O narrador, um caçador, conta a estória de uns dias que passou em companhia de um jovem fazendeiro, oficial reformado, chamado Arkadi Pavlitch. O fazendeiro se considerava um homem severo, mas justo, que zelava pelo seu povo e os punia para o próprio bem deles.
Na verdade, Pavlitch era muito mais preocupado com sua imagem, esbanjando o francês para mostrar sua cultura, do que com o bem estar de quem quer que seja. Na prática, quando diante de um de seus empregados, era impaciente, bruto e só se segurava pela presença do narrador.
O gerente do título era um de seus administradores, Sofron, que Pavlitch dizia ser um grande estadista, porque não deixava que os servos atrasassem os pagamentos. Na verdade, Sofron era um grande bajulador, que tratava Pavlitch como um deus e ao mesmo tempo estorquia os servos.
Quer saber? Este conto maravilhoso é um retrato do Brasil que herdamos e ajudamos a perpetuar. Políticos que vivem de aparência, que tratam o povo como crianças que precisam ser disciplinadas e burocratas (Sofron) que vive entre a bajulação aos políticos e extorsão dos sem condições de defesa. Nós somos a Rússia rural do século XIX.