Começando a compreender

A Geórgia é aliada americana no Iraque. Seu maior crime foi se livrar da submissão de Moscou. O silêncio da mídia sobre isso mostra que todo aquele choro pela invasão do Iraque não tinha nada a ver com pacifismo, era antiamericanismo puro e simples.

Abro a página da UOL e vejo a notícia: “Geórgia pede ajuda internacional contra “invasão” russa”. Por que as aspas? Estou até imaginando o criador da manchete fazendo aspas com os dedinhos, um dos hábitos ridículos das esquerdas. Adoram usar aspas no texto. Só falta falar “a suposta invasão”. Antes que reclamem de minhas aspas, explico: usei para explicitar um texto e não de ironia.

O Império Russo mostra suas garras. Dessa vez não tem o comunismo como âncora, adotaram a economia capitalista. Mas de resto, continuam tão marxistas como antes. Apenas se livraram de seu ponto fraco, a realidade.

A Rússia pode

Em recente seminário que assisti, um colega perguntou porque a ONU não fazia nada contra os Estados Unidos que atacou o Iraque mesmo com proibição do Conselho de Segurança. Informei a ele que o CS não vetou a invasão __ até porque precisaria do voto americano __ mas negou o apoio, o que é bem diferente.

Bush foi muito criticado por ter agido mesmo sem este apoio mas talvez seu principal erro tenha sido pedir o apoio em primeiro lugar. Sua principal intenção era mostrar que a guerra do terrorismo islâmico não era apenas contra os Estados Unidos e sim contra todo o mundo ocidental, o que ficou claro pelas próprias declarações dos líderes terroristas.

Esta semana a Rússia invadiu, sem o menor aviso, a Geórgia. A mídia está muito tímida e já começa a eleger seu vilão: o presidente da Geórgia. Fico imaginando se Bush invadisse uma ilha do Caribe, acho que o mundo iria a baixo. Quantas manifestações serão montadas no Brasil contra a invasão russa? O que dirá a UNE? E a CUT?

Ele só pode estar delirando

Estadão:

A intenção do Brasil de se tornar membro permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) foi um dos temas discutidos nesta terça-feira, 5, na reunião entre o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e o presidente da 62ª Assembléia Geral das Nações Unidas, Srgjan Kerim.

Depois de ter perdido a oportunidade histórica de conseguir acordos econômicos importantes para o Brasil ao apostar suas fichas na OMC, Amorim ainda defende esta asneira. Como pode um país que consegue apoiar um grupo narco-terrorista que enfrenta toda uma nação amiga querer uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU? De segurança!

Esses caras são de uma absoluta cara de pau!

Lições das eleições nos States

McCain subiu 9 pontos e empatou com Obama. Certamente seu vídeo, curtíssimo por sinal, colando no democrata a imagem de celebridade sem conteúdo contribuiu muito. Este vídeo não aconteceria no Brasil.

Primeiro porque vigora a idéia de que um candidato não deve confrontar o adversário, é golpe baixo. Foi o que fez Geraldo Alckmin no primeiro debate com Lula. Foi um Deus nos acuda, acusaram o ex-governador de tudo. O próprio Lula, depois de ser esmagado no debate, saiu dizendo que não esperava aquele comportamento do adversário. Registre-se que em nenhum momento Alckmin faltou ao respeito com o presidente nem acusou-o de nada, apenas confrontou o discurso do candidato do PT com a realidade.

Alguns iluminados da sua própria campanha chegaram a brilhante conclusão que tinham ido longe demais e fizeram a pior coisa que poderia ter feito: tiraram o pé. A imagem que ficou foi de um candidato que tentou de tudo para ser eleito e que o comportamento era realmente reprovável. Foi o início do desastre.

O segundo motivo para um vídeo daqueles não aparecer no Brasil é ainda mais grave. A justiça eleitoral resolveu ser uma espécie de bedel da democracia. Quer regular tudo e todos. Não é a toa que as campanhas estão cheias de advogados prontos para atacar e defender a propaganda política. E dizem que era a ditadura militar que inibia o debate democrático; acreditem, eles não chegaram nem perto do que nossos togados estão fazendo nas campanhas. O patrulhamento eleitoral é uma realidade.

Vendo o processo americano pode-se entender por que um país é uma democracia plena e outro um antro de aproveitadores.

Por fim, antes de falar em golpe baixo de McCain é bom notar que a imagem de celebridade vazia só pegou em Obama porque ele realmente parece… uma celebridade vazia! Foi exatamente isso que o americano começou a perceber, o republicano apenas mostrou o óbvio.

Falta só a mídia liberal conseguir enxergar além do horizonte do discurso óbvio de “nós podemos”. Obama mostrou que pode sim, só não sabe bem o que.

