A vaidade em um delegado de polícia

Santo Agostinho já dizia que a vaidade estava na origem da maioria dos pecados do homem. O Eclesiastes afirma, tudo é vaidade. O delegado Protógenes é um grande exemplo. O homem não quer prender Daniel Dantas, o que ele quer é virar pop star. Quer ser um Eliot Ness brasileiro, mas em sua maneira torta de ser.

O primeiro, conseguiu colocar Al Capone na prisão. Sem alarde, fazendo um trabalho técnico à perfeição, e DENTRO DO ESTADO DE DIREITO, conseguiu o que parecia impossível, levar à condenação o maior criminoso americano de sua época.

Protógenes quer a fama do primeiro, mas sem o trabalho que este teve. Ser meticuloso não é para qualquer um, exige muito tempo e paciência. Nosso delegado está para Ness como o Bizarro está para o Super-homem. O resultado é um espetáculo deprimente, uma ópera bufa como dizia Roberto Jefferson __ outro que tentou um papel de justiceiro.

Os novos desdobramentos são espontosos de ridículo. O bizarro personagem escreveu uma carta aberta ao Obama (quem mais?) pedindo intervenção americana, via CIA(sempre ela!), para remover a corrupção no país!  Pediu o impeachment do presidente brasileiro, deixando os petistas entusiasmados com sua cruzado contra DD totalmente perdidos. De quebra, conseguiu o apoio da transloucada da Heloísa Helena. O homem é um espanto.

Ninguém está rindo mais à toa que Daniel Dantas agora. Seus advogados devem estar quebrando a cabeça para selecionar os furos que vão aproveitar para detonar a investigação. Eu disse desde o início, na noite da prisão de DD, a polícia federal ainda seria a maior aliada do banqueiro.

Vivemos em um país que estar certo é sinônimo de tristeza!

Pena de Morte

O Novo México tornou-se o 15o estado americano a abolir a pena de morte. Mais um passo para abolir esta pena no mundo civilizado. A decisão foi ainda mais correta ao transformar a pena capital em prisão perpétua sem direito a condicional. Aqueles que receberiam a pena máxima, ganham uma oportunidade de se arrepender ainda em vida pelo que fez. E a sociedade não o receberá de volta, jamais.

Um dia a humanidade abolirá esta pena; o homem não tem o direito de tirar a vida do seu semelhante, a não ser em legítima defesa.

Quem sabe um dia ainda aboliremos outra pena de morte ainda mais cruel. Uma que acontece sem julgamento e apenas contra inocentes que não podem se defender, sem serem consultados. Uma pena que é decretada justamente por quem mais deveria amá-lo.

Um dia quem sabe.

E a demarcação da Raposa-Serra do Sol

Hoje continuou o julgamento no STF da demarcação contínua da reserva Raposa-Serra do Sol. Não há muito o que falar, a decisão já tinha sido tomada ano passado em um esforço visível do Supremo em agradar as ONGs e os humanistas estrangeiros. O resultado foi o absurdo de conceder a 19 mil índios um território 12 vezes maior que o município de São Paulo onde vivem 11 milhões. Pior, expulsando o que tem de mais produtivo no local, contrariando o interesse de boa parte dos índios da reserva. Como sempre, prevaleceu o interesse de uma minoria organizada.

Cabe ressaltar o voto discordante que foi dado hoje, para desconforto dos colegas, de Marco Aurélio Melo. Pautado pela lógica ele conseguiu evidenciar que o voto dos demais teve sim raízes políticas. O processo foi vicidado desde o princípio, muitos interessados deixaram de ser ouvidos e constituiu uma afronta a qualquer bom senso.

O Supremo escreveu seu nome na história com sua decisão.

E não foi uma boa página.

100% de apoio a Bento XVI

Saiu na mídia

O papa Bento 16 reafirmou na terça-feira a oposição da Igreja Católica ao uso de preservativos na luta contra a Aids. A declaração foi feita no início de uma visita à África, onde mais de 25 milhões de pessoas morreram por causa da doença nas últimas décadas.
(…)
Sobre a Aids, disse que “ela não pode ser superada pela distribuição de preservativos”. “Pelo contrário, eles aumentam o problema,” afirmou. Desde sua eleição, em 2005, raras vezes Bento 16 se pronunciou de forma tão explícita contra o uso de preservativos.
A Igreja prega que a fidelidade dentro do casamento heterossexual, a castidade e a abstinência são as melhores formas de evitar a Aids. O Vaticano não aprova o uso de preservativos, mas alguns líderes eclesiásticos têm defendido seu uso em alguns raros casos, como em casais heterossexuais em que só um dos cônjuges tem a doença.
“A única solução tem dois lados: o primeiro é uma humanização da sexualidade, uma renovação humana e espiritual que traz consigo uma nova forma de comportamento entre as pessoas; e o segundo é uma verdadeira amizade, especialmente pelos que estão sofrendo, uma disposição em fazer sacrifícios pessoais”, disse o papa, que defendeu “um comportamento correto a respeito do próprio corpo.”

