O Desconcerto do Mundo – Notas de Leitura

Terminei ontem o livro O Desconcerto do Mundo, do Gustavo Corção. Minhas notas:

  1. Trata-se de 3 ensaios que tratam do mesmo tema, o desconcerto do mundo, uma expressão do Camões.
  2. O desconcerto teria sua raiz não no homem ou um mundo errado, mas na relação entre o homem e o mundo.
  3. O homem tem uma dupla realidade de grandeza e miséria. Éramos destinados a algo maior, mas escolhemos este mundo.
  4. Não somos deste mundo, estamos neste mundo.
  5. A poesia lírica de Camões, que trata deste tema, é maior que seu épico.
  6. Filosofias que tentam reduzir o homem ao mundo são profundamente equivocadas. Elas negam a diferença específica do homem, que também é sua essência, a alma. Esta alma é dotada de uma inteligência que o distingue de toda criação.
  7. Machado de Assis não foi um cético pessimista, mas alguém que percebeu este desconcerto e que entendeu que a realidade descrita no livro Eclesiastes, seu favorito, leva ao absurdo por negar a possibilidade transcendente do homem. No Eclesiastes não há o grande remédio para o mundo injusto, as bem-aventuranças e a ressurreição.
  8. Eça de Queiroz foi um escritor que ficou na superfície de seus personagens, deixando de dar a eles a profundidade que os faz humanos.
  9. A arte tem uma importância fundamental para todos, é fonte de criatividade.
  10. A grande arte é aquela que revela a natureza humana e da criação.
  11. Boa parte da arte moderna perdeu essa compreensão e por isso se torna artificial e sem sentido.
  12. Arte e técnica precisam caminhar juntas para que realizem seus potenciais.

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