Projeto correto

uol:

O Senado aprovou nesta terça-feira dois projetos de lei relacionados a um meio cada vez mais comum de pagamento usado pelo consumidor: o cartão de crédito. Um deles determina que o comerciante pode cobrar valores diferentes para compras pagas à vista ou com cartão e o outro proíbe o envio a clientes de cartão de crédito não solicitado.

Comento:

O cartão de crédito traz um custo para o vendedor. Além do valor do aluguel da máquina uma porcentagem de cada venda fica com a administradora. É claro que existe um benefício, o aumento das vendas.

O problema é que nem sempre o lojista tem margem de lucro suficiente para descontar os custos do cartão e compensar a perda com um maior número de unidades vendidas. O normal é que quem paga a vista acaba subsidiando quem paga no cartão, o que configura uma intervenção indevida do poder público no mercado.

Isso não significa que o preço será necessariamente maior. O grande lojista, que tem como compensar a diminuição na margem de lucro para um aumento nas vendas vai manter um preço que o torne conpetitivo no mercado. Já os vendedores que não possuem esta margem poderão fazer o correto: cobrar mais de quem usa os cartões evitando dividir com todos o custo de uso.

Ah, mas tem gente que vai se aproveitar. Mesmo tendo margem vai cobrar mais caro. Sim, mas cabe ao livre mercado através da concorrência regular estes preços. Achar que governos podem fazer isso melhor do que quem lida diariamente com os custos destas operações é uma ilusão.

Enfim uma lei que vai em favor do livre mercado. Aleluia!

Estranho

Uma coisa chama atenção nesta crise financeira internacional: o silêncio dos movimentos sociais do Brasil. Dá para ouvir o vento assobiando mas não se escuta uma voz gritando a morte do capitalismo, pelo menos não deles.

Será que tem alguma coisa a ver com o governo petista promovendo subsídios para os grandes bancos comprarem carteiras dos pequenos? Tem alguma coisa a ver com o dinheiro que é arrancado todos os meses do contribuinete (eu e você) para sustentar uma cambada de vagabundos que só faz viver do capilé e fazer discursos anacrônicos?

Quem senão o capitalismo permitiria que esse bando vivesse tão bem sem precisar trabalhar? Deviam agradecer. E o fazem. Em silêncio.

Legislação Trabalhista

Conversando com meu dentista _ dentro do possível com a boca aberta __ ele me contou que sua assistente não estava lá ajudando porque ela fazia faculdade à noite. Comentei então que ele já deveria começar a se preparar para perdê-la quando terminasse o curso, pelo que entendi fazia enfermagem.

__ Pelo menos com ela pedindo demissão o impacto é bem menor. A que eu tinha anteriormente me custou R$ 2.500,00 de rescisão e olha que só trabalhou 11 meses! Pagava R$ 500,00 por mês. Tem sentido um negócio desses? Trabalhava mal, tive que demiti-la e tenho que arcar com um custo desses, como se eu estivesse com dinheiro sobrando por aqui.

Uma das coisas que se inverteu no país foi a responsabilidade no emprego. Uma narrativa dessas certamente trás uma onda de inquietude com a situação da auxiliar demitida. Como ela vai fazer? Ficar sem emprego assim, do nada. Os R$ 2.500,00 que ela recebeu é até pouco para tamanho infortúnio.

Ora, se ela dependia tanto deste salário mensal deveria ter se esforçado mais para manter seu emprego. Garanto que meu dentista a teria conservado, até um salário maior, se ela fosse eficiente. Na ânsia de defender que está empregado, independente da competência, sacrifica-se quem não está, justamente quem mais está precisando. O empregado está lavando as mãos da responsabilidade de manter seu emprego através de sua própria produtividade e aperfeiçoamento.

A legislação trabalhista brasileira torna o ato de contratar extremamente caro, o que prejudica a oferta de emprego. Conheço outros dentistas, minha esposa é uma, que não possuem auxiliares. Quantos empregos, e bons, deixam de ser gerados pela anacronicidade de nossas leis?

Não adianta argumentar que o dentista poderia ter demitido a moça por justa causa. Isso é uma lenda brasileira. Para demitir um funcionário por justa causa a pessoa tem que fazer uma força danada; mesmo assim o empregador ainda pode terminar com um processo nas costas.

