O Batismo de Jesus

Um bom guia para entender o batismo de Jesus é o Papa Emérito Bento XVI. Em sua maravilhosa obra Jesus de Nazaré, ele tem seu primeiro capítulo tratando deste tema.

O ministério de Jesus começa com o seu batismo no rio Jordão por João Batista” inicia Ratzinger o capítulo. Ele nos lembra que São Lucas coloca com precisão a data do acontecimento, ressaltando sua historicidade. Jesus não é uma lenda mística, mas uma presença material de Deus em nosso mundo. O papel de João Batista já estava enunciado em Isaías: “Uma voz clama no deserto: preparai o caminho para o Senhor! Endireitai para Ele os caminhos!“.

Em todos estes textos do Velho Testamento trata-se de uma intervenção salvadora de Deus, o qual sai de seu lugar escondido para julgar e para salvar: é para Ele que a porta deve ser aberta, que o caminho deve ser preparado. Com a pregação de João Batista, todas estas antigas palavras de esperança se tornaram realidade: era algo novo que se enunciava”.

Bento XVI nos lembra o simbolismo do Batismo: morte e vida. O mergulhar nas águas é um símbolo da morte, mas emergir destas mesmas águas o símbolo da ressurreição. Assim, ao aceitar ser batizado, Jesus está nos antecipando o mistério da cruz, onde ele se colocará no lugar de todos os pecadores e será sacrificado para renascer ao terceiro dia. “Assim, o batismo de João na água torna-se pleno e perfeito como o batismo de Jesus na vida e na morte.”

O sacramento __ o batismo __ a partir daqui aparece como participação na luta de Jesus pela transformação do mundo na mudança da vida que acontece com esta descida e na subida.

O Batismo de Jesus (Perugino, 1481-1483, Capela Sistina)

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