha, agora que se sabe que economia de mercado com ditadura é bem mais fácil de ser manejada.

Vergonha sinto eu Juiz!

O juiz Fausto De Sanctis da 6ª Vara Criminal de São Paulo chegou na manhã desta quinta-feira ao prédio do Tribunal Regional Federal da 3ª Região para ser ouvido por um delegado da Polícia Federal sobre grampos ilegais que poderiam ter ocorrido durante a Operação Satiagraha.

Antes de entrar, ele disse que dará entrevista sobre o caso, mas se queixou “dessa situação” – prestar depoimento – que considerou “constrangedora”.

Comento:

Constrangedor é morar em um país onde um juiz federal se mete com este tipo de coisa.

Parem o mundo que eu quero descer!!!!

Fora de pauta ( Luis Nassif )

Enquanto Jobim faz peta
Alckmin fala de Pita
Eu boto aqui minha pata
Como um doce em compota
E se alguma palavra falta
É o tal Fora de Pauta.

Comento:

E esse cara já foi considerado um economista respeitado! Foi só o Diogo empurrar que o cara desceu morro abaixo. Como o terrorista Martins.

Fiquei na dúvida agora. Que tag eu coloco neste post? Poesia?

Abriram as portas do hospício

A3ª Assembléia-geral da ONU, em Nova York, foi palco de discursos em que líderes políticos cobraram uma ação mais enérgica e global contra a crise e pediram punição aos culpados. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se disse decepcionado com o discurso do colega George W. Bush, que enfatizou a luta contra o terrorismo e fez uma ligeira menção à crise financeira. Lula chamou de “nacionalismo populista” a política econômica dos EUA para a crise e criticou os que usam a expressão referindo-se aos países do “Sul do mundo” – sem fazer menção direta às críticas aos presidentes da Bolívia, Evo Morales, e da Venezuela, Hugo Chávez. O presidente da França, Nicolas Sarkozy – que até dezembro chefia o Conselho Europeu, órgão máximo da União Européia -, chamou o sistema capitalista atual de “maluco”, defendeu um modelo “regulado” e pediu punição dos que “colocam em perigo o dinheiro dos poupadores”.

Comentário rapidíssimo:

Durante estes anos de especulação sabem que foram os maiores beneficiados? Justamente os países emergentes que receberam bilhões de dólares para investimento permitindo que até um governo inepto como o brasileiro apresentasse alguns números de crescimento econômico.

Quanto a Sarkosky dizer o que? Pode ser de “direita” um cidadão que defende que o mercado deve ser regulado?

Lendo a Isto É

Não tem jeito mesmo. Dei uma olhada nas principais manchetes da Isto É, lá fiquei sabendo que:

  1. O presidente Lula não só é o presidente mais popular do planeta como também já dá conselhos econômicos aos americanos, aumentou seu prestígio internacional e isolou Chávez no continente.
  2. A briga entre ABIN e PF serve apenas para garantir a impunidade de Daniel Dantas e Lula está furioso com a trapalhada. Está empenhando em solucionar a crise.
  3. Franklin Martins é um sujeito discreto, avesso ao poder, que está apenas prestando um serviço profissional para melhorar a comunicação do governo.

E tem gente boa que me recomendou trocar a Veja para Isto É. Ano passado teve um que me recomendou a Carta Capital, única publicação imparcial que existe no mercado. Santo Deus! Um dos principais argumentos é que a Veja tem propaganda demais…

Revista boa deve ser aquela que não tem propaganda nenhuma.

Pois é…

Correio Brasiliense:

O laudo feito pela Polícia Federal nas maletas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) não considerou definitiva a possibilidade de os equipamentos serem utilizados para fazer escutas telefônicas. A perícia do Instituto Nacional de Criminalística (INC) se ateve a responder às questões formuladas pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, que pediu os exames. Segundo fontes da PF, os aparelhos poderiam, se modificados, fazer grampos. Porém, isso não chegou a ser questionado pelo GSI.

Não há limites para a falta de vergonha na cara

Globo:

A Comissão de Anistia julgará hoje pedido de reparação econômica para 41 companheiros da época sindical do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A audiência acontece na Câmara Municipal de São Bernardo do Campo (SP), berço do movimento sindical no ABC. Os antigos parceiros do presidente alegam que foram perseguidos políticos e perderam emprego nas fábricas e montadoras. Eles reivindicam valores de como se na ativa estivessem. Em média, cada um pede prestação mensal de R$2,5 mil. Alguns pleiteiam ainda divisão de lucros das empresas em que trabalharam.

Comento:

Como disse o Millôr: eles não estavam fazendo revolução mas sim um investimento!

Como devem se sentir idiotas os que ficaram do lado da lei…

Indecoroso

Expedito Veloso é um dos aloprados que tentou comprar um dossiê fajuto por quase 2 milhões de reais em dinheiro vivo. Era do Banco do Brasil. Era? Seria se este fosse um país com o mínimo de vergonha na cara. Como não é, Veloso voltou ao banco e esta semana foi promovido. Administra mais de 1 bilhões de reais em contas previdenciárias.

Uma sindicância interna concluiu que não prejudicou a imagem do Banco. Claro que não. Um diretor de um Banco ser pego com 2 milhões de reais em dinheiro vivo comprando dossiê político não pode comprometer a imagem de uma instituição. Que preconceito! Um homem deixar bem claro que os interesses do partido a que pertence estão acima da empresa que trabalha não é motivo para indignação e sim para celebração. Afinal, está exercendo sua liberdade!

Pois isso digo sempre. Empresa estatal no Brasil é utopia. Estão todas privatizadas a muito tempo. Boa parte do Banco do Brasil pertence ao PT. Não é por acaso que as digitais do Banco estão espalhados por todo o escândalo __ ainda é escândado? __ do mensalão. Se é para ser assim que privatize logo a instituição. Pelo menos saberemos para quem foi vendida.

O pior é ver que este tipo de notícia nem causa mais espanto. Uma estranha desilusão tomou conta da sociedade brasileira que não se importa mais com a retidão de seus homens públicos e isso é muito ruim. Algo de muito ruim vai advir de tudo isso.