O editorial de hoje do Globo defende o acordo final entre o Brasil e a Bolívia. Argumenta que os dois países se beneficiam, a Bolívia com as divisas e o Brasil com o gás. Mas levanta os custos que o acordo acarretou.
O primeiro é a imagem do país. A politização da diplomacia, condescendentes com os países afinados ideologicamente, gerou uma nova situação. O Brasil inovou com a tese de que “é preciso ser compreensível com os mais fracos”. Se o Itamaraty seguir sempre esta premissa o Brasil perderá em qualquer demanda internacional. “Descobriu-se a fórmula para a derrota permanente”.
Outro preço a pagar envolve a Petrobrás. Os investidores estão descontentes com a submissão política de empresa ao Planalto e ao PT. E estão demonstrando isso com a venda das ações com efeito na depreciação da empresa. Centrar a empresa no PAC agrava ainda mais esta percepção. Só em 2007, até o último pregão antes do carnaval, o valor de mercado da Petrobrás encolheu em 11,3 bilhões. É mais do que vale, por exemplo, a Telemar.
É um alerta para a subordinação de questões técnicas do Estado à ideologias políticas e partidarismo rasteiro.