Novo projeto de sábados: reler o pequeno livro de Jean Guitton, O Trabalho Intelectual. Guitton foi professor de filosofia na Sorbonne e dedicou-se a vida inteira aos temas da educação.
Capítulo I: Observando como os Outros Trabalham
Trata-se de um capítulo introdutório, onde Guitton apresenta o grande problema da falta de sistematização para os estudos. Desde criança somos submetidos aos processos educacionais, mas muito poucos dedicam-se a ensinar como se deve estudar para realmente aprender.
O trabalho intelectual exige duas qualidades contrárias: a luta contra a dispersão e um certo desprendimento em relação a este trabalho. Temos que ser sérios no estudo, mas não sérios demais.
A pedagogia moderna anula na criança o gosto pelo trabalho artístico, como se fosse uma exercício desordenado, colocando-as sob a tutela de horários, regras e hábitos.
Outro paradoxo é que aprendemos as lições que deveríamos aprender na infância na vida adulta, quando como professores ou como pais, retornamos ao contato com a educação infantil. Só aí podemos entender que muito do que nos ensinaram exigiam uma maturidade que só ganhamos anos depois.
Por fim, ele afirma que o trabalho intelectual tem relação com a espiritualidade. A modernidade separou estas duas coisas, e o ritmo que deveria ser quase litúrgico se tornou um ritmo das máquinas, próprio dos paradigmas da era industrial. É preciso uma visão integral do trabalho intelectual. Como dizia São Tomás de Aquino: “vela pela preparação, vigia os progressos , recolhe os frutos”.