Obama confundiu de país

Obama deve ter achado que seu país é do terceiro mundo, como o Brasil. Acha que pode fazer campanha sem exibir nada de concreto, apenas falácias e discursos vazios. Pode ter empolgado a mídia e o resto do mundo, mas quanto ao americano…

Daqui a pouco vai começar a apelar e sua campanha vai tentar colocar o rótulo de racista nos que não caem em seu canto de sereia. O fato de ser despreparado para o cargo, defender idéias muito ruins e passar a sensação que vai trair seu país no Iraque parece não dizer nada.

Vai quebrar a cara e levar o que resta da reputação de jornais como o NYT com ele. Ainda bem.

Sangue nas mãos

Estes são alguns dos brasileiros citados como contatos das FARCs segundo os dados que estavam no HD de Reyes. São cúmplices de terroristas, possuem o sangue de suas vítimas em suas mãos. Alguns possuem sangue de vítimas brasileiras da época da luta armada. Um dia pagarão seus débitos, nesta vida ou em outra.

Não é que de vez em quando surge um colunista do NYT falando a coisa certa?

O New York Times é um jornal de esquerda. Está sempre defendendo o ideário liberal e o partido Democrata mas de vez em quando tem que abrir espaço para uma opinião dissonante. Não seria um dos maiores jornais do mundo fazendo apenas panfletos, não é verdade?

O Uol reproduziu um artigo de Thomas Friedman que toca em algumas verdades. Algumas verdades inconvenientes como gosta de dizer aquele arauto do fim do mundo. Abaixo reproduzo o artigo. Fala sobre o veto de China e Rússia a qualquer sanção ao ditador do Zimbábue Mungabe.

Como sempre a ONU é rápida em condenar a matança de negros por brancos mas extremamente tolerante com a exploração de negros por negros. E racista somos nós que achamos isso um absurdo.

Friedman: tão popular e sem estrutura moral

Thomas L. Friedman
Colunista do The New York Times

Muita tinta tem sido gasta ultimamente para anunciar o declínio da popularidade norte-americana em todo o mundo sob o governo Bush. As pesquisas nos mostram que atualmente a China é mais popular na Ásia do que os Estados Unidos, e revelam como são poucos os europeus que afirmam identificar-se com os Estados Unidos. Tenho certeza de que há uma verdade nessas pesquisas. Deveríamos ter feito um trabalho melhor no Iraque. Um Estados Unidos responsável pela prisão de Abu Ghraib, pela tortura e pela base de Guantánamo merece um polegar apontado para baixo.

Mas os Estados Unidos não são e nunca foram apenas estas coisas, e é por isso que eu também acho que os resultados de algumas dessas pesquisas são uma espécie de atos reflexos auto-indulgentes e um pouco tolos. A votação na última sexta-feira na Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a questão do Zimbábue fez com que eu me lembrasse da razão disso.

Talvez os asiáticos, os europeus, os latino-americanos e os africanos não apreciem um mundo com excesso de poder norte-americano – para eles o “Mister Big” ficou um pouco grande demais. Mas o que eles achariam de um mundo com pouquíssimo poder norte-americano? Como as forças armadas e os bancos norte-americanos encontram-se excessivamente espalhados e diluídos pelo planeta, é esse o mundo para o qual esses países podem estar rumando.

Bem-vindos a um mundo com um excesso de poder russo e chinês.

Eu não sou um crítico nem da Rússia e nem da China. Mas há realmente algo de asqueroso quanto aos vetos aplicados pela Rússia e a China à tentativa, liderada pelos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU, de impor sanções específicas sobre o governo de Robert Mugabe no Zimbábue.

Os Estados Unidos apresentaram uma resolução simples ao Conselho de Segurança, pedindo um embargo de armamentos ao Zimbábue, a nomeação de um mediador da ONU e a aplicação de restrições de viagem e financeiras ao ditador Mugabe e às 13 principais autoridades militares e governamentais zimbabuanas por terem roubado a eleição no Zimbábue e basicamente reprimido violentamente um país inteiro em plena luz do dia.

Na primeira rodada das eleições do Zimbábue, em 29 de março, o líder da oposição, Morgan Tsvangirai, obteve quase 48% dos votos, contra 42% de Mugabe. Isso fez com que Mugabe e os seus asseclas iniciassem uma campanha de assassinato e intimidação contra os apoiadores de Tsvangirai, que acabou obrigando a oposição a se retirar do segundo turno das eleições simplesmente para que os seus integrantes continuassem vivos.