No mundo ideal, sonhado pelos esquerdistas, todos teriam empregos e trabalhariam felizes para o bem comum. Não vivemos neste mundo e nem este é possível, pelo menos da forma como imaginam. No mundo real pessoas são demitidas por diversos fatores, inclusive por incompetência ou simplesmente porque tem uma melhor disponível. O melhor que podemos fazer é estabelecer formas para que este período sem emprego seja o mínimo possível e isso passa, necessariamente, pela flexibilização das relações de trabalho.

Não podemos viver eternamente no governo Getúlio Vargas. Este já passou, e nós estamos passando também.

Fala Lula:

Não terá pacote econômico. Toda vez que nesse país se falou em pacote econômico quem ficou com o prejuízo foi o trabalhador brasileiro, todas as vezes. Então não tem pacote. Vamos tomando medida por medida, a cada fato que se apresentar, a gente vai tomar medida.

Comento:

Em 1994 o governo Itamar Franco lançou um ousado pacote econômico denominado Plano Real. Seu objetivo, plenamente atingido, era acabar com a inflação brasileira que corroía todo esforço produtivo do país e que sempre estourava em seu lado mais fraco, na pobreza. Esqueçam o bolsa-família, aquele foi o maior plano de distribuição de renda já feito no Brasil e um sucesso absoluto. De uma hora para outra milhões entraram na economia brasileira com benefícios para todos.

O PT e Lula foram contra o pacote. A população deu uma sonora banana nas eleições daquele ano e elegeu, em primeiro turno, FHC, o responsável pelo plano.

Não vou nem falar do PROER, tão demonizado pelos petistas, que salvou o mercado financeiro brasileiro. Até porque o atual governo tomou nesta semana algumas atitudes daquele plano.

Sim, houveram planos econômicos fracassados no Brasil. E houveram sucessos. O principal deles é um dos responsáveis por Lula ocupar a cadeira que ocupa. Não vai haver pacote econômico? Isso é o que vamos ver se a crise apertar por aqui. Pacote econômico significa estado intervendo na economia, tudo que um bom petralha gosta…

Um alerta

JB:

O professor Reinaldo Gonçalves, titular de uma das cátedras de economia da UFRJ, advertiu que a conjuntura de queda no comércio de commodities e elevação dos juros para créditos de curto prazo fará reaparecer o que classifica como vulnerabilidade externa estrutural da economia brasileira, no seu entender mascarada pelos grandes saldos obtidos no comércio exterior.

Gonçalves diz que o Brasil está no grupo dos nações latino-americanas que será mais afetado pela crise, deixando à vista erros de estratégia e política econômica do governo, que seriam responsáveis pela “blindagem de papel crepom do país.”

Lidando com minha ignorância

A crise americana está  longe de ser resolvida, isto já ficou claro. O presidente brasileiros disse que o Brasil estava blindado, o que na novalíngua __ ler 1984 __ significa justamente o contrário. Isto também já ficou claro.

O governo americano conseguiu autorização do Congresso para injetar quase 1 trilhão de dólares no mercado financeiro. Pelo que sei isso significaria uma inundação de moeda americana no mercado. Com a crise e excesso de moeda seria de se esperar uma desvalorização acentuada da moeda.

Por que então a cotação do dólar está subindo no Brasil? Afinal, a crise não é lá?

Preciso ler muita economia para poder começar a ter uma idéia do que está acontecendo. Afinal, este pacote é bom ou não para a economia americana? E para nós? E para o mundo?

Sei não. A coisa fica cada vez mais sem sentido.

o Pacote dos EUA

Por: José Nivaldo Cordeiro

O mundo está mirando o fundo abismo, bem de cima de um Everest de dólares emitidos. A oferta abusiva de dólares vem de muitos anos, mas esse pacotaço é o que podemos chamar de pôr gasolina para apagar o incêndio. US$ 850 bilhões, uma cifra realmente inacreditável, gigantesca, alucinante. Ela dá bem o tamanho da irresponsabilidade dos homens a quem coube administrar a crise.

