Calote à caminho

Depois do Equador, é a vez de Paraguai, Bolívia e Venezuela anunciarem que irão rever as respectivas dívidas externas. Isto inclui empréstimos feitos pelo BNDES. Mais uma vez se evidencia um dos grandes problemas de bancos públicos, a sua utilização por partidos políticos.

O BNDES transformou-se em uma instituição a serviço do PT, dentro dos objetivos propostos pelo Fórum de São Paulo. Na prática, procura colaborar com os governos companheiros, os governos de esquerda. Não vejo nenhuma surpreza no futuro calote, embora muito ainda se dependa da capacidade do brasileiro de se indignar em ver um banco público brasileiro financiando projetos políticos dos amigos do presidente da república.

Particularmente não acredito muito nesta indignação. Estamos satisfeitos com o pão e circo.

Para quem pensava que o inimigo era Bush

Por Thomaz Favaron, Veja

A mensagem mais clara deixada pelo ataque é assustadora: o terrorismo na Índia assumiu uma nova fase, a do estilo Osama bin Laden. Esses atentados têm a característica de ser cometidos por militantes islâmicos bem treinados, dispostos a morrer, e o objetivo de causar a maior quantidade possível de vítimas civis. Os atacantes de Mumbai nem sequer apresentaram uma reivindicação que pudesse ser negociada pela polícia em troca da libertação de reféns. Um dos hóspedes que conseguiu escapar do hotel Taj Mahal contou que os terroristas estavam procurando pessoas com passaporte americano ou britânico e também os judeus.
Comento:
Existe uma delinqüência intelectual que circula pelo mundo é que o terrorismo islâmico seria uma reação ao bushismo, ignorando o que começou primeiro.
Quando o 11 de setembro foi planejado, o governo ainda era do liberal Bill Clinton, um espécie de pop star internacional. Bush assumiu e era ridicularizado pela imprensa, retratado como um grande bobo. Bin Laden foi claro em sua mensagem: o inimigo era o ocidente, eram os ditos valores ocidentais.
Bush comprou esta briga, até porque não tinha outra escolha depois de ter sido atacado no coração de seu país. Infelizmente ficou praticamente sozinho. A maioria das democracias ocidentais resolveu virar as costas e considerer que era um problema apenas dos americanos. O governo espanhol foi de uma covardia ímpar. Diante de um atentado que vitimou seu povo cedeu aos terroristas. Talvez um dia pague caro por isso.
Pois Obama ganhou, foi saudado nos quatro cantos do planetas e muita gente acha que estará entrando em um mundo mais seguro. Acho exatamente o contrário. O tempo dirá quem está certo. Particularmente, torço para que eu esteja errado. Embora não ache que esteja.

O começo da derrocada

Hugo Chávez fez de tudo para esmagar a oposição no domingo, apelou até para os tanques. Conseguiu manter os departamentos menos populosos, mas amargou a vitória dos partidos de oposição nos mairoes departamentos, incluindo Caracas. Na prática, 44% dos venezuelanos serão governados por opositores.

Não é pouco em um regime de quase ditadura.

Ele pode radicalizar o quanto quiser a partir de agora, mas seus dias já estão contados.

Lula cobra de Corrêa? Sei não…

Uma das coisas marcantes do governo Lula é sua incrível capacidade de ceder para os amigos do Foro de São Paulo. Claro que para quem acompanha as atividades desta entidade subestimada pela mídia brasileira não se surpreende. Usando o teorema de Romário: são todos parceiros.

O que se esconde então na suposta alopração de Lula? Será que o brasileiro não se sente mais tão seguro quanto antes? O que não faz uma crise econômica, não é? Basta ver o desespeiro do outro colega, o de Caracas, com o barril de petróleo chegando a menos de 40 doláres…

Parece que a marolinha vai mesmo estourar por aqui…

Será?

Democrata até demais…

Globo:

CARACAS. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ameaçou ontem fechar canais de TV que anunciarem qualquer resultado das eleições regionais de domingo antes da autorização do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). A afirmação foi feita no mesmo dia em que o órgão regulador de radiodifusão do país, o Conalde, fez mais ameaças à rede de TV opositora Globovisión, acusando-a de fazer propaganda política ilegal. As ameaças aos veículos de comunicação fizeram a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) e partidos de oposição alertarem para o risco de censura durante a cobertura das eleições.

