Lobão e sua antologia dos anos 80

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Nos últimos dias tenho escutado o último disco do Lobão, sempre em volume máximo, porque este disco em especial não pode ser apreciado de outra forma. O peso do disco está na sua essência, na filosofia que lhe gestou.

Quem leu o livro Antologia dos Anos 80 através do rock sabe a tese do Lobão: o rock anos 80 foi o maior movimento revolucionário da música brasileira. Foi o único movimento que colocou em cheque o coronelato do mainstream que gira em torno da MPB, que tem Chico e Caetano como grandes barões. Por um breve período, parecia que o rock estava virando tudo de cabeça para baixo.

Mas havia um problema sério: a produção dos albuns. Os estúdios boicotavam os artistas, como estilo Peninha, que produzia quase tudo. Nada de guitarras pesadas, afinal, brasileiro gosta de guitarra suave. Bateria? Na base da vassourinha. O resultado é que você teve gemas de criatividade, com compositores realmente talentosos, mas com execução propositalmente desencorpadas, baseadas no conceito de alguns produtores que queriam encaixar o rock como subproduto da MBP.

O que Lobão faz em sua releitura dos clássicos do rock anos 80 é re-imaginar estas músicas com o peso e densidade que mereciam. Guitarras encorpadas, bateria perfeitamente audível, baixo ocupando os espaços. Quando você escuta o resultado não pode deixar de pensar: mas que puta sacanagem que fizeram!

Eric Voegelin: uma demanda

Chamou-me atenção que os meus vídeos mais acessados no youtube são do Eric Voegelin. Dos dez primeiros, são oito, incluindo os cinco mais acessados.

Ou seja, Eric Voegelin desperta cada vez mais interesse aqui no Brasil.

Aqui uma playlist de vídeos sobre uma das duas maiores mentes do século XX. A outra é Joseph Ratzinger.

Marvel Movies: meu top 5

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Ainda não vi o Pantera Negra, mas aqui meus favoritos (sem ordem):

Iron Man: O primeiro, inaugurador do padrão marvel. Gosto do tratamento do personagem do Stark e da questão moral envolvida: a responsabilidade sobre as armas produzidas. E a cena final é sensacional.

Guardiões da Galaxia: sinceramente, não esperava muito deste filme. Acho-o superior ao volume 2 por seu caráter mais misterioso e melhor equilibrado.

Capitão América, Soldado Invernal: Apesar do primeiro ser bom, acho que este foi mais tenso e com cenas incríveis de luta. Final apoteótico.

Os Vingadores: Só a Batalha de Nova Iorque já vale o filme. E tem um grande vilão (tinha que ser um deus para enfrentar os vingadores) e… o Hulk!

Dr Estranho: mistério na dose certa e um dos temas dominantes dos últimos filmes: as mentiras que os bons contam para proteger os seguidores, e como isso dá tremendamente errado.

Jornalismo em revolução

A melhor coisa que está acontecendo nesta eleição é a derrota acachapante da velha mídia. Ninguém se deixa mais pautar pelo jornalismo tradicional; e por bons motivos.

Décadas de gramcismo nas redações, de ocupação de espaço por intelectuais orgânicos travestidos de jornalistas só poderia dar no que deu. A completa desmoralização e perda de credibilidade do jornalismo. Cheiram a mofo, ecos de um tempo que está morrendo.

Mas há uma imensa demanda por qualidade. Gente que deseja realmente fazer jornalismo está encontrando espaço na internet. Na rede, gente com pouquíssima estrutura é capaz de se lançar e, se tiver competência, furar o bloqueio e conseguir mais audiência do que os veículos tradicionais.

O que é a Veja perto do que a Crusoé está fazendo? E olha que nem sou fã assim dos antagonistas. Terça Livre está dando pau no youtube do jornalismo das grandes redes. Mesmo a jovem pan está batendo os programas tradicionais. O Pingo nos is tem hoje muito mais credibilidade do que qualquer programa da globo news. Mesmo o Pânico tem mais informações, e análises, do que qualquer bancada de jornalistas da grande mídia.

Os tempos estão mudando e os jornalistas da velha intelectualidade está cada vez mais caminhando para o ostracismo que fizeram por merecer. A melhor parte é que eles mesmos cavam suas sepulturas, cada vez com mais entusiasmo!

