Brilhante solução

Diante do fato cada vez mais claro de que a inflação está de volta o governo tomou uma brilhante solução: proibiu o IPEA de divulgar suas projeções trimestrais. Para quem não lembra o IPEA era aquele órgão independente que na gestão do tal Pokemon defenestrou economistas por não estarem “alinhados” com o governo.

E tem gente que acha que nosso governo não tem tendências totalitárias…

É hora de ler A Revolução dos Bichos. Existe muito a aprender com um porco chamado Chalaça…

Campanha contra as Forças Armadas

Quando o General Heleno deu aquela palestra criticando a política indianista do governo, Lula acendeu sua luz amarela. Descobriu que a credibilidade que as Forças Armadas possuem junto à população brasileira conferiam uma proteção ao Comandante Militar da Amazônia. O presidente ficou sem condições políticas para sequer repreender o General e teve que engolir o sapo.

De lá para cá o Exército tem sido constantemente bombardeado negativamente na mídia. Foram vários episódios nas últimas, desde a participação dos sargentos gays em programas de televisão até os recentes acontecimentos no Morro da Providência. Aquela mobilização em frente ao Comando Militar do Leste não me convence, tem toda a pinta de ter sido orquestrada, talvez antes mesmo da morte dos três “rapazes”.

O quadro começa a ficar claro com a Isto É que entrou em circulação esta semana com a capa atacando as Forças Armadas e afirmando que a população está contra elas. Usando o termo que Roberto Jefferson tornou célebre na CPI referindo-se à Veja, essa “revistinha”, a Isto É, que fique bem claro, é hoje uma espécie de revista “oficial” do Governo, como pode ser atestado por sua participação vergonhosa no episódio da compra do Dossiê de 2006 e no episódio do caseiro.

Se a Isto É está dando destaque é porque existe interesse do governo para que assim seja. Está em cena uma campanha comandada do Planalto (Franklin Martis?) contra as Forças Armadas. Não nos deixemos enganar.

Porque João Ubaldo Ribeiro é um mestre

Pode ser que ele esteja maluco

Sei que, para os lulistas religiosos, a ressalva preliminar que vou fazer não adiantará nada. Pode ser até tida na conta de insulto ou deboche, entre as inúmeras blasfêmias que eles acham que eu cometo, sempre que exponho alguma restrição ao presidente da República. Mas tenho que fazê-la, por ser necessária, além de categoricamente sincera. Ao sugerir, como logo adiante, que ele não está regulando bem do juízo, ajo com todo o respeito. Dizer que alguém está maluco, principalmente alguém tido como sagrado, pode ser visto até como insulto, difamação ou blasfêmia mesmo. Mas não é este o caso aqui. Pelo menos não é minha intenção. É que às vezes me acomete com tal força a percepção de que ele está, como se diz na minha terra, perturbado da idéia que não posso deixar de veiculá-la. É apenas, digamos assim, uma espécie de diagnóstico leigo, a que todo mundo, especialmente pessoas de vida pública, está sujeito.

Além disso, creio que não sou o único a pensar assim. É freqüente que ouça a mesma opinião, veiculada nas áreas mais diversas, por pessoas também diversas. O que mais ocorre é ter-se uma certa dúvida sobre a vinculação dele com a realidade. Muitas vezes – quase sempre até -, parece que, quando ele fala “neste país”, está se referindo a outro, que só existe na cabeça dele. Há alguns dias mesmo, se não me engano e, se me engano, peço desculpas, ele insinuou ou disse claramente que o Brasil está, é ou está se tornando um paraíso. Fez também a nunca assaz lembrada observação de que nosso sistema de saúde já atingiu, ou atingirá em breve, a perfeição, até porque está ao alcance de qualquer cidadão, pela primeira vez na História deste país, ter absolutamente o mesmo tratamento médico que o presidente da República.

Tal é a natureza espantosa das declarações dele que sua fama de mentiroso e cínico, corrente entre muitos concidadãos, se revela infundada e maldosa. Ele não seria nem mentiroso nem cínico, pois não é rigorosamente mentiroso quem julga estar dizendo a mais cristalina verdade, nem é cínico quem tem o que outros julgam cara-de-pau, mas só faz agir de acordo com sua boa consciência. Vamos dar-lhe o benefício da dúvida e aceitar piamente que ele acredita estar dizendo a absoluta verdade.

