Terminei de ler o livro do israelense Yoram Hazony. Algumas notas de leitura:
- Livro muito interessante, que coloca a oposição entre a idéia de um Império universal, seja com que nome for, o os estados nacionais independentes.
- A União Européia é o exemplo mais recente de um Império universal.
- Uma ordem mundial com base em estados nacionais não é uma solução perfeita, mas é muito melhor que o Império.
- Há virtudes no nacionalismo. Ele é o meio termo desejável entre a anarquia e o Império.
- A base do Estado Nacional não é um contrato, uma abstração criada por filósofos que não entenderam a verdadeira natureza do Estado.
- O nacionalismo nasce da superação do tribalismo. Alguma autoridade se coloca acima das tribos, a partir de um princípio comum, como o idioma ou a religião.
- O imperialismo costuma ter uma ideologia por base.
- Hazony cita como exemplos de ideologias que sustentam impérios: marxismo, liberalismo, kantismo e cristianismo.
- Creio que Hazony não entendeu muito bem o que é o cristianismo. Em que pese alguns líderes católicos ao longo da história terem se apropriado de poder temporal, o catolicismo tem uma profunda raiz anti-imperial (separação das duas cidades, dai-lhe a cesar, etc).
- Ele também associa o protestantismo com um retorno à ordem mosaica, de nação, que o catolicismo rejeitou.
- Apesar de várias afirmações sobre o catolicismo terem me irritado profundamente, Hazony tem uma boa tese.
- Hoje vivemos a época do imperialismo liberal e o novo paradigma é a União Européia.
- Países como Israel, África do Sul e Sérvia são exigidos por serem considerados herdeiros da Europa. Já outros se permitem as maiores atrocidades poque são considerados bárbaros, mesmo que não se afirmem.
- O império termina por gerar a guerra porque não admite independência e auto-afirmação.
- A solução mais estável é o nacionalismo sem sonho de se tornar império.