Nacionalismo mineiro

Estadão

O lançamento hoje da pré-candidatura do ministro das Comunicações, Hélio Costa, ao Palácio da Liberdade, serviu de pano de fundo para que o PMDB mineiro fizesse um explícito gesto de apoio ao projeto presidencial do governador Aécio Neves (PSDB). Com críticas à “supremacia paulista” no Palácio do Planalto, líderes do PMDB estadual reforçaram o assédio ao tucano e defenderam a “união de Minas” para a eleição de um político do Estado para a Presidência.

Se o nacionalismo costuma despertar em minha pessoa alguns instintos de repulsa, o “estadismo” me causa ainda mais asco. Por que Minas? Por acaso o mineiro é melhor do que o cearense? Ou gaúcho? Ou carioca? Ou mesmo paulista? Qualquer político tem o direito (tirando o PMDB, é claro) em ser candidato a presidência da república, mas em função de sua própria pessoa, não do local onde nasceu ou que fez política. Aliás, dizem as más línguas que Aércio gosta mesmo é do Rio de Janeiro.

Tudo isso é uma grande bobagem e até certo ponto ruim para o país. Já morei em vários locais do Brasil e apesar de reconhecer as peculiaridades de cada Estado que morei, o que sempre me chamou atenção era o que nos aproximava, não o que nos afastava. O brasileiro em geral tem características comuns suficientes para se reconhecer como tal em qualquer lugar do Brasil ou mesmo do mundo. Para o bem e para o mal.

Acho que quando os mineiros se unem em um argumento destes para pleitear a presidência estão na verdade se diminuindo. Só faltam pedir cotas para a presidência! Menos, menos! Aécio é homem importante de um dos maiores partidos do país, governador de um dos maiores e mais populosos estados da federação, extremamente bem avaliado. Tem credenciais para pleitear ser candidato, embora ache que não é sua vez.

Deveria estar trabalhando para unir seu partido para a difícil batalha de vencer o petismo.

Se é que deseja vencer esta luta. Tenho minhas dúvidas.

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