Combate à Violência

O Ministro da Justiça afirmou ontem que a violência se combate com empregos e educação. É uma destas teses que se gosta de repetir pela mídia, que a violência é fruto da grande desigualdade social que existe no país. Não parece que seja tão simples quanto MTB gosta de afirmar.

Os dados sobre a desigualdade social indicam que não houve muita variação nos últimos 30 anos. Estamos estagnados. Recente reportagem da Veja indica que a classe média cresceu muito pouco nos últimos 20 anos. Se houve alguma mudança, e muito pequena, foi para melhor. Nossos índices sociais melhoraram um pouco nas últimas décadas.

Quando se cruza estes dados com os índices de violência a incoerência se mostra de cara. Estes índices dispararam. Temos um quadro em que os índices sociais se mantém e a violência não para de aumentar. Onde está a relação de causa e efeito? Como explicar o caso em que jovens de classe média alta de Brasília atearam fogo em um índio para superar o tédio?

No início dos anos 90 os Estados Unidos estavam explodindo com a violência urbana em suas grandes cidades. Iniciou-se um processo para combatê-la. Atuaram também na prevenção, com palestras em escolas públicas, projetos de prática de esportes para jovens e coisa do gênero. Mas não foram estas as principais medidas para combater a violência. Estas foram as ações secundárias.

As principais foram modernização da polícia e agilização no combate ao crime. Novas penitenciárias foram construídas e a justiça passou a agir com mais rapidez e rigor. Na última década a população carcerária americana aumentou em cerca de 40%. O que deve causar surpresa para os sociólogos brasileiros é que a violência decresceu mais ou menos na mesma proporção. Não conseguem conceber que se diminua a violência simplesmente… prendendo os criminosos!

Quando os dados americanos foram divulgados em 2003 (se não me falha a memória) o mesmo Márcio Thomaz Bastos afirmou que este modelo não servia para o Brasil. Que o sucesso de um programa de combate à violência é medido pela diminuição da população carcerária e não ao contrário. Na lógica do Ministro para vencer o crime deve-se… soltar os criminosos! Não é à toa que é um advogado criminalista, dos bons.

Para não ficar só no exemplo dos States (que os brasileiros, na média, desprezam) vamos para São Paulo. Durante o governo Covas-Alckmin os presídios paulistas ficaram lotados, aliás superlotados. O que provocou rebeliões e os ataques do PCC. Falência do sistema? Nem tanto. Dados do próprio IBGE (que o governo segurou por causa das eleições) mostram que a violência recuou sensivelmente no estado.

Mas só sei citar exemplo do PSDB e dos Estados Unidos no combate ao crime? Queriam o que? Exemplos do governo do PT? Sorry.

De onde menos se espera é que não vem nada mesmo.

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