Instigado por minha esposa, comecei a ler A Medicina do Amanhã, do médico neurologista brasileiro Pedro Schestatsky. Trata-se de um livro que nos dá muito o que pensar pois questiona o mindset que nós temos sobre saúde. De modo geral, este mindset tem alguns princípios:
- o médico é soberano em relação ao paciente
- médicos e remédios são a solução para as doenças
- sem não tem sintoma, não há o que se preocupar
- renumeração do médico baseado em consultas
- paper vale mais que experiência em tratamentos reais
- ignora-se o conflito de interesses na relação das farmacêuticas com os médicos (covid que o diga!)
- conceito de saúde como ausência de doença
O ponto principal do autor é que saúde vai muito além de ausência de doença. Temos hoje condições privilegiadas pelas tecnologias e genética para prever doenças antes que elas aconteçam e ter assim um papel mais ativo, de prevenção, que depende muito mais do paciente do que um tratamento. Ele chamou este mindset de MAP: movimento, alimentos e pensamento.
Gostei muito do enfoque. Muda a perspectiva e coloca questões centrais sobre a medicina que vale uma séria reflexão e nos convida a assumir responsabilidade por nossa própria saúde.
