Horne Fisher é o homem que sabia demais. Não significa que seja um sábio, mas que sabia mais coisas que um homem normal deveria saber. A verdade não o tornou feliz, mas sim um pessimista. Pois ele contemplava toda maldade da natureza humana, mas não tinha uma resposta para ela que não fosse a resignação.
Nos diversos contos do livro, vemos geralmente o criminoso, alguém da alta classe, não ser punido pois era uma destas pessoas importantes demais para que sua autoria fosse revelada. Não se trata simplesmente de fugir da lei, mas pessoas que pela posição, e muitas vezes pela atuação, geraria mais mal do que bem sua exposição.
Fisher conhecia toda a alta classe britânica e revela muito da hipocrisia e o que se esconde atrás de figuras públicas muito admiradas, mas pelo que não são. O interessante é que estes criminosos tinham virtudes, não eram simplesmente demônios sobre a terra.
Fisher começa o livro pescando. Era um pescador, mas pescador de que? Quais eram seus peixes?
Seu pessimismo talvez seja o grande tema do livro. O que lhe falta para ter uma alegria de viver? Talvez o grande assunto do livro seja o grande ausente. A chave que abre a porta para uma vida mais plena, em que saber demais não seja necessariamente o maior dos problemas.