Comento:

Para variar, este blog apóia em 100% a posição de Bento XVI nesta questão. Já tive várias discussões com amigos sobre este tema. Eles defendem que a Igreja tenha uma participação mais responsável no combate à AIDS. Mais responsável que a abstinência e fidelidade? Estou para ver!

Dizem, estes meus amigos, que as pessoas praticarão sexo de qualquer maneira, portanto a Igreja tinha que ser prática e recomendar a camisinha. O que adianta argumentar que o papel da Igreja não é ser prática, muito menos de resolver os problemas deste mundo, a despeito do que dizem os padres comunistas, como se fosse possível um religioso ser comunista e vice-versa!

O que se vê pelo mundo afora é a disseminação da idéia que a camisinha resolve todos os problemas existenciais relacionados ao sexo. Uma ova! Cada um é livre para dispor do seu corpo como quiser, mas como tudo na vida, há conseqüências. Durante décadas psicanalistas e progressistas nos convenceram que o sexo é uma atividade como outra qualquer, como arrancar uma espinha. O resultado é o permissivismo sexual, a explosão no número de concepções, os milhões de assassinatos de bebês (também conchecido como aborto provocado) e a AIDS.

Como sempre, diante do fracasso de uma política progressista o remédio é… reforçar a dose! As propagandas do governo brasileiro estão cada vez mais incisivas em incentivar o sexo, desde que com camisinha é claro. Onde está a defesa de uma nova abordagem? Uma abordagem no sentido oposto, da consciência dos riscos da banalização do sexo?

Ao contrário dos demais países africanos, Uganda conseguiu reduzir de 30% da população contamindad com AIDS para 7%. Um raro caso de sucesso, mas ignorado pela mídia. O segredo? ABC.

A- Abstinência

B- “Be faifull” – seja fiel

C – Camisinha

Veja a ordem hierárquica, a camisinha é a terceira opção! Não é substituto para a moral! É a solução quando a pessoa não consegue se abster ou é infiel.

Ao contrário do que os predadores religiosos dizem, a Igreja não é responsável pela AIDS. Sua receita pode ser bem mais difícil de seguir, mas ela garante a não contaminação por via sexual. Coisa que o estado moderno não.

Sobre um bispo, a imprensa e a mediocridade

Durante a semana inteira li em tudo que é jornal a notícia que o bispo de Recife teria excomungado a mãe e os médicos responsáveis pelo aborto de uma menina de 9 anos. Os jornais televisivos noticiaram o mesmo fato. A Folha de São Paulo publicou um editorial sobre o assunto. Diz no primeiro parágrafo.

CAUSA ESPANTO a iniciativa do arcebispo de Recife e Olinda, dom José Cardoso Sobrinho, de excomungar a equipe médica e a mãe da menina de nove anos submetida a aborto para interromper gravidez. Em depoimento à polícia, o padrasto disse que abusava sexualmente da garota, que mora em Alagoinha (PE).

No dia 7 de março publiquei aqui:

O ponto foi o anúncio da excomunhão dos médicos e pais por um bispo de Recife e, principalmente, a reação que se seguiu. Um dos casos que a excomunhão é automática é o aborto, não depende de processo ou ato de um religioso.

Argumentei que o bispo não tinha excomungado ninguém, apenas tornado público o que já era automático. Poderia eu, um reles blogueiro na multidão da net, estar certo e o editorial de um dos maiores jornais do país estar errado? Um editorial?

O bispo está nas páginas amarelas da Veja. Disse ele:

O que o senhor diria aos católicos que condenaram sua atitude?


Antes de tudo, quero deixar bem claro que não fui eu que excomunguei os médicos que praticaram o aborto e a mãe da menina. Isso é falso. Eu não posso excomungar ninguém. Eu simplesmente mencionei o que está escrito na lei da Igreja, o cânone 1 398, do Código de Direito Canônico, que está aí nas livrarias para qualquer um ler. Por essa lei, qualquer pessoa que comete aborto está excomungada, por uma penalidade que se chama latae sententiae, um termo técnico que significa automática. Então, não foi dom José Cardoso Sobrinho quem os excomungou. Eu simplesmente disse a todos: “Tomem consciência disto”. Qualquer pessoa no mundo inteiro que pratique o aborto está incorrendo nessa penalidade – mesmo que ninguém fale nada.

