Comecei a ver futebol no mundialito de 1981. Encantei-me com aquela seleção do Telê e virei rubro-negro por causa do Zico. No meio daquele ano, minha família mudou para os Estados Unidos e só fui assistir futebol novamente no ano seguinte, na Copa. Perdi, por pouco, a epopéia de dezembro de 81. Voltamos ao Brasil em outubro de 82, ainda a tempo de assistir as finais do carioca, com o título do Vasco. Inclusive, foi a primeira vez que fui no Maracanã, no jogo Vasco 1 x 0 América, início do triangular decisivo.
O primeiro campeonato que acompanhei mesmo, do início ao fim, foi o Brasileiro de 83. O épico 5 x 1 no Corinthians, as quartas contra o Vasco, com Zico socando a bandeirinha de escanteio, o sofrimento do jogo contra o Athletico em Curitiba e a grande final contra o Santos, que acompanhei pela rádio Globo (naquele tempo não passava jogo para a praça onde ele se realizava).
Vi, portanto, o final da era Zico, os últimos títulos. Depois vivi os anos difíceis, especialmente depois de 1992. Alguns títulos esporádicos, como as copas do Brasil e o brasileiro de 2009 nos davam alento, fazíamos sonhar com dias melhores.
Agora o sentimento é diferente. Vemos um título conquistado com superioridade, mesmo com um jogo final que ganhamos no detalhe, mesmo não jogando bem. Mas é o normal em final de jogo único (que eu adoro), jogo tenso, muitos erros e detalhes decidindo. A diferença foi que o River deixou para errar no fim, quando não dava tempo de reação.
Enfim, ganhamos a América.
Com sofrimento, com tensão, mas mesmo no fim do jogo, quando perdíamos, ainda acreditava na virada. O pessimismo deixou, definitivamente, a Gávea.
Ficamos confiantes como há décadas não ficávamos.
O Flamengo pode estar começando um grande capítulo de títulos.
E pretendo ver tudo isso.