Deu-se as costas à razão, à moral natural e à ciência. Qualquer pessoa minimamente desintoxicada do esquerdismo – keynesiano assim como o marxista – sabe que o que está sendo feito é uma perfeita alucinação. Mas como resistir ao moderno Baal e ao seu bezerro de ouro, agora chamado de dólar? Como não escutar seus sacerdotes, os economistas intervencionistas? Como aceitar que a economia natural é a mais salutar e que o Estado não tem nenhuma coisa a dar a ninguém, muito menos solução para a crise? Que o Estado *é* a própria crise e o grande perigo contra a humanidade? Que a normalização da vida, não apenas nos EUA, mas no mundo inteiro, demanda a desinflação do Estado, sua redução a proporções humanas e que a humanidade passe a enxergá-lo como o que de fato é, um mero instrumento para organizar a vida prática e não o salvador do mundo? A criatura não pode ser maior do que seu criador.

Meu caro leitor, quem pisou em alguma escola de nível superior no Brasil, e acredito que no Ocidente inteiro, aprendeu que o Estado tem o suposto poder de resolver o drama da existência humana. Da ordem política e jurídica, até a Saúde, a Educação, a aposentadoria, a economia pessoal de cada um. Teria ele o suposto poder de eliminar o risco existencial. Só a primeira afirmação é verdadeira (prover a ordem política e jurídica), todo o resto é uma falsificação e uma miragem. Uma fuga da realidade como ela é.

O que os governantes dos EUA fizeram foi precisamente isso: alargar o passo e dar as costas à realidade, fugindo dela em desabalada carreira. Uma completa loucura, um atirar pedras na lua. O vaticínio se impõe: a nação norte-americana deverá mergulhar numa inflação alucinada, mas não conseguirá voltar ao status quo ante. Aquela vida a crédito, que dependia da valorização dos imóveis e da crença alucinada de que o preço dos ativos (imóveis assim com ações) estaria maior amanhã para todo o sempre, simplesmente acabou. A realidade agora se impôs, a despeito da montanha de dólares gerada no pacote.

O populismo dos políticos, diria mesmo sua crença vital irracional, é de que seria possível um voltar atrás, um retorno ao tempo em que toda a gente desconhecia o cassino financeiro em que os EUA se tornaram. Em que os zumbis felizes pagavam suas contas com a artificial valorização dos ativos. Esse cassino permitiu vida farta e prosperidade para um conjunto muito grande de pessoas, que literalmente viveram de crédito por longo período. Uma vida artificial dessa não poderia se manter e mesmo o governo emitindo essa montanha de dólares ela nunca mais voltará.

Sem obter o retorno ao status quo ante, para que o pacote? Para manter o sistema político montado na fraude populista, em primeiro lugar, pois é o combustível dos demagogos. Em segundo, para dar a impressão de que o governo está fazendo alguma coisa, quando na verdade nada deveria fazer, ou melhor, deveria tomar medidas para desinchar e preventivamente agir para que a inflação do dólar não comprometa a liderança mundial dos EUA. Em terceiro, para dizer às massas estúpidas que o deus-Estado está, como sempre, cuidando delas como um fazendeiro crias porcos: para devorá-los. O monstro estatal é o maior matador de homens que já surgiu no planeta. O paralelo com a crise de 1929 se impõe e nunca devemos esquecer que o ciclo daquela crise só se fechou com a II Guerra Mundial.

Eu me pergunto o que acontecerá politicamente nos Estados Unidos quando essa imensa classe média, que vivia ricamente, sem trabalhar, comprando e vendendo ações de seu computador pessoal, instalado em sua poltrona, descobrir que a brincadeira acabou. The game is over. Quando ela, a classe média, descobrir que seu imóvel não vale nada, que não tem comprador para ele, mas a sua hipoteca continua valendo. Essa gente vai entrar em desespero e toda vez que a classe média entra em desespero temos o caminho semeado para as tentações totalitárias. Nada de bom acontece quando a classe média se desespera e ela só pode escapar ao desespero quando os demagogos são desacreditados e os verdadeiros líderes assumem o comando da situação. A democracia só poderá sobreviver sob a liderança de gente moralmente superior. Onde estão esses líderes? Onde estão os homens egrégios? Não os vejo, vejo apenas demagogos falar à multidão.

Essa crise poderia ter acontecido anos antes. A dádiva do grande aumento da produtividade associada às inovações tecnológicas, no campo da informática e das telecomunicações, retardou o ajuste, que finalmente chegou.

