Depois de assistir duas palestras sobre o graal no excelente podcast Symbolic World, do Jonathan Pageau (procurem), me empolguei para ler o mais antigo manuscrito com uma das lendas do graal, o poema de autoria de Chretien de Troyes.
A versão que estou lendo é em prosa, o que facilita o entendimento, afinal é sempre uma questão complicada traduzir poesia.
No começo da história, um jovem (que não recebe nome, e isso é importante) caçando na floresta encontra vários cavaleiros, que confundem com anjos. O motivo é que sua mãe descrevia os anjos como as criaturas mais belas da existência, e com suas armaduras reluzentes o jovem se confunde. Na verdade, a mãe sempre escondeu dele as estórias de cavalaria para que ele não tivesse o destino do próprio pai, um cavaleiro, que não chegou a conhecer.
Ele pergunta pela serventia de tudo que os cavaleiros carregavam: lança, escudos, armadura. Depois de confrontar a mãe, parte para se sagrar cavaleiro, não sem antes receber vários conselhos: ajudar as damas em perigo, aconselhar-se com os mestres e não com seus iguais, sempre que encontrar uma igreja, entrar e rezar.
Na conversa com os cavaleiros, perguntam seu nome e ele responde: “meu filho”. Também é conhecido como “meu irmão” e “meu senhor”. Curioso porque a mãe lhe aconselha também a sempre perguntar pelo nome das pessoas, pois pelo nome se conhece quem é.