Onde está Lula?

O presidente da república pode ser encontrado em qualquer lugar do país em que esteja sendo inaugurado uma placa de futura obra ou simplesmente uma promesa. O lugar onde ele não vai ser encontrado é em tragédias.

Foi assim com os dois acidentes aéreos. Em parte havia uma estratégia de fugir da responsabilidade pelo acontecido; de evitar a ligação do seu governo com os desastres.

Em Santa Catarina não é nem questão de livrar a cara do governo, é simplesmente evitar sua associação com notícias ruins. Este governo é puro marketing, só propaganda. Seu chefe não tem qualquer simpatia por seu povo, é apenas mais um gângester político como tantos outros.

Este é o presidente do Brasil.

Redução de impostos?

Estadão:

Redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para setores produtivos em crise, como agricultura, automobilístico e da construção civil, manutenção do ritmo crescente dos investimentos em grandes obras, linhas de crédito para a compra de máquinas e equipamentos destinados à exploração e produção de petróleo e campanhas publicitárias para que as pessoas não deixem de comprar bens de consumo são as principais medidas que o governo estuda tomar para amenizar os efeitos da crise econômica no ano que vem.

Comento:

Precisou uma crise financeira mundial para ouvir o governo falar em diminuir impostos, mesmo que seja timidamente.

Tivéssemos feito isso quando era uma opção, quando estávamos surfando com a bonança dos mercados, a sociedade teria respirado um pouco mais da asfixia tributária do estado brasileiro.


Sobre o bolsa-ditadura

Um artigo irretocável no Estadão hoje, autoria de Denis Rosenfield, professor de filosofia da UFRGS. Um trecho:

Imaginem se Lenin e Trotsky, tendo fracassado em sua tentativa de derrubar o regime czarista, viessem a pleitear, anos depois, uma “bolsa-ditadura”, resultante do seu insucesso. As autoridades governamentais russas deveriam pagar por não terem sido derrubadas e assassinadas! Pode-se estar ou não de acordo com esses revolucionários, pode-se ou não estar de acordo com as suas posições, em todo caso não se pode dizer que não fossem coerentes com seus projetos, tendo, no caso de Trotsky, dado a vida por sua causa. Morreu no México, com uma picareta cravada em sua cabeça, num golpe desferido por um agente de Stalin, que terminou sua vida num suave repouso na Cuba castrista. Tinham dignidade moral, o que não se vê nos revolucionários brasileiros da “bolsa-ditadura”.

Para ler o artigo completo, clique aqui.

PMDB dando as cartas

Outro dia um colega discutiu comigo a força do PT nas eleições municipais. Argumentou citando uma pequena cidade da Bahia, que sempre teria sido carlista, e que teria eleito um prefeito petista. “Eu nunca imaginaria que o PT um dia ganharia lá!”.

Disse a ele que não havia nada de estraordinário tendo em vista que o governador da Bahia era do PT, assim como a presidência. O dia que o governo trocasse de mãos, estas prefeituras mudariam também. Ele discordou e veio com a tese que o PT tinha crescido nas eleições.

Faltou combinar com o PT porque o clima no partido foi bem diferente de uma vitória. O que as urnas apontaram foi a rejeição do partido nas maiores cidades e sua penetração nos grotões. Quando o partido deixar o governo e a máquina, perde os grotões; a recuperação de seu capital urbano será muito mais difícil tendo em vista que a falsa idéia de um partido ético já se perdeu a muito tempo.

Leio hoje nos jornais que o governo está preocupado com o PMDB. Deveria. Se teve algum grande vencedor no pleito deste ano foi justamente este partido. Aumentou substancialmente o número de prefeituras, a quantidade de votos e ainda levou a segunda capital do país. Agora vem a cobrança.

Muitos jornalistas venderam o resultado das urnas como uma vitória do governo computando todos os votos dos partidos da base na conta de Lula. Se é assim, por que então a preocupação? O PMDB não é governo?

No primeiro mandato, o governo tentou comprar os votos do Congresso para não depender do PMDB. Foi descoberto, acabou tendo que se aliar ao partido. Esta aliença teria um preço, e este preço aumentaria à medida que o governo dependesse mais do PMDB.

É o que está acontecendo.

Estadão:

“Em quatro anos, o endividamento do brasileiro cresceu quase 70% na relação com o número de salários recebidos. Entre cheque especial, cartão de crédito, financiamento de veículos, crédito pessoal e empréstimos imobiliários com recursos livres, o consumidor devia dez meses de salário em setembro. Em 2004, a dívida correspondia a 5,9 meses de salário.

Os cálculos são do consultor para o sistema financeiro e economista pela Universidade de Brasília, Humberto Veiga. Para chegar a esses números, ele considerou a evolução da massa de salários com base nos dados da Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em seis regiões metropolitanas e o montante de crédito concedido ao consumidor.

