Uma boa sociedade

Uma definição interessante para o que seria uma boa sociedade é dada por Peter Maurin: é a sociedade em que é fácil ser bom. Neste sentido, São Tomás, na Suma Teológica, coloca que “É impossível manter-se o bem comum da cidade sem os cidadãos serem virtuosos, ao mesmo aqueles a quem cabe governar”.

Dois pontos se colocam, a necessidade da sociedade ser feita por cidadãos virtuosos e que ao menos os governantes sejam virtuosos.

É possível argumentar que para ter governantes virtuosos é preciso que os cidadão sejam virtuosos, mas será? São Tomás admite a possibilidade de ao menos os governantes serem, o que implica que pode acontecer de uma sociedade de cidadãos sem boas virtudes serem governados por alguém que as tenha, iniciando um processo de melhoria da própria sociedade ao criar condições favoráveis para desenvolvimento da virtude na própria sociedade.

Qual o caso do Brasil?

Que somos governados por patifes de toda espécie, parece uma tautologia. Mas e nós como povo? Somos predominantemente viciosos ou virtuosos?

Particularmente acho que nosso povo é bom e a grande questão é como nós permitimos que os piores nos governem?

Aí vejo um papel fundamental da elite, dos chamados formadores de opinião. Estes trabalham dia e noite para que a verdade não seja conhecida, que as pessoas sejam enganadas o tempo todo, justamente para perpetuar esse circo de horrores que nos governa desde o golpe de 1889. Mas admito que posso estar errado, que o povo tenha grande parte da responsabilidade por manter estes patifes no governo. Só acho que com o nível de educação e informação que recebem, não poderiam escolher muito diferente. Nosso problema vai muito além do voto e por isso mesmo nunca será solucionado pelo voto, a menos que por destino os melhores se tornem governantes.

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