Talvez haja sinais, como dizem ser comum entre malucos, de uma certa insegurança quanto a tal convicção, porque ele parece procurar evitar ocasiões em que ela seria desmentida. Quando houve o tristemente célebre acidente aéreo em Congonhas, a sensação que se teve foi a de que não tínhamos presidente, pois os presidentes e chefes de governo em todo o mundo, diante de catástrofes como aquela, costumam cumprir o seu dever moral e, mesmo correndo o risco de manifestações hostis, procuram pessoalmente as vítimas ou as pessoas ligadas a elas, para mostrar a solidariedade do país. Reis e rainhas fazem isso, presidentes fazem isso, primeiras-damas fazem isso, premiers fazem isso. Ele não. Talvez tenha preferido beliscar-se para ver ser não estava tendo um pesadelo. Mandou um assessor dizer umas palavrinhas de consolo e somente três dias depois se pronunciou a distância sobre o problema. O Nordeste foi flagelado por inundações trágicas, o Sul assolado por seca sem precedentes, o Rio acometido por uma epidemia de dengue, ele também não deu as caras. E recentemente, segundo li nos jornais, confidenciou a alguém que não compareceria a um evento público do qual agora esqueci, por temer receber as mesmas vaias que marcaram sua presença no Maracanã.

Portanto, como disse Polônio, personagem de Shakespeare, a respeito do príncipe Hamlet, há método em sua loucura. Não é daquelas populares, em que o padecente queima dinheiro (somente o nosso, mas aí não vale) e comete outros atos que só um verdadeiro maluco cometeria. Ele construiu (enfatizo que é apenas uma hipótese, não uma afirmação, porque não sou psiquiatra e longe de mim recomendar a ele que procure um) um universo que não pode ser afetado por cutucadas impertinentes da realidade. Notícia ruim não é com ele, que já tornou célebre sua inabalável agnosia (“não sei de nada, não ouvi nada, não tive participação nenhuma”) quanto a fatos negativos. Tudo de bom tem a ver com ele, nada de ruim partilha da mesma condição.

Agora ele anuncia que, antes de deixar o mandato, vai registrar em cartório todas as suas realizações, para que se comprove no futuro que ele foi o maior presidente que já tivemos ou podemos esperar ter. Claro que se elegeu, não revolucionariamente, mas dentro dos limites da ordem (?) jurídica vigente, com base numa série estonteante de promessas mentirosas e bravatas de todos os tipos. Não cumpriu as promessas, virou a casaca, alisou o cabelo, beijou a mão de quem antes julgava merecedor de cadeia e hoje é o presidente favorito dos americanos, chegando mesmo, como já contou, a acordar meio aborrecido e dar um esbregue em Bush. Cadê as famosas reformas, de que ouvimos falar desde que nascemos? Cadê o partido que ia mudar nossos hábitos e práticas políticas para sempre? O que se vê é o que vemos e testemunhamos, não o que ele vê. Mas ele acredita o contrário.

Acredita, inclusive, nas pesquisas que antigamente desdenhava, pois os resultados o desagradavam. Agora não, agora bota fé – e certamente tem razão – depois que comprou, de novo com o nosso dinheiro, uma massa extraordinária de votos. Não creio que ele se julgue Deus ainda, mas já deve ter como inevitável a canonização e possivelmente não se surpreenderá, se lhe contarem que, no interior do Nordeste, há imagens de São Lula Presidente e que, para seguir velha tradição, uma delas já foi vista chorando. Milagre, milagre, principalmente porque ninguém vai ver o crocodilo por trás da imagem.

Roberto Teixeira e a Varig

Que coisa este rolo da Varig, hein? Comissão de mais de 3 milhões de reais? O petismo é impressionante, conseguiu demonstrar na prática que o mensalão não foi nada demais. O que deve ter de deputado chegando a conclusão que se vendeu barato não é brincadeira.

Enquanto isso o silêncio ensurdecedor em cada rua deste país.

Nos acostumamos com a corrupção.

É uma vitória e tanto dessa gente.

A justiça eleitoral e seus exageros

Faz tempo que tenho criticado o exagero da justiça eleitoral em certos temas, principalmente na exposição da mídia. Lembro que nas últimas eleições ela foi dura e impediu que se mostrasse na televisão os crimes que os petralhas e aliados estavam sendo processados. Tudo em nome de uma suposta “igualdade” de exposição.

Sempre que se iguala bandidagem com honestidade o resultado não pode ser bom.

Essa agora de condenar pré-candidato (afinal, o que é um pré-candidato?) por dar entrevista é uma exagero e tanto. Dizer que pode dar entrevista, só que não sobre temas políticos é uma completa extrapolação. Eu lá quero saber se Marta Suplicy ou José Serra plantam tulipas?

A democracia não é inimiga da política, muito pelo contrário. Seus excessos são combatidos com um único remédio: mais democracia.

O resto é conversa.

Assuntos da semana que passou 2: o papel de Tarso Genro na deportação dos cubanos

Outra notícia da semana passada foi que ficou mais claro a participação de Genro na vergonhosa deportação dos dois lutadores cubanos para os braços moribundos de Fidel, aquele que até o capeta se recusa a receber.

Vergonhosa para o país, mas dentro dos planos dos membros brasileiros do Foro de São Paulo.

Se vigorasse no Brasil uma democracia verdadeira, ou completa, os dois receberiam asilo político. Como não funciona, receberam o pé na bunda mais rápido da história. Afinal, asilo é só para narco-terrorista como o tal Medina.