Comento:

De maneira geral, o cidadão tem duas coisas que pode fazer com seu dinheiro, além de rasgá-lo. Ele pode gastá-lo ou guardar para usar mais tarde.

Quando decide gastar, ele movimenta a economia. Produtos vendidos significam sinal para fabricar mais e toda a roda de produção se movimenta. Empregos são criados, tanto na fábrica quanto nos serviços. É o crescimento econômico cuja face mais visível é o aumento do PIB.

A outra opção é deixar de gastar o dinheiro. Desta forma ele contribui para a poupança interna, mesmo que decida investir na bolsa deique valores. Este dinheiro fica disponível para o mercado financeiro e se torna fonte para investimentos. A economia se retrai, mas se este dinheiro for bem utilizado e investido em infra-estrutura, o país fica em condições de crescer mais.

Este foi o grande problema do governo FHC. Com a explosão do consumo gerado pela estabilização da moeda, deixou-se de fazer poupança interna e o resultado foi a paralisia nos investimento. Chegou uma hora que a infra-estrutura necessária não aguentou e o Brasil entrou em recessão.

Com a bonança mundial, decorrente da bolha financeira mundial, o Brasil conseguiu crescer economicamente, não tanto quanto alardeia o governo, ao mesmo tempo que iniciava projetos de infra-estrutura com investimentos externos. Infelizmente a maioria dos projetos não saiu do papel e o governo gastou mais em propaganda do que em ações efetivas.

O fato é que os investimentos sumiram da praça. A tão condenada bolha que se formou, que possibilitou que China e Índia dessem o salto que deram e tirou milhões da miséria, estourou e agora o mercado financeiro se retraiu. O dinheiro sumiu da praça.

O Brasil está no limite de sua infra-estrutura. O problema energético, que gerou o apagão, está longe de ter sido solucionado. Nossa rede de transportes é precária e se deterioriza a cada dia. Somos não entramos em colapso por que a economia cresceu abaixo da média mundial; se fosse o contrário já teríamos encontrado um novo apagão.

O Brasil precisa fazer poupança interna para financiar os investimentos em infra-estrutura. Fica um tanto quanto difícil quando o brasileiro está endividado. Pior ainda quando o presidente da república vai a público incentivar não só a gastança como o endividamento. Isso com um governo que cobra uma das maiores cargas tributárias do mundo para pagar sua própria incompetência.

Estamos em uma sinuca de bico. Governo e sociedade precisam apertar os cintos para nos colocar efetivamente no caminho do desenvolvimento econômico; nem um, nem outro parecem dispostos a fazê-los.

Chegará um dia em que serão obrigados. E será muito mais traumático.

Lula cobra de Corrêa? Sei não…

Uma das coisas marcantes do governo Lula é sua incrível capacidade de ceder para os amigos do Foro de São Paulo. Claro que para quem acompanha as atividades desta entidade subestimada pela mídia brasileira não se surpreende. Usando o teorema de Romário: são todos parceiros.

O que se esconde então na suposta alopração de Lula? Será que o brasileiro não se sente mais tão seguro quanto antes? O que não faz uma crise econômica, não é? Basta ver o desespeiro do outro colega, o de Caracas, com o barril de petróleo chegando a menos de 40 doláres…

Parece que a marolinha vai mesmo estourar por aqui…

Será?

Porque o Brasil não vai para frente

O Congresso, sob orientação do governo, deu mais duas contribuições para manter o atraso do Brasil.

  1. Rejeitou o projeto de lei que estabelecia a redução da carga tributária no Brasil. Seria uma queda suave e contínua. Não passou da comissão de constituição e justiça; o governo quer mesmo é manter a economia asfixiada.
  2. A Câmara aprovou um projeto de lei que reserva cotas de vagas para as Universidades Públicas para alunos de escolas públicas. Vai ser um tiro na própria universidade pública. O que, no final das contas, pode acabar sendo um serviço para o país.

Do blog do Josias de Souza:

Há 15 dias, a PF realizou batida na Abin. Recolheu, no centro de operações da Agência no Rio, um furgão e computadores.

Busca-se elucidar suspeitas de que espiões da Abin teriam cometido ilegalidades no âmbito da Operação Satiagraha.

Superior hierárquico da Abin, o general Jorge Félix, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional ficou tiririca.

Deve-se aos repórteres Felipe Seligman e Lucas Ferraz a descoberta de uma carta na qual o general expressa, em timbre ácido, sua insatisfação.

Endereçou-a ao ministro Tarso Genro (Justiça), mandachuva da PF. Escreveu que a investida policial “causou profunda estranheza” e “indignação”.

Mais: o general anotou que operação de busca e apreensão “desmoraliza” a Abin junto a países com os quais a agência mantém acordos de cooperação.