Leia agora na revista Veja que acabou de chegar às bancas: “Com a aprovação do pacote de ajuda, Tio Sam salvou o mundo do colapso e será possível, primeiro, medir o tamanho do estrago e, em seguida, empreender a caminhada de volta na reconstrução dos mecanismos americanos e globais de produção de riqueza”. Nessa frase está o senso comum, a grande mentira. O Tio Sam não salvou coisa alguma e não haverá reconstrução que não seja um retorno à economia natural. E qual é esta? É a liberal, aquela que está na Bíblia: “Comerás o pão com o suor do seu rosto”. O pacote tenta precisamente escapar do real, é ele próprio o foguete a levar os homens lunáticos à lua. Um grande desastre. Seria cômico se não fosse trágico.

Qualquer arranjo fora desse preceito natural é artificial, irracional e alucinado. Não haverá melhora alguma se as bases racionais da sociedade não forem restauradas. Isso equivale a uma radical mudança na maneira como as massas vêem o Estado, de um bondoso provedor de benesses para o autor da grande tragédia. É tarefa para um Moisés converter as massas, alguém que traga as tábuas da Lei e mande destruir os bezerros de ouro. Os homens precisam parar de fazer seus sacrifícios a Baal. Chega de impostos! Chega de regulamentos! Chega de guardas na esquina dizendo o que as pessoas adultas devem fazer! Chega de Estado!

Um alerta e uma explicação

Do blog “O Capitalista

Para demonstrar que não temos preconceito contra estrangeiros e podemos ser tão burros quanto eles, hoje o governo brasileiro começou a estudar a possibilidade de reduzir o depósito compulsório nas transações bancárias como forma de aumentar a oferta de crédito.

Para entender a questão imagine o seguinte: você deposita R$100 no seu banco. Seu banco pode emprestar esse dinheiro para o fulano A. Digamos que o fulano A pega esse dinheiro e deposita na conta dele. O banco dele pode emprestar esse mesmo dinheiro para o fulano B.
Olhe o que aconteceu. Havia R$100. Agora você tem R$100 na sua conta, o fulano A tem R$100 na conta dele e o fulano B tem R$100 na conta dele – e o banco dele ainda pode emprestar o dinheiro de novo!
Para que a quantidade de reais não se torne infinita, cada vez que um Banco empresta dinheiro que tem em depósito, o governo obriga o banco a depositar uma parte no Banco Central – é o depósito compulsório.
Digamos que o compulsório seja de 50%. Quando seu banco empresta seu dinheiro, deposita R$50 no BC e empresta R$50. Quando o fulano A coloca os R$50 na conta dele e o banco dele empresta de novo, o banco deposita R$25 no BC e empresta R$25. É fácil ver como isto limita a quantidade de vezes que o mesmo dinheiro é multiplicado – e limita portanto a quantidade de reais que existem em circulação.
Voltemos ao presente. O que acontece se o governo reduzir o compulsório? Os bancos vão poder emprestar o mesmo dinheiro mais vezes. Aumenta a oferta de crédito? Sim! Os bancos tem mais dinheiro para oferecer. Mas aumentou alguma coisa a quantidade de bens que existem no Brasil? Não! O aumento na quantidade de dinheiro é simplesmente um truque de contabilidade!
O que acontece quando aparece mais reais mas continua existindo a mesma quantidade de coisas para comprar? INFLAÇÃO.
Inflação não é culpa do dólar, nem do petróleo nem do empresário. Inflação é culpa do governo e a redução do depósito compulsório é só um jeito bem prático de fazer uma boa inflaçãozinha.

É hora de apertar os cintos, pois pela primeira vez o PT está precisando fazer política econômica. E dá pra imaginar o que vem por aí.

Será que agora vai?

Uol:

O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira o pacote de resgate financeiro que prevê o uso de até US$ 700 bilhões para comprar títulos podres. Foram 74 votos a favor e 25 contra. A intenção é evitar quebradeiras e acalmar o mercado.

Comentário super rápido:

O projeto, uma modificação do anterior, terá que ir para a Casa dos Representantes; a votação sai ainda esta semana. Ainda é imprevisível o resultado, para desespero das bolsas no mundo todo.