E tem gente que o governo brasileiro é ideologicamente neutro…

Morro da Providência: trajédia anunciada

É claro que colocar soldados do exército convivendo com o crime organizado uma hora ia dar no que deu, uma verdadeira tragédia anunciada. A tendência é acirrar cada vez mais os ânimos e não será nenhuma surpresa se acontecerem mais mortes, principalmente se começar uma política de retaliação.

Não vou discutir aqui se o Exército deve subir o morro para combater o tráfico ou não, o problema é outro. O que faz o exército lá? Obras do PAC? Uma coisa é o Exército trabalhar na duplicação da BR-101, utilizando tecnologia de ponta, uma obra de grande envergadura, executando as mesmas missões que faria em uma guerra. Outra, bem diferente, é fazer casas populares dentro de uma favela em convivência pacífica com a bandidagem.

Não vejo como acontecer esta convivência sem a promiscuidade. Se apenas o Exército teria condições para realizar estas obras, que primeiro expulsassem os traficantes de lá. Mas não pode, né? Existem muitos interesses políticos envolvidos, não é difícil imaginar as conexões entre a bandidagem e as forças políticas do Rio de Janeiro.

No fim, este arranjo absurdo onde o Exército sobe o morro e fecha os olhos para o que acontece ao seu redor.

Agora a confusão está armada.

Assuntos da semana que passou um: a CSS

O governo conseguiu re-editar a CPMF com um novo nome, a tal CSS. A vitória na câmara, no entanto, deixou de ser considerada como uma verdadeira vitória, a margem foi muito pequena, apenas dois votos. Lembrando que a prorrogação da CPMF, a original, passou com folgas entre os deputados, fica muito difícil aprová-la no Senado. Isso quer dizer que o governo perdeu?

Não necessariamente. O governo entrou nesta briga apostando em todos os resultados possíveis. Aprovando o Frankstein, conseguiria mais dinheiro para seu caixa. Reprovando o novo imposto, joga no colo da oposição, com colaboração da imprensa, a fama de jogar contra a Saúde.

Digo com colaboração da imprensa porque esta se contenta em ficar registrando o discurso dos governistas, entre eles o próprio presidente, que a oposição derrubou a CPMF e, portanto, é contra recursos para saúde. O que a imprensa não diz é que o governo tinha votos de sobra para aprová-la, não o fez porque não conseguiu mobilizar sua base política. Sempre esteve nas mãos da base aliada a aprovação ou não da CPMF.

Se for aprovado o imposto no Senado, sempre é possível com o controle do caixa, ainda restará o STF. Aí o buraco é bem mais embaixo pois o imposto é claramente anti-constitucional.

Em resumo, o governo apostou na boa. Qualquer que seja o resultado, sai ganhando. À oposição resta bater na tecla que o governo já tem recurso suficiente, não faz mais porque não quer.

Obama X McCain

Bem, Hillary foi realmente atropelada por Barack Obama, que disputará com McCain a presidência dos Estados Unidos.

Esta cadeira é muito importante para o mundo pois o governo americano é a maior resistência hoje contra o governo global e o novo totalitarismo que se consolida com vários disfarces. Enquanto a Europa se enterra cada vez mais em um humanismo que a afasta de sua tradição judaico-cristã, apenas os americanos parecem ainda preocupados na defesas de valores ligados a sua história.

Obama me parece um grande perigo, um lobo na pele de cordeiro, disposto a fazer uma suposta paz com os radicais islâmicos a qualquer custo; preço este que pode ser altíssimos. Estamos falando de um grupo de pessoas que tem em suas mentes um objetivo bem claro: a destruição dos valores ocidentais. Como estabelecer uma relação amistosa com gente assim?

Pelo menos neste aspecto a posição de McCain se afasta de Obama, ele é claramente a favor da vitória no Iraque. Vitória hoje que parece bem mais possível do que há dois anos. O plano de Obama á fuga com o rabo entre as pernas e a aceitação de uma derrota que não aconteceu. Como foi feito no Vietnã há algumas décadas e resultou em massacres na guerra civil que tomou conta do país após a criminosa retirada americana.

O problema de McCain são suas posições liberais. É uma espécie de esquerdista infiltrado entre os republicanos, mas não vejo outra escolha possível. Os americanos encontram-se na difícil decisão entre dois candidatos de esquerda, um dentro do partido republicano e outro no democrata. O primeiro parece mais confiável, pelo menos na manutenção da ocupação do Iraque. O segundo parece cada vez mais com uma imensa armadilha.

Este blog tem seu candidato, mesmo que de utilidade. Avante McCain!

Perguntar não ofende

Diante da notícia de que Dilma Rousseff teria apadrinhado a esposa de um terrorista, a secretaria da Pesca soltou uma nota deixando a entender que tomaria as medidas judiciais cabíveis contra Diogo Mainardi.

Por que, diante das acusações sobre a venda da Varig, o governo não ameaça processar a charuteira Denise Abreu. Afinal, Dilma já disse que ela está mentindo, portanto é caso para “medidas judiciais cabíveis”. Ou não?