O Homem Eterno: O Resumo deste Livro

Chesterton termina seu livro com um capítulo de conclusão, que intitulou “o resumo deste livro”. Ele deixa claro que sua intenção foi fazer um esboço da história e aponta seu principal contraponto, o livro da história universal de H G Well, que critica justamente como um esboço da história. Seria um livro preciso em fatos, com histórias muito bem contadas, mas com o problema essencial de estar errado pois ignora as questões essenciais que o bom senso nos permite ver se prestarmos atenção.

O homem não é uma criatura como as outras. Ele caminha sobre a terra como se fosse um deus do mundo inferior, mesmo que muitas vezes se comporte como um demônio. Muito se fala da semelhança dele com as demais criaturas, mas poucos refletem no principal, que somente ele é capaz de compreender esta semelhança.

A história do mundo se divide em duas visões. A partir de uma percepção comum que este mundo tem uma causa, há dois tipos de pessoas, ou visões. Uma que trata esta mente fora do tempo através de um espírito um tanto fofoqueiro. São lendas, folclores, mitos que contam histórias muitas vezes mentirosas, mas muitas vezes verdadeiras. O outro tipo é o que vê o mundo como um plano e tenta estabelecer um plano humano, são os filósofos, ou a atitude filosófica em relação à vida.

No meio destes dois grupos, de contadores de histórias e analistas destas histórias, surgem algo que parecia bom demais para ser verdade, exceto pelo fato de ser verdade, a boa nova do Deus que veio pessoalmente ao mundo e fundou uma Igreja. Seus seguidores, sacerdotes e fiéis, não se colocam como criadores de uma explicação ou uma verdade, mas mensageiros, que compartilham esta boa nova aos que ainda não a conhecem ou aqueles que não a aceitam. Esta é grande linha divisória que reduz a pó qualquer tentativa de religião comparada. A Igreja não acredita que defende uma teoria, mas sim um fato. Não cabe a ela criar este fato, mas tentar entendê-lo e passá-lo adiante.

Esta história surge como um loucura, inesperada por todos, mas continua firme por mais de 2.000 anos, algo por si extraordinário e maior prova de que se trata, essencialmente, de uma grande verdade. O mundo fica velho, mas a Igreja parece cada vez mais nova.

Durou por quase dois mil anos; e em seu seio o mundo teria sido mais lúcido, mais equilibrado, mais racional em suas esperanças, mais sadio em seus instintos, mas sereno e alegre diante do destino e da morte do que todo mundo de fora. Pois foi a alma da cristandade que nasceu naquele incrível Cristo: e essa alma era o bom senso.

O Homem Eterno

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