5 Notas Sexta: Beautiful Girls, Surrender, Arte e rabiscos

Olá pessoal!
Eis minha lista semanal de 5 coisas interessantes que andei fazendo (inspirado pelo Tim Ferris 5-bullets friday)

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Um Filme

Beautiful Girls (1996). Fazia muito tempo que não revia este filme do Ted Demme, um dos meus favoritos. Por que? Aqui tem 5 razões. Sweet Caroline é uma delas.

Uma música

Surrender, do Cheap Trick. Esse clássico do fim dos anos 70 tocou muito no meus spotify esta semana.

Um livro que terminei

Imagens Cintilantes, da Camille Paglia. Um livro sobre artes e sua importância para todos nós. Um dos melhores caminhos para acesso à cultura. Gravei este vídeo aqui.

Uma habilidade que estou desenvolvendo

Sketchnoting. Graças aos vídeos do Doug Neil no youtube tenho praticado e desenvolvido a arte de fazer anotações e sketchnotes. Aliás, existe tradução para o termo?

Um pensamento

Eu sou eu e minhas circunstâncias.

Ortega Y Gasset

E você, o que andou fazendo? Gostaria imensamente de saber! Comente!

John Hughes: um clássico da modernidade

Finalmente lancei a primeira parte dos textos que tinha pensado ano passado, escrito uma parte e só agora retomei. Trata-se dos filmes de “adolescentes” do John Hugues, para mim um dos maiores cineastas americanos.

Como pretendo mostrar nos textos, estes filmes foram muito mais que filmes para adolescentes. Foram uma reflexão sobre a modernidade, suas subdivisões e, sobretudo, como encontrar o amor nessa confusão sem sentido.

https://medium.com/@jotaramone/john-hughes-um-cl%C3%A1ssico-da-modernidade-em-6-filmes-47b4f4dd45a0

Kit Gay: quem defende?

Uma coisa me chamou atenção na decisão curiosa do TSE de proibir a campanha Bolsonaro de afirmar que a cartilha apresentada por ele no Jornal Nacional era parte do Kit Gay.

Haddad nega que tenha distribuído kit gay quando ministro da educação. Fica implícito que ele não quer defender publicamente seu conteúdo. Ou seja, que a ideologia de gênero na escola é uma prática condenada pela maioria dos eleitores.

Boa parte do que o PT pretende é assim. São pautas que não encontram ressonância na sociedade, mas que são muito populares em determinados grupos específicos, como a elite intelectual brasileira (que inclui os jornalistas e professores universitários).

Por isso eles tem que fazer escondido, o que contam com a cobertura da grande mídia.

Se alguém quer provas do totalitarismo cultural no Brasil, observem como nos últimos dias Folha e Veja alteraram manchetes de notícias antigas que associavam Haddad ao kit gay.

Posso repetir? Alteraram manchetes dadas por elas mesmas trocando Haddad por Governo Dilma. Não há nada mais totalitário do que alterar o passado para justificar o presente.

Só que estas operações não funcionam mais tão bem. As mídias sociais rompem a bolha da imprensa com velocidade cada vez mais impressionante.

É interessante que o candidato visto pela mídia como democrático luta tanto para censurar a internet e o candidato visto como perigoso para a democracia luta contra qualquer regulação da internet.

Não fossem as redes sociais, esta eleição seria disputada entre tucanos e petistas, seguindo o script de vinte anos.

Com as mídias sociais torna-se impossível implantar políticas escondidas da população. Em 2012, houve uma grande mobilização da bancada evangélica no Congresso para barrar o kit gay. Hoje a coisa começaria pelos grupos whatsapp e instagram. A esquerda perdeu o controle da narrativa.

É um fenômeno mundial. O que as redes sociais fazem é revelar as ações concretas da esquerda e suas consequências. Acabou a era do discurso, das palavras desconectadas da realidade. Enquanto a internet for livre, a hipocrisia é revelada quase imediatamente.

Os jornalistas estão sofrendo com isso. Estão sendo expostos por suas preferências e posições do passado. Estão tendo suas mentiras contraditadas.

Ainda não sabemos o impacto de tudo isso, mas tenho uma sensação que o mundo já mudou e ainda não entendemos a dimensão desta mudança.

Retomando o ponto inicial, Haddad se nega a defender publicamente o kit gay. Parece que não é muito popular defender abertamente que se possa ensinar sexualidade para crianças na pré-escola.

Isso, meus amigos, chama-se senso comum.