Uma segunda pérola de Nelson Ascher

Não tem nem uma semana e Nelson Ascher nos presenteia com mais um texto brilhante, em mais um e-mail para Reinaldo Azevedo. Trata de um dos temas que me são mais caros, o relativismo moral. Neste mundo sem verdades, um terrorista islãmico tem o mesmo valor de um soldado americano, a prisão de Guantánamo é o equivalente de Auschwitz, Suez é o mesmo que a Primavera de Praga. No fundo, argumenta o autor, o que os pensadores de hoje, em sua maioria, querem é fugir da discussão. Mais do que tudo, não querem refletir sobre as considerações éticas e morais que pairam sobre determinados posicionamentos.

Segue um trecho:

Os “direitomistas” são, de fato, absolutistas para os quais aqueles que, por acidente, violam ocasionalmente um direito humano secundário não se diferenciam em nada daqueles que o fazem programática, sistematicamente e em grande escala. Segundo eles, o “perfeito” é, de fato, inimigo do “bom”, e eles não aceitam nada que não seja perfeito. A lógica do mal menor lhes é totalmente estranha, talvez abominável. São eles que, atualmente, empenham-se em provar que os aliados, por terem bombardeado Dresden ou Hiroxima, são tão ruins, talvez piores, do que os nazistas e os militaristas japoneses. Se alguém não é santo, então é demônio — e os demônios são, afinal, todos iguais.

Não deixem de ler o texto integral na aba de Artigos Diversos, aqui mesmo no blog.

Discussão sobre Guantánamo

i1_a3b1Obama prometeu desativar Guantánamo. Esta é uma das maiores críticas ao governo Bush; segundo muitos, a prisão violaria os direitos humanos pois estaria em confronto com a Convenção de Genebra e a Constituição Americana.

O problema é que tanto a Convenção quanto a Constituição não foram feitas levando em consideração o terrorismo, uma criação humana muito mais recente. Reinaldo Azevedo tem tratado do tema em seu blog. Hoje publicou um e-mail que recebeu de Nelson Ascher, que passou a fazer parte do espaço de artigos deste blog. Diz Ascher:

Ora, o terrorista não-americano julgado e solto nos EUA seria recompensado não apenas com a liberdade, mas com um dos bens mais cobiçados no mundo: o direito de residir ali. Há pessoas honestas que esperam anos para conseguir um visto, e há pessoas ousadas que arriscam a vida para entrar ilegalmente nos EUA. O melhor método, porém, é viajar para o Afeganistão ou Iraque, matar soldados americanos ou afegãos e/ou iraquianos, ser capturado pelos ianques e solto em Nova York. Este, sim, é que é o prêmio — ou seja, o terror compensa.

A íntegra pode ser consultada aqui.

Soneto dos tempos modernos

Perdemos a Revolução dos Cravos,
a outra, de Outubro, além de embates prévios
e, ainda há pouco, apostando em Chávez, Evos,
ou Castros, não passávamos de escravos

das circunstâncias, sempre a ouvir ignavos
fascistas nos chamarem de medievos.
Daqui pra frente, tudo muda. — Leve-os
o diabo: eles nos devem desagravos.

Graças a deus, porém, chegamos vivos
à ansiada aurora destes tempos novos
de paz, amor e sóis que se erguem ruivos.

Proletários do mundo inteiro, uni-vos
em torno a Obama e, sem pisar em ovos,
vamos, agora, entronizá-lo aos uivos.

Nelson Ascher

Um verdadeiro democrata

“O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou neste sábado que pode acabar lançando mão de tanques se a oposição vencer nas eleições regionais de 23 de novembro no estado de Carabobo (norte), nas quais, segundo ele, está em jogo seu próprio futuro.

“Se permitirem que a oligarquia volte ao governo (de Carabobo), vou acabar mandando os tanques da brigada blindada para defender o governo revolucionário e para defender o povo “, afirmou Chávez ao lado do candidato oficial do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) em um comício nesse estado.carrotanque

Comento:

É bom lembrar sempre. Chávez tem o endosso incondicional do presidente do Brasil. Este chegou a afirmar que na Venezuela tem democracia até demais. Imagino o que ele entende com democracia até de menos…

O bandoleiro de Caracas está mesmo é desesperado. Com a queda do preço do petróleo seu poder de bostejo caiu sensivelmente e logo logo não conseguirá mais conter a insatisfação de seu povo.