Prosseguindo o projeto de reler o belo livro de Bento XVI, Jesus de Nazaré, vamos ao Capítulo 1, onde trata do Batismo, justamente o início da vida pública de Jesus.
O Papa sublinha o papel de João Batista como o último dos profetas, aquele que anuncia a chegada do Senhor. No ritual do batismo, temos a simbologia da morte, ao imergir na água, e do renascimento, ao emergir renovado para a vida. De início João reconhece Jesus e diz que não deveria batizá-lo, mas Jesus responde que por ora era necessário, que tratava-se de uma questão de justiça. O estranhamento de João é porque o batismo era precedido de uma confissão dos pecados, que eram então limpos pelo ritual. Se Jesus não tinha pecados, como poderia ser batizado?
O que Bento XVI explica é que o batismo de Jesus está ligado a seu martírio, à crucificação. Não são seus pecados que são limpos no rio Jordão, e nem na cruz, mas de toda humanidade. Jesus é o cordeiro de Deus que tira o pecado no mundo, como anuncia João Batista. Seu batismo é sua preparação para o mistério da cruz.
O sacramento __ o batismo __ a partir daqui aparece como participação na luta de Jesus pela transformação do mundo na mudança da vida que acontece na sua descida e na sua subida.
