Reflexões de uma Pandemia – 2

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Hoje li um pouco sobre a gripe espanhola. Assustador. Nossos antepassados emendaram uma guerra mundial com uma pandemia mortífera, com milhões de mortos.

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Nós brasileiros não temos a comunidade como um valor. Somos nós, família no máximo, e o Estado. Não temos dimensões intermediárias. No drama que apenas começamos a viver, teremos que aprender a cuidar uns dos outros. Como muitas vezes acontece, aprenderemos pela dor.

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Leio em algum lugar que a média dos mortos na Itália é de 88,5 anos. E que 70% dos mortos são homens. Esse virus tem um alvo.

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Então os mais jovens podem ficar tranquilos? Sair pelas ruas? Aí que vem o senso de comunidade. Todos convivemos com idosos, sejam parentes ou amigos. Temos que nos proteger não por nós, mas por eles. O Ministro Mandeta foi bem claro, nada é mais importante nesta pandemia do que proteger os nossos idosos. Temos que fazer nossa parte.

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Por sinal, os idosos costumam ser bem teimosos. Já viveram muito, acham que resistem a tudo. Que é bobagem nos preocuparmos tanto com gripe. Vejo no trabalho. Muitos foram dispensados e insistem em ir trabalhar. No fundo, não querem se ver como dispensáveis.

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Nem começou a nossa epopéia e os abutres já comemoram. Alimentam-se com tragédias. Arriscamos superar uma para cair em outra pior ainda. Logo agora que o mundo começava a se endireitar.

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Um palpite: a União Européia começou a morrer.

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