Comento:

O General está enganado. A própria ABIN se desmoralizou ao permitir que seus agentes trabalhassem para a PF em uma investigação comum. Não é possível que 84 agentes sejam desvidados de suas funções, sob comando de um delegado de polícia, para atender interesses políticos no interior do governo.

Diante do absurdo, o papel de Félix deveria ser um só: responsabilizar quem deve ser responsabilizado. Quem permitiu a colaboração? Quem foi que autorizou? Se não possui condições políticas para isso deveria se afastar do cargo.

Como um serviço e inteligência de outro país pode confiar no brasileiro nestas condições? Eles devem estar muito preocupados com todas as informações que já passaram para a ABIN; no governo petista, não existe sigilo, nem mesmo onde supostamente deveriam ser mais seguras.

A operação de busca e apreensão foi uma conseqüência de um erro monumental. Ao invés de cobrar de Tarso Genro deveria estar cortando as cabeças podres que desmoralizaram a inteligência brasileiras; e estas cabeças estão no coração da próprias instituição.

MP da pilantropia volta para o Planalto

Globo

Num inusitado desafio ao presidente Lula, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), cumpriu ontem sua ameaça de devolver ao Palácio do Planalto, sem votação, a medida provisória número 446, que renovou o certificado de entidades filantrópicas suspeitas de irregularidades. Esta é a segunda vez na História que o Senado toma uma atitude como esta. Garibaldi alegou que a MP é inconstitucional, e se queixou do abuso na edição de MPs. A decisão, aplaudida pela oposição, provocou reação indignada do governo e de líderes governistas.

Comento:

Lembro que quando li a constituição de 88 pela primeira vez, achei que o poder executivo ficava submisso ao legislativo. Ilusão. Na prática aconteceu justamente o contrário. A existência ainda da medida provisória subordinou o Congresso Nacional aos desejos do chefe do executivo, o que não é bom.

Quando eclodiu a crise financeira nos Estados Unidos, chamou-me atenção o fato do presidente americano ter que submeter o pacote que praparou à aprovação do Congresso. Pela legislação brasileira seria sim um caso de MP, pois tratava-se de urgência e relevância. Será que realmente precisamos das MPs para um governo funcionar? Ah, mas leva muito tempo para aprovar uma lei no Congresso. Mas até que ponto as MPs atrapalham o andamento dos trabalhos? Até que ponto o Congresso está legislando sobre temas irrelevantes para a federação, que ficariam bem melhor na legislação estadual?

As MPs são instrumentos de autoritarismo e cada vez me convenço mais que devem ser limitadas drasticamente ou mesmo extintas. Para o bem da democracia.

Justiça começa a cercar os responsáveis pela tragédia do TAM

Uol:

A Polícia Civil indiciou dez pessoas pelo acidente com o Airbus A320 da TAM: dois funcionários da TAM, três da Infraero e cinco da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Entre eles, estão o ex-presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, o ex-presidente da Anac, Milton Zuanazi, a ex-diretora da Anac, Denise Abreu, o diretor de segurança de vôo e o ex-gerente de engenharia de operações da TAM. Eles serão indiciados por homicídio culposo (sem intenção) e podem ser penalizados com até seis anos de prisão.

Comento:

Teremos justiça? Chegaremos aos responsáveis por uma tragédia no Brasil? As imagens que ficou na minha mente, além do impressionante acidente, foram duas.

A primeira, de Denise Abreu, indicadada para a diretoria da ANAC por José Dirceu. Em uma festa, no meio do caos aéreo, fumava um charuto despreucupadamente. Ela representa bem o desastre que é a ocupação de cargos técnicos por petralhas. Infelizmente, as agências reguladores, que foram concebidas para funcionarem independentes do governo, tornaram-se braços de política partidária e intromissão do governo em assuntos privados.

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A segunda foto, é de um que não será nunca responsabilizado pelo que aconteceu. Trata-se de Marco Aurélio Garcia e seu famoso top top. Quando viu no Jornal Nacional uma notícia que em sua mente tortuosa livraria o governo da lambança, tripudiou em cima dos mortos do acidente. Faz parte do núcleo de poder do PT e do projeto de estabelecer um regime próximo do cubano no Brasil; justamente as práticas que levam gente como Denise Abreu a ser diretora da ANAC.

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Por fim que fique o registro. Os militares são acusados de terem, em 20 anos de governo, matado mais de 400 pessoas, a maioria de armas nas mãos.

O governo petista conseguiu chegar em número parecido, em pleno regime democrático, por sua asboluta incompetência e irresponsabilidade. Estes mortos são vítimas de fato, morreram na tranqüilidade possível de um vôo. Mas ninguém cobrará esta conta. Não neste mundo.