31.01, 11h20
Valor Econômico
Um dos envolvidos no escândalo da compra do dossiê Vedoin, o economista Expedito Veloso, foi reintegrado anteontem aos quadros do Banco do Brasil, exercendo um cargo de confiança. Ele será gerente-executivo de projetos especiais – e desenvolverá novos produtos de varejo para pessoas físicas.
Expedito havia sido afastado do cargo de diretor de gestão de risco em setembro passado, quando surgiram as primeiras notícias do envolvimento dele na compra de um dossiê que vinculava o então candidato ao governo de São Paulo, José Serra, à máfia das sanguessugas. Na época, ele tirou férias do BB para trabalhar na campanha de Lula.
Ele volta agora dois degraus abaixo na hierarquia do BB. Abaixo do cargo de diretor, vêm os superintendentes e, em seguida, os gerentes executivos. Mas Expedito avança um cargo em relação à função que ocupava antes do governo Lula – até 2002, ele era um diretor de divisão.
Este é o papel de uma banco? Ainda tem gente que defende o modelo estatal. Um funcionário, mais do que isso, um diretor, que participa de uma atividade criminosa envolvendo uma grana preta e se torna personagem em um escândalo gigantesco noticiado em todos os veículos de comunicações do país jamais voltaria a trabalhar no sistema bancário, que deveria primar pela confiança, ainda mais no mesmo banco que estava antes.