Antes mesmo do segundo turno, Mugabe anunciou que não reconheceria os resultados caso o seu partido, o ZANU-PF, perdesse. Ou, conforme ele afirmou: “Não vamos abrir mão do nosso país por causa de um simples X marcado em uma cédula eleitoral”.

E então, é claro, Mugabe “venceu” em uma das eleições mais descaradamente roubadas da história – em um país imerso em desmandos, desemprego, fome e inflação. Cerca de 25% do povo do Zimbábue encontra-se atualmente refugiado em países vizinhos (eu tenho amigos próximos do Zimbábue, e uma das minhas filhas trabalhou lá em janeiro em um centro comunitário de ajuda aos pacientes de Aids). Em maio a Associated Press anunciou do Zimbábue: “A inflação anual sumiu neste mês, chegando a 1.063.572%, com base nos preços da cesta básica”. Segundo a Associated Press, a moeda do Zimbábue tornou-se tão desvalorizada que “atualmente um pão custa o mesmo que 12 carros novos custavam uma década atrás”.

Mas isso não importa. Vitaly Churkin, o embaixador da Rússia na ONU, argumentou que as sanções que os Estados Unidos e outros desejavam impor a Mugabe e seus assessores extrapolava o mandato do Conselho de Segurança. “Nós acreditamos que tais práticas são ilegítimas e perigosas”, disse ele, descrevendo a resolução como “uma das tentativas mais óbvias de fazer com que o conselho ultrapasse as suas prerrogativas”. Vetada!

Para Churkin, a campanha de intimidação e assassinatos movida por Mugabe não pareceu “ilegítima e perigosa”. Só a resolução da ONU para acabar com a atitude de Mugabe foi considerada “ilegítima e perigosa”. Vergonhoso. Ao mesmo tempo, a China está sediando as Olimpíadas, uma celebração do espírito humano, enquanto defende o direito de Mugabe de esmagar o espírito do seu próprio povo.

Mas, quando se trata de pura e repugnante corrupção moral, ninguém é capaz de superar o presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, e os seu representante na ONU, Dumisani Kumalo. Eles fizeram tudo o que puderam para impedir qualquer pressão significativa por parte da ONU sobre a ditadura de Mugabe.

Conforme noticiou o “New York Times”, o embaixador dos Estados Unidos na ONU, Zalmay Khalilzad, “acusou a África do Sul de proteger o ‘horrível regime do Zimbábue'”, afirmando que o fato foi especialmente perturbador ao se levar em conta que foram exatamente as sanções econômicas internacionais que derrubaram o governo de apartheid da África do Sul, que há muito oprimia os negros do país.

Portanto, cunhemos agora a Regra Mbeki: quando brancos perseguem negros, quanto mais sanções da ONU melhor. E quando negros perseguem negros, qualquer sanção da ONU é demais.

O que me faz retornar aos Estados Unidos. Não somos perfeitos, mas os Estados Unidos ainda têm alguma estrutura moral. Há farsas que nós não toleraremos. A votação da ONU sobre o Zimbábue demonstra que isto não ocorre quando se trata desses países “populares” – chamados Rússia, China ou África do Sul – que não vêem problema em ficarem do lado de um homem que está pulverizando o seu próprio povo.

Então, é verdade que não somos mais tão populares na Europa e na Ásia. Acredito que europeus e asiáticos prefeririam um mundo no qual os Estados Unidos fossem mais fracos, onde líderes com os valores de Vladimir Putin e Thabo Mbeki tivessem maior influência, e no qual as vozes desesperadas por mudanças no Zimbá

bue fossem, bem, simplesmente caladas.

Cruz Vermelha e a Colômbia

BOGOTÁ. O presidente da Colômbia Álvaro Uribe, confirmou ontem que um alto oficial do Exército usou emblemas do Comitê Internacional da Cruz Vermelha na operação de resgate que libertou, há duas semanas, a ex-senadora Ingrid Betancourt e outros 14 reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Uribe tentou justificar a ação dizendo que o militar usou o símbolo “por nervosismo.” Segundo especialistas em direito internacional, o uso indevido do emblema da Cruz Vermelha pode ser caracterizado como crime de guerra previsto na Convenção de Genebra, e acarretar em punições para a Colômbia.

O que os “especialistas em direito internacional” deveriam estar perguntando é por que um helicóptero com o emblema da Cruz Vermelha teria sido aceito com a maior naturalidade pelos guerrilheiros das FARCs.

O fato é que deve doer para muita gente o sucesso da operação que resgatou Ingrid Bettancourt das mãos das FARCs. Afinal, a senadora valia muito mais para esta gente quando estava presa. Agora, solta, é só mais uma esquerdista de miolo mole latino-americana, nada mais do que isso.