D Pedro I era um jovem voluntarioso, que tinha seus ideais de grandeza. Queria, como todo príncipe, ser um estadista, definir os rumos de uma nação.
Leopoldina era a herdeira de uma tradição. Ela tinha a perfeita noção do sentimento do dever, talvez o valor mais importante para um verdadeiro líder. Junto com Joaquim Nabuco, que representava os ideais de uma verdadeira democracia representativa, ela estava ao lado do Imperador para apontá-lo para o caminho certo.
Só que do outro lado, havia Domitila de Castro, a Marquesa de Santos. Ela representava a sensualidade, o agora, a urgência, o sonho de grandeza sem esforço, a política dos protegidos, a falsidade do próprio título. Ela era a mais bela, a mais interessante.
D Pedro rejeitou Leopoldina, que morreu de desgosto por não ter mais influência sobre o marido. O dever é sempre chato e feito; o prazer é belo.
O Brasil foi fundado neste episódio e vive nele até hoje.
Somos D Pedro que eternamente escolhe a Marquesa de Santos em detrimento de Leopoldina.