Confesso que começo a me divertir com as ginásticas, cada vez maiores, das pessoas em justificar o injustificável. Ao assumir uma posição dogmática sobre algo, podem acontecer duas coisas. Você pode estar certo ou pode estar errado; nos dois casos, é a realidade que vai prevalescer.
O grande problema é quando a danada da realidade começa a mostrar que você não só está errado, mas que foi completamente ingênuo, para dizer o mínimo, em assumir determinada posição. Muitas vezes, foi manipulado, o que cria uma reação enorme a reconhecer tanto sua ingenuidade quanto sua manipulação.
Políticos, jornalistas, intelectuais, pessoas comuns, estão vendo a realidade se tornar evidente a cada dia. O que fazer? Reconhecer o erro ou começar uma ginástica para dizer que o céu não é azul e que estava certa o tempo todo. A maioria está optando pelo segundo caminho. No início é fácil: você desqualifica um cientista aqui, um estudo ali, uma evidência acolá. Só que os casos começam a avolumar e você passa a não só defender o erro inicial, mas o erro de tentar encobrir o erro inicial. A vergonha vai se tornando maior e mais vigorosa passa a ser sua recusa em reconhecer a verdade. As contradições começam a crescer e a coisa só vai piorando, até o ponto que você está em um papel completamente ridículo e não sabe como sair do buraco que se meteu.
Só existe um caminho: a humildade. Pare de deixar o orgulho falar mais alto e se curve à realidade. Liberte-se.