Final de domingo com Neil Peart

Fazia tempo que queria ler algo do Neil Peart, baterista do Rush que nos deixou ano passado. Ele sempre foi o letrista da banda e pelas letras já era possível perceber que tinha o famoso talento com as palavras. Escolhi Música para Viagem, um livro de memórias em que ele associa suas viagens com as músicas que escutava. Peart adorava uma estrada, seja de moto ou de carro, costumava viajar dirigindo de uma cidade para outra nas turnês, sempre que era possível. Escolhia estradas secundárias, as mais vazias possíveis, para que pudesse contemplar a beleza natural dos locais que visitava.

Como imaginava, sua escrita é deliciosa de cativante. O primeiro comentário mais prolongado sobre um disco é sobre um dos favoritos de seu pai, Sinatra at the Sands, que escutou enquanto dirigia de carro durante uma turnê em 2003. Era um de seus favoritos.

Neste carnaval estou escutando alguns discos (sou daqueles que escuta mais discos inteiros que músicas soltas em listas, sorry). Eis o que anda rolando nos spotify, lps e cds da vida:

  1. Folklore e Evermore, da Taylor Swift. Quem me chamou atenção para estes dois albuns irmãos lançados durante a pandemia (um em julho e outro em dezembro) foi o Chico Scorsin e o Jota do podcast dos Náufragos (valeu, Gê!). Realmente os discos são surpreendentes. Bem diferente de tudo que ela tinha feito até então, com uma maturidade e um caráter introspectivo para realmente prestar atenção.
  2. The X Factor, do Iron Maiden. Aqui o culpado foi o Regis Tadeu com um vídeo sobre discos subestimados. Os fãs torceram o nariz para o décimo disco da banda por causa do trauma com a saída de Bruce Dickinson, mas o fato é que X Factor é bem melhor que os dois trabalhos anteriores. Aqui aparece pela primeira vez uma nova direção para o som da banda, que assume uma influência bem mais direta do rock progressivo dos anos 70. Nem a volta do Bruce mudaria este rumo, até porque seu estilo teatral combinaria demais com este som mais polido e desenvolvido. Parece que as músicas dos dois discos com Blaze foram feitas para esperar pelo retorno do Bruce.
  3. Cryptic Writings, do Megadeth. Outro da lista do Regis Tadeu. Este eu nunca tinha escutado e gostei bastante das primeiras audições.
  4. Future Games, do Fleetwood Mac. Este foi fruto do acaso. Tenho um box de 5 cds da banda, do início dos anos 70. Este album de 1971 inicia a transição do blues para o pop, já com a adição de Christine McVie nos vocais e Bob Welch. Peter Green já tinha saído e Jeremy Spencer também. Quem mandava no som e na guitarra era Danny Kirwan, um virtuoso, com um som delicado e melódico. Eu nunca tinha escutado este album e coloquei na sorte. Encantado com a primeira audição, enquanto lia o livro do Peart.
  5. Sinatra at the Sands. Este foi por causa do Peart e estou escutando-o enquanto escrevo estas linhas. Últimas músicas da noite. Disco maravilhoso.

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