Este é apenas um exemplo em mil do compromisso de boa parte da mídia com a verdade. Podem discordar ou concordar com o bispo, é de cada um, mas não podem acusá-lo do que não fez, muito menos em um editorial de jornal! Será que não é possível discordar do bispo sem falsear a verdade?

Qualquer um pode discordar da Igreja Católica. Engraçado que o cristianismo e o judaísmo são as duas únicas religiões que são constantemente criticadas pelos ocidentais. Qualquer outra religião, ou culto, é tratada com respeito e admiração. Não vejo em nenhum jornal ou revista uma crítica ao budismo, hinduísmo ou o islã. Esta última então é tratada cheia de dedos. Outro dia um cineasta holandês foi impedido de entrar na Inglaterra para exibir um filmete de 17 minutos que criticava o islamismo. Mas tudo isso é outra estória.

O fato mais grave aqui é que o maior jornal brasileiro mostrou no mínimo o total desconhecimento do assunto que estava tratando. Não sou católico, mas uma rápida consulta na internet me mostrou duas coisas. A primera, que a excomunhão era automática (o bispo não a praticara); a segunda, que é uma penalização que só vale para os católicos. Eu mesmo estou inserido em um dos seus artigos, por abandonar a religião. Algum problema? Nenhum. Pois eu não comungo com a totalidade dos códigos da Igreja Católica! Sou indiferente, portanto, ao que um bispo pode achar de mim.

Em 1984, um ex-propagandista soviético chamado Yuri Bezmenov denunciou todo um esquema de subversão efetuado há décadas pelo regime comunista. Um dos pontos que tocou foi o papel da mídia. Os soviéticos aproveitavam-se da mediocridade dos jornalistas para espalhar sua política de subersão. Em sua maioria, estes jornalistas eram inocentes úteis, nem sabiam o que estavam fazendo. Era homens investidos de grande poder, com capacidade de influenciar na vida das pessoas e ao mesmo tempo funcionários acomodados da grande mídia. Seu traço principal era justamente a mediocridade.

Quando se lê o que se escreve por aí por jornalistas, vejo que Bezmenov tinha razão. A mediocridade é assustadora. Assim a Folha resolve criticar um bispo pelo que não fez e demonstra que meia hora de internet lhe daria pelo menos um conhecimento mínino do assunto. Considerando, é claro, que o jornal tenha agido apenas por desconhecimento.

Finalmente, sou totalmente a favor da liberdade de imprensa, ninguém deve ser impedido de escrever o que bem entender. Apenas sonho que a sociedade tenha um pouco mais de entendimento para usar seu direito de ignorar o que é dito pelos picaretas. E que estejas caiam no ostracismo pela sua absoluta falta de respeito pela verdade.

Progresso?

Nota da Folha de São Paulo:
A Faculdade Trinity fez pesquisa com 55 mil pessoas nos EUA e comparou com 1990, ou 18 anos antes. Os que se dizem “sem religião” subiram de 8,2% para 15%. São 30% os que não se casaram no religioso e 27% não querem cerimônia religiosa em seus funerais. A proporção de católicos decresceu no nordeste de 43% para 36%, mas cresceu na Califórnia, Texas e Flórida, em função dos hispânicos. (nota no ESP de 10/03)

Aloízio Amorim, um blogueiro que admiro, deve estar muito feliz com este avanço. Eu, de minha parte, lamento muito. O que para uns é progresso, para outros é regressão. E explicação.

Sobre a condenação do TPI

Semana passado o Tribunal Penal Internacional condenou à prisão o presidente genocida do Sudão, pela morte de 300 mil pessoas. Aqui faço um adendo. É bom lembrar que o governo petista não viu nada de errado neste genocídio e recusou-se a sancionar o país na ONU.

Desconfio de qualquer coisa que venha da ONU. Ainda mais quando vem dos defensores dos direitos humanos. O que pretende o tal Ocampo? Leio no blog do meu amigo Clausewitz que Israel entrou na mira. Não demora muito e entra o Bush.

Por que Ocampo não se preocupa com os maiores assassinos a solta na humanidade, os irmãos Castro? Por que o governo cubano, que possui o maior campo de trabalhos forçados das américas, é poupado pelo tribunal e pelos direitos humanos? Por que o povo cubano não merece a mesma simpatia dos humanistas?

Só acredito em direitos humanos quando ele começa defendendo as pessoas de bens e as verdadeiras vítimas do mundo e não assassinos. O resto é conversa fiada.


Em tempo: Ainda estou aguardando o pessoal dos direitos humanos protestar contra a execução de 4 seguranças pelo MST há duas